Quase todos os quinze comerciantes que mantinham suas famílias com as vendas dos produtos comercializados em barracas no entorno do Igarapé Preto, estão sem trabalhar desde o início da obra. Ou seja, estão sem renda há 5 meses.
Além do transtorno social, a obra também é responsável pelo derramamento de asfalto e de lama dentro do Igarapé Preto e em seu entorno, o que na opinião dos moradores de Cruzeiro de Sul, caracteriza crime ambiental no local que mereceu um projeto de lei para que seja considerado Patrimônio Cultural Imaterial do Acre. Veja Aqui
No início de fevereiro de 2022, foi feita a primeira denúncia. Nenhuma providência foi tomada pelos órgãos de controle.
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Nesta segunda-feira (14), 12 dias depois da divulgação do vídeo acima, os comerciantes fizeram nova tentativa de chamar a atenção para o problema que enfrentam.
Giovane Maciel, representante dos empreendedores do Balneário Igarapé Preto, responsabiliza o governador Gladson Cameli (PP) pelas dificuldades que estão enfrentando e pelos possíveis danos ambientais: ” as 15 famílias que dependem diretamente do trabalho na área estão sendo prejudicadas e continuarão prejudicadas mesmo depois que a obra for concluída. A ideia deles é colocar nossas barracas num local atrás dos banheiros, distante mais de 100 metros do Igarapé e 100 metros da beira do asfalto. Como iremos sobreviver?”, questiona o empreendedor que empregava 10 pessoas até o início da obra.
Em vídeo gravado no local, os comerciantes afirmam que para beneficiar sua própria família o governador do Acre destruiu empregos. Segundo eles, tem gente passando fome por causa disso.
Assista ao vídeo com estas reclamações
Os comerciantes retirados às pressas do local por onde passa a duplicação da estrada tentaram sem sucesso conversar com o governador e afirmam que ninguém foi ver a situação deles, apesar da obra estar impactando o principal ponto turístico de Cruzeiro do Sul, cidade natal de Gladson Cameli. O Igarapé Preto está se transformando em “Igarapé de Lama”, mostram eles.
A duplicação de 11 km da via de acesso ao aeroporto que leva o nome do avô do governador Gladson Cameli, orçada em R$ 36 milhões, está sendo executada por um consórcio de três empresas das quais duas são dos primos de Gladson Cameli, a Colorado e a EMT Construtora LTDA, que pertencem aos filhos do ex-governador Orleir Cameli.
Tal obra vem sendo questionada desde seu anúncio porque no próximo mês, março de 2022, se encerra a obrigação da empresa Gol em operar para Cruzeiro do Sul. A Gol é a única empresa que faz a linha para a Cruzeiro do Sul e está operando há cerca de um ano por força de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado com o Ministério Público. Leia Mais