Cartas na Mesa: Entrevista com o acorrentado do cadastro de reserva

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O Cartas na Mesa saiu do estúdio e foi ao encontro do jovem Jorge de Souza, no dia em que este completou 10 dias acorrentado na frente do Palácio do Governo.

Na entrevista de 30 minutos Jorge conta tudo, dos estudos aos esforços inclusive financeiros para cumprir todas as exigências do concurso. Se emociona e se revolta com os políticos. Em campanha, Gladson Cameli (PP) prometeu convocar o Cadastro de Reserva da Polícia Civil: “Só não convocarei vocês se eu não for eleito ou se Deus não quiiser”, disse Gladson durante a disputa eleitoral em 2018. Obteve os votos e o empenho dos cerca de 500 aprovados no concurso e das famílias deles.

As dificuldades começaram quando Gladson assumiu o governo e perduram até o final do terceiro ano de seu mandato de 4 anos.

Até o décimo dia do protesto, ninguém do governo tinha procurado os manifestantes. Coincidentemente no mesmo dia dois assessores do governo: Alyson Bestene e Ítalo Medeiros se reuniram com os manifestantes, mas não levaram nenhuma proposta. “Não houve nada de concreto”, esclarece Jorge.

Enquanto realizávamos a entrevista na frente da Assembleia Legislativa, o governador participava de uma reunião com alguns deputados de sua base de sustentação no andar de cima. Gladson só deixou o prédio quando desmontamos o equipamento. Jorge Souza, o jovem acorrentado, só então teve visibilidade suficiente para o chefe do Executivo que se dirigiu ao encontro dos manifestantes nas escadarias do Palácio, sem entretanto mudar uma vírgula do que vem dizendo: “não pode atender seu pedido no momento por estar impedido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita os gastos com pessoal”. Os integrantes do Cadastro de Reserva, entretanto, garantem que a convocação não provoca ônus para o estado.