Acre in Foco – Notícias do Acre Acre-in-Foco – Jornal com as Últimas Notícias do Acre
Há 49 anos, em 11 de setembro de 1973, o Palácio de La Moneda, sede do governo chileno, era bombardeado pelas Forças Armadas do Chile durante o golpe de Estado que assassinou o presidente Salvador Allende.
O golpe foi comandado pelo general Augusto Pinochet e perpetrado com o apoio dos Estados Unidos. A quartelada instaurou uma das mais sangrentas ditaduras militares da história da América Latina.
Allende que era do Partido Socialista, venceu a eleição presidencial de 1970, derrotando o conservador Jorge Alessandri. Sua plataforma eleitoral englobava importantes reformas sociais, incluindo uma abrangente reforma agrária, o que causou extremo desconforto às oligarquias e aos setores mais reacionários da sociedade chilena. Allende também despertou a desconfiança do governo dos EUA pela possibilidade de expansão das ideias socialistas na América Latina.
Tão logo a vitória de Salvador Allende foi confirmada, altos funcionários do governo norte-americano começaram a discutir sua permanência na presidência. O governo dos EUA passou então a financiar organizações terroristas de extrema-direita como o grupo neofascista Patria y Libertad, que recebeu apoio financeiro, logístico, e consultoria da CIA, para derrubar o governo.
Setores militares se rebelaram contra Allende. Os militares legalistas como o general René Schneider, chefe das Forças Armadas e o comandante da Marinha, Arturo Araya, foram assassinados para que o comando passasse para os contrários ao presidente. Atentados terroristas organizados por essa oposição de extrema-direita ecolodiram na chamada “noche de las mangueras largas” com o objetivo de gerar instabilidade política e justificar a intervenção militar.,
O governo Allende foi submetido a uma intensa operação de sabotagem. Uma greve de caminhoneiros causou desabastecimento generalizado; latifundiários e grandes pecuaristas interromperam a produção, causando elevação do processo inflacionário. Mesmo assim, Allende se recusou a decretar estado de sítio. Carlos Prats, comandante das Forças Armadas, foi obrigado a renunciar para dar lugar ao general Augusto Pinochet, que fingia lealdade a Allende.
Na véspera do golpe, militares chilenos e norte-americanos se encontraram durante suposto exercício naval. Em meio às manobras, a armada chilena tomou de assalto a cidade de Valparaíso, enquanto as tropas dos EUA ficaram de prontidão para intervir caso houvesse resistência ao golpe.
Um avião da Força Aérea norte-americana, com uma central de telecomunicações sobrevoava o Chile com o apoio de 33 caças e aviões de observação estacionados na base aérea de Mendoza.
Militares e carabineiros cercaram o Palácio de La Moneda onde se encontrava o presidente Allende.
As rádios chilenas já dominadas pela junta militar passaram a difundir mensagens exigindo que Allende renunciasse e evacuasse a sede da presidência, alertando que o Palácio seria atacado por tropas de terra e ar caso a ordem não fosse cumprida. Allende recusou dizendo estar disposto a pagar com a vida a lealdade do povo.
Às 11;52 de 11 de setembro, o Palácio começou a ser bombardeado por aviões Hawker Hunter da Força Aérea chilena e atacado por metralhadoras dos veículos blindados estacionados ao redor do Palácio. Allende ordenou que os funcionários evacuassem o prédio mas permaneceu no seu interior, onde foi assassinado.
Pinochet assumiu o governo do país e implantou o receituário neoliberal ditado pela Escola de Chicago, aliado à repressão política. As mudanças começaram imediatamente: uma ampla agenda de privatizações, arrocho salarial e corte de serviços. A ditadura durou 17 anos. Matou mais de 40 mil pessoas, torturou e forçou centenas de milhares de chilenos ao exílio.
Fonte- Pensar a História
