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 73 trabalhadores estão empregados na obra da nova Maternidade 

A construção da nova maternidade de Rio Branco é um marco para a Saúde Pública do Estado do Acre e, antes mesmo da sua entrega, já tem mudado a vida das pessoas na capital. Iniciada em agosto do ano passado, o empenho no local já gerou 73 postos de trabalho diretos para que a estrutura fosse levantada.

Concreto, cimento, andaimes e muitas oportunidades. Esse é o ambiente no canteiro de obras, que fica às margens da Avenida Presidente Médici, no bairro Canaã, na capital.

A Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop) destaca que 20% da obra já estão concluídos e que já foi licitado o serviço para a segunda etapa da construção, que está dividida em cinco fases. O investimento total é de mais de R$ 10 milhões. A primeira etapa está orçada em R$ 29,3 milhões, foi iniciada em agosto de 2023 e tem previsão de entrega para agosto deste ano.

Oportunidade

Enquanto estão envolvidos em uma das maiores construções do estado, os trabalhadores destacam como essa atividade econômica e o fomento na construção civil são importantes para tirar muitas pessoas da estatística do desemprego.

É o caso de Leidiane Santos. Apontadora de obra, ela compõe a equipe que levanta a Maternidade Marieta Messias Cameli. “Estava desempregada há mais de seis anos, quando surgiu a oportunidade aqui. Essas obras são muito importantes, porque geram emprego para todos nós. Então, é um local onde podemos trabalhar, ter nosso dinheiro em dia, e tudo isso é muito importante”, destaca.

Rafael dos Santos também passou um ano desempregado antes do chamado para trabalhar como servente de pedreiro na obra. “Já estou há sete meses ajudando aqui e essa questão do governo apostar na construção civil é boa, porque tira muita gente da rua”, completa.

Grandes obras no estado criam ambiente de oportunidades, com geração de postos de trabalho e renda. Foto: Marcos Vicentti/Secom

E há também quem tenha sido atraído por uma proposta mais lucrativa. O mestre de obras Edmilson da Rocha, o Dema, saiu do antigo emprego para a nova maternidade. Trabalhando na construção civil há mais de 30 anos, diz que esse é o setor responsável por movimentar o cenário econômico.

“A gente vai trabalhando por temporada, acaba um serviço, aparece um melhor e aí a gente vai mudando. Os investimentos são importantes porque, quanto mais obras, mais emprego e aqui no estado as grandes obras são do governo”, pontua.

Para o secretário de Obras, Ítalo Lopes, “obras públicas levam dignidade aos usuários dos serviços públicos, salubridade aos servidores e oportunidades de trabalho e renda aos operários da construção civil, com valorização das empresas locais, fomentando a economia acreana”.

Como será a nova maternidade

No total, cinco fases da obra devem ser entregues, contemplando diferentes setores de atendimento da nova maternidade. Das cinco, a segunda etapa já foi licitada, teve o vencedor homologado e as obras devem começar ainda em 2024.

Com todas as fases prontas, a nova maternidade contará com 150 leitos de enfermaria clínica e obstétrica; 16 salas de pré-parto, parto e pós-parto (PPP); 7 salas de cirurgia e de parto cesariano; 10 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) adulto; 30 leitos de UTI neonatal; 30 leitos de unidade de cuidados intermediários (UCI); e 15 leitos de UCI canguru. A unidade ainda terá a Casa da Gestante, Bebê e Puérpera, para atender gestantes de alto risco.

A Seop destaca que cada etapa pronta é entregue e à Secretaria de Saúde (Sesacre) cabe iniciar os serviços.

Demanda

No primeiro momento, antes mesmo de ser inaugurada, a obra da nova maternidade impacta diretamente na economia do estado. Futuramente, o impacto vai ser na saúde pública, com ampliação do atendimento e uma estrutura predial para acomodar cada paciente. O trabalho que já é feito na Maternidade Bárbara Heliodora vai ser expandido.

Maternidade Bárbara Heliodora tem 74 anos e prédio é tombado

O prédio onde funciona atualmente a maternidade de Rio Branco tem 74 anos e é tombado como patrimônio histórico do Acre – o que impossibilita muitas modificações em sua estrutura. Porém, a equipe se dedica a receber da melhor forma uma demanda de 2,3 mil atendimentos de urgência e emergência por mês.

Construída durante o governo de José Guiomard dos Santos, a Maternidade Bárbara Heliodora (MBA) foi oficialmente inaugurada em 1950 e tem passado por melhorias ao longo dos anos, para atender não só a capital, mas cidades e países vizinhos.

Entre partos cesáreas e naturais, são 383 mensalmente. São 66 leitos e uma equipe multidisciplinar que atende a mãe e o bebê nos primeiros dias, enquanto estão internados. Na maternidade, o bebê já sai com certidão de nascimento, primeiros exames e vacinas em dia e ainda um acompanhamento com especialistas.

Carina Hechenberger, gerente de Assistência da unidade, destaca que a grande expectativa é com o novo prédio, que deve dar mais comodidade para a equipe e também para as pacientes.

A enfermaria atualmente conta com 45 leitos para receber as mães no pós-parto, nos chamados alojamentos conjuntos. E, além da UTI neonatal, que tem capacidade de 10 leitos de unidade de terapia intensiva, conta com mais 10 leitos de unidade e cuidado intensivo, intermediário, além do Canguru, que é uma enfermaria com 8 leitos onde a mãe fica com o bebê em posição canguru, atendendo a um protocolo do Ministério da Saúde. A enfermaria semi-intensiva dispõe de 4 leitos.

“Como a gente atende tudo e a gente atende ‘porta aberta’, hoje o nosso espaço já está pequeno para a demanda. E, havendo uma ampliação, teremos que ter uma contratação de mais profissionais. Nós temos também a maternidade no Juruá, em Cruzeiro do Sul, mas aqui atendemos todos os outros municípios do estado, e, como estamos mais próximos de Rondônia, Amazonas, Peru e Bolívia, somos a unidade de referência para essas pacientes, lembrando que toda a população indígena e ribeirinha vem também para cá”, relata Carina.

A unidade opera sempre com a taxa de ocupação acima de 95% e, mesmo assim, tem bons números relacionados ao atendimento. Segundo a gerente, no ano passado, a unidade registrou um óbito de bebê, cuja mãe já chegou em situação clínica irreversível.

“Nós temos uma alta rotatividade. Felizmente, em um parto normal sem nenhuma intercorrência, a mãe sai 24 horas após o parto, então é uma alta rotatividade, uma mulher sai e outra entra. Quando a gente fala de equipe de trabalho, nós temos uma equipe multidisciplinar, com médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, psicólogo, assistente social, fonoaudiólogo, odontopediatra, temos todas as subespecialidades”, enumera.

Adaptação

A médica pediatra intensiva Socorro Elizabeth de Souza destaca o trabalho em equipe para que os atendimentos sejam efetuados de maneira ágil, acrescentando que a abertura de uma sala desativada há muito tempo foi crucial para melhorar o fluxo de atendimento na unidade.

“O centro cirúrgico da maternidade estava funcionando apenas com duas salas e já estava insuficiente para atender a demanda, além de que a maca que tínhamos não comportava pacientes obesas. Recentemente, a gente conseguiu abrir uma terceira sala que foi totalmente equipada com aparelhos novos, modernos, para atender melhor essas pacientes”, informa.

São modificações importantes, que respeitam o tombamento do prédio, mas que também atendem o aumento do fluxo na maternidade. “A gente fez até cirurgia cardíaca nessa sala, que está equipada até para esse tipo de procedimento. Isso melhorou o fluxo na maternidade, no centro cirúrgico. E como a gente também tem mais anestesistas, melhorou em tudo”, observa.

Nos próximos meses, a equipe espera abrir uma nova sala, a quarta do centro cirúrgico. “Estamos agora aguardando chegar os equipamentos para montar essa sala. O centro cirúrgico está passando por uma reforma, e o piso de algumas salas está sendo reformado”, detalha.

Se a expectativa dessa ampliação está grande entre os integrantes da equipe, mais ainda para quem precisa do serviço. Terezinha Pereira diz que está na expectativa de um hospital mais amplo para atender as mulheres: “Não vejo a hora de ver essa nova unidade, que vai ser muito boa pra todo mundo”.

Já Dayana Souza está grávida de 41 semanas, do seu quarto filho, e acredita que a nova maternidade vai ser um marco no atendimento público e melhorar a vida de quem precisa ser atendido na unidade. “Um local mais amplo significa que vamos ter mais espaço, para atender mais mulheres de forma mais rápida, e isso é muito bom. A gente espera principalmente que [a reforma] reflita nisso, no atendimento”, diz.

Em visita à obra no final do ano passado, o governador do Acre, Gladson Cameli, lembrou o compromisso do Estado com a população: “O trabalho da nossa equipe é feito com empenho e cuidado. Juntos, trabalhamos para atender bem toda a população, garantindo sempre o que há de melhor, desde o primeiro momento de vida das crianças”.

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