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Coluna da Angélica- Da cozinha para a Assessoria Jurídica sem escalas
Coluna da Angélica- Da cozinha para a Assessoria Jurídica sem escalas

Coluna da Angélica- Da cozinha para a Assessoria Jurídica sem escalas

1- Da cozinha

Chefs e cozinheiros tem muitos por aí.  Mas na Secretaria de Industria, Ciência e Tecnologia é novidade. Ainda mais para assumir a Assessoria Técnica de Gabinete e a chefia da Assessoria Jurídica. Segundo o Secretário, Assurbanípal Mesquita que fez o pedido de contratação, é “para atender a necessidade de alinhamento das ações da Secretaria, com a finalidade de definir diretrizes e organizar os  fluxos de processos em cada Diretoria e Departamento”.  Se fosse para um setor de tecnologia de alimentos ou até para produzir jantares ou lanches para os funcionários e convidados, a gente até entenderia. Mas na chefia da Assessoria Jurídica o caldo engrossa. Vai que eles erram a mão. Mas o CAS-7 cai todo o mês desde janeiro deste ano. Aguardemos para ver se a receita secreta de Mr Assurbanípal não vai desandar.

2-Raio X

O articulista do site Direto do Planalto, Júlio César Cardoso, fez um Raio X das acomodações políticas em cargos públicos e concluiu que o Brasil está tomado por espertalhões políticos. Na análise, a família Bolsonaro lidera. “Os três filhos mais velhos são parlamentares, as ex-esposas já exerceram cargos públicos, inclusive a atual que agora foi contratada pelo PL”. A filha mais velha de Michelle Bolsonaro, Letícia, foi nomeada com salário de 13 mil  na representação do governo de Santa Catarina,  governado por Jorginho Mello (PL). O namorado de Letícia, Igor, ganhou cargo no gabinete do senador Jorge Seif (PL),  que também já havia dado emprego ao filho mais novo de Bolsonaro, Jair Renan. A irmã de Michelle, Geovanna, está no gabinete da senadora Damares Alves (Republicanos), aliada de Bolsonaro. Diego, irmão de Michelle é assessor especial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (PL).  Léo índio, primo dos Bolsonaro, foi assessor parlamentar do senador do dinheiro escondido nas nádegas Chico Rodrigues (PSB), e da Primeira Secretaria da Casa, quando esta era comandada pelo senador Sérgio Petecão (PSD). E você, desempregado, continua a acreditar nessa corja política que envergonha o Brasil?, questiona Júlio César. Observem a situação no Acre. Se encontrarem diferença me avisem.

3-Em vão

Depois da decisão do Ministro Alexandre de Moraes (STF) de soltar o ex-secretário de Justiça de Bolsonaro (PL), ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e já quase ex-delegado da Polícia Federal, Anderson Torres, fiquei de olho nos lacradores. À espera de matérias promocionais “informando” que Xandão liberou Torres atendendo ao pedido de …este ou aquele parlamentar do Acre. Não veio. Acho que a turma anda meio ressabiada depois dos desmentidos.

4 Amarelou

O deputado federal Luís Lima (PL), que na sessão do dia 10 vociferou com a baba escorrendo pelos cantos da boca que o Ministro Alexandre de Moraes do STF desviava dinheiro das empregadas domésticas para enviar para a Venezuela matar pessoas, voltou atrás na sessão seguinte (11). Pianinho, Lima se desculpou e disse que ao fazer a acusação a Alexandre de Moraes, “estava fora de sua normalidade”, seja lá o que isso signifique. O deputado reconheceu ter se exaltado ao criticar a suspensão do Telegram. É cada prioridade que esse Congresso tem. O país atolado na m3rda e os deputados preocupados com o Telegram. Eles rejeitaram os decretos de Lula (PT) que flexibilizava a obrigação de  abrir licitação para firmar parcerias com empresas privadas dada a urgência de fazer o saneamento no país e ainda comemoraram a vitória. Na verdade trabalham para a privatização do setor o que vai colocar o Brasil na contramão do mundo. Só para se ter uma ideia 884 empresas foram reestatizadas no mundo porque a privatização no setor não deu certo.  É por posturas como estas de um deputado que era nadador, que se avalia a atual legislatura como a pior da história do parlamento brasileiro. Espera-se que os outros pensem em vez de nadar. Ao contrário de Luís Lima.

5-Derrota

De acordo com a OMS, para cada R$1 investido em saneamento, R$4 são economizados em saúde e 80% das doenças em países como o Brasil são causadas pela precariedade do saneamento. Pessoas morrem todo ano em decorrência da dengue, zika e chikungunya. Doenças como diarreia, cólera e outros problemas gastrointestinais estão relacionadas com o saneamento precário. Portanto, quem votou contra a alteração das regras de saneamento propostas por Lula, mantém esta situação. A derrota não foi do presidente. Foi do povo. E foi articulada pelo grupo de Arthur Lira (PP). 295 deputados federais, teoricamente eleitos para defender a população defenderam interesses contrários. O Marco Legal do Saneamento aprovado em 2020 trava a contribuição do poder público na prestação do serviço ao mesmo tempo em que amplia a participação de empresas privadas do setor favorecendo o monopólio privado para servir aos interesses do mercado. Um serviço guiado pelo lucro. O decreto derrotado reparava isso. Estabelecia que a gestão pública pode prestar esse serviço.  Sem lucro. Por isso não há necessidade de licitação. Também retirava o limite de investimento de 25% no setor. Quem paga os salários e benesses dos políticos é o povo. É justo e esperado que cobre. A privatização do saneamento foi colocada em pauta no governo Temer (MDB) e sua ponte para o abismo.

6-Indígenas islâmicos

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados deu visibilidade a ponta de um problema que há anos atinge as comunidades indígenas no Brasil. A cooptação de indígenas por religiões estranhas à cultura deles. Desta vez, debateram a atuação do  grupo islâmico  Asham- Ação Solidária Humanitária do Amazonas. O Asham, na Região Amazônica, atraiu crianças e adolescentes, indígenas, do sexo masculino para aprenderem o idioma turco e árabe, receberem ensinamentos sobre o Alcorão e sobre seguirem uma rotina religiosa (incluindo o respeito às orações diárias e o jejum do Ramadã). Vários jovens indígenas foram levados para a Turquia. Desde 2019, o grupo islâmico tem catequizado dezenas de crianças e adolescentes indígenas da Amazônia para seguir o islã. Não há registro de islamização de indígenas antes disso na história do Brasil. O debate foi uma iniciativa do deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Embora não haja comprovação, alguns pais temem a transformação dos meninos em homens-bomba. Também vem à discussão o tráfico humano.

7-Problema antigo

O problema da evangelização de indígenas no Brasil é tão antigo quanto a colonização. Os jesuítas chegaram ao país 49 anos depois de Pedro Álvares Cabral e iniciaram o processo.   A Igreja Católica passou quase cinco séculos dominando e catequizando indígenas. Os missionários católicos chegaram a proibir as línguas indígenas. Logo depois vieram os protestantes. Em 1577 foi registrado o primeiro culto protestante no Brasil. A presença de missionários formados nos Estados Unidos e que vêm para o Brasil evangelizar começou a aumentar há cerca de 50 anos e se aprofundou no governo Bolsonaro com a nomeação do missionário evangélico Ricardo Lopes Dias para a Coordenação Geral de Índios Isolados. Ricardo substituiu o sertanista Bruno Pereira,  que foi exonerado por pressão de ruralistas ligados ao governo.  De acordo com antropólogos que estudam o fenômeno, a introdução de uma religião estranha é um ataque geral à cultura. Divide a comunidade  entre  crentes não crentes.  Amigos de missionários e os que não são. Os que ganham objetos e os que não ganham. Altera a organização sociopolítica das comunidades a partir dessas divisões internas com a imposição de lideranças, mudanças de comportamento a partir de regras estranhas à comunidade cria a desigualdade econômica e interfer na organização do cotidiano. A estratégia evangelizadora mudou a partir da formação de pastores indígenas. É a chamada terceira onda que iniciou no começo dos anos 2000, com indígenas  evangelizando indígenas. O Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas (Conplei),  reúne mais de 2 mil pastores indígenas.

8-No Acre

Warren Scott Kennell, um missionário da Missão Novas Tribos do Brasil, que trabalhou na aldeia Sete Estrelas, Terra Indígena do Rio Gregório onde vivem os povos Katukina e Yanawawá, foi preso e condenado a 58 anos de prisão nos Estados Unidos por abuso sexual de meninas indígenas na Amazônia brasileira. Scott morou em uma casa próxima da área indígena Katukina na BR-364, entre Rio Branco a Cruzeiro do Sul. Por ocasião da prisão a polícia encontrou 940 imagens pornográficas de meninas indígenas. Algumas delas de 8 anos. O agora ex-missionário atuou a maior parte de seu tempo no Acre em aldeias Katukina, mas  também entre outros povos indígenas.

Bom dia, deputados Gene Diniz (Republicanos) e Tadeu Hassem (Republicanos). Como Vossas Excelências se sentiram na sessão solene em alusão ao Dia da Enfermagem, com o plenário lotado de profissionais depois de terem votado contra o valor dos plantões extras? Mais ou menos assim como se negar a ajudar e na próxima semana ir no aniversário da pessoa? Sem nenhum mal estar? Só para saber mesmo…

Esta é uma coluna de opinião

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