Recentemente o diretor da Organização Mundial de Saúde- OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, aconselhou que homens que fazem sexo com homens- como gays, bissexuais e trabalhadores do sexo – reduzam o número de parceiros sexuais para diminuir o risco de exposição à varíola dos macacos. Tedros porém fez uma ressalva contra a discriminação a exemplo do que aconteceu no início da Aids: “estigma e discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus e podem alimentar o surto”.
Segundo a OMS, 99% dos casos registrados de varíola dos macacos são homens e 95% destes, homens que fazem sexo com outros homens. A vacina é a mesma contra a varíola humana que foi erradicada. A última campanha de vacinação contra a varíola ocorreu na década de 1970, o que significa que apenas as pessoas de 50 anos ou mais, estão imunizadas.
Na prática a comunidade gay está enfrentando a volta do estigma de uma nova “praga gay”: “o debate é que estamos retrocedendo de novo para a história que Deus vai castigar os homossexuais com doenças”, diz Matheus Góis, morador do Rio de Janeiro que contraiu a doença e depois de buscar ajuda em três UPAS, foi maltratado pelo médico.
Ele descreve a evolução da doença: “há alguns dias apareceram os primeiros sintomas semelhantes ao da covid. Tomei dipirona para a febre e dorflex para a dor muscular. Na sexta-feira apareceu a primeira bolinha, pensei ser uma picada de inseto. No dia seguinte apareceram mais três bolinhas no ombro iguais a primeira. Muito cansaço, dor nas costas e dor anal forte, apesar de eu não ter tido relação sexual recente. No dia seguinte mais bolinhas no calcanhar, sola do pé , costas, coxa…”.
O rapaz informou que foi bem tratado pelas enfermeiras apesar da reação negativa do médico. (Foto de Capa- Uol)
O tema provocou intenso debate no Twitter.