Coluna da Angélica: Para onde marcha o PP?

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Coluna da Angélica: Para onde marcha o PP?


Limpando o caminho

Como ficarão os 150 cargos do Solidariedade que são indicação do grupo Milani sob a direção de Moisés Diniz, é a pergunta que corre nos bastidores. Os cargos eram do grupo da deputada Vanda Milani, mas ao que parece o novo presidente não vai abrir mão deles. Os empossados terão um mês para decidir se mantém a fidelidade aos Milani e perdem os cargos ou se dispõem a rezar pela cartilha da nova direção. Como o senador Márcio Bittar (MDB) atuou fortemente para alçar Diniz à condição de presidente do Solidariedade, o óbvio é que o partido apóie a candidatura Márcia Bittar ao senado. A ação enfraquece a candidatura de Vanda ao Senado. Fontes do MDB garantem que Márcio Bittar pretende convencer a senadora Mailza Gomes a desistir de concorrer ao Senado. Deve prometer a título de convencimento, apoio para a candidatura dela à Câmara dos Deputados. Dessa maneira vai limpando o caminho para ter a ex-esposa como colega no Senado.

Fator Mailza

Segmentos do Progressistas não estão satisfeitos com a possibilidade de abortarem a candidatura de Mailza para o Senado. Alegam que a senadora cresceu durante o mandato e tem apoio no Vale do Juruá e no Alto Acre, além da capital e Senador Guiomard. Mailza também tem o apoio das igrejas evangélicas, sem contar que o Progressistas cresceu muito nas duas últimas eleições. Para eles não justificaria uma troca de apoio nesse nível que só bebneficiaria o MDB, independente do partido pelo qual Márcia Bittar dispute. Mailza tem experiência política, Márcia só atuou nos bastidores, afirmam. Aliás, tem dirigente do PP trocando um rim pela descoberta sobre quem aconselha o governador a agir contra ele próprio e seu partido. Empurrou o vice-governador Major Rocha (PSL) para a oposição, fez o mesmo com o senador Sérgio Petecão (PSD) e está repetindo a receita com a deputada Vanda Milani. Gladson também não poderá contar com o apoio do prefeito da capital e tende a criar atritos com o PP de Cruzeiro do Sul.

Poder

Caso se confirmem as alianças esboçadas, todos os caminhos para a volta do MDB ao controle do estado estarão pavimentados. Se como se antevê, Jéssica Sales (MDB), seja a vice de Gladson Cameli (PP) em 2022 e a chapa for vitoriosa, a expectativa é que Jéssica venha a assumir o governo do estado por uma provável disputa de Gladson ao Senado em 2026. O MDB estaria com o governo do estado e com o Senado. O partido também tem a chance de eleger três deputados federais- Flaviano Melo, Roberto Duarte e Mazinho Serafim. Uma máquina praticamente imbatível para ganhar de vez o governo do estado, embora em 2018, o PT também vivesse essa situação e tenha perdido tudo. A política é uma menina travessa, arma labirintos onde faz os incautos se perderem.  A questão é: onde o PP se vê neste cenário?

CPI

Depois de enterrar a CPI da Educação na Assembleia Legislativa, o governo trabalha para evitar a CPI da Led na Câmara de Vereadores. Informações preliminares dão conta de pagamento de 31 mil condutores quando só foram entregues 6 mil unidades. E este seria apenas um dos ítens que os vereadores pretendem investigar. O governo pode até conseguir impedir a CPI na Câmara, mas não terá como deter a investigação sobre a compra de freezers, geladeiras e outros eletrodomésticos que desapareceram. Um Boletim de Ocorrência sobre o sumiço de milhões em eletrodomésticos foi registrado pela administração municipal, mas a dúvida permanece: o pagamento foi efetuado apesar do sumiço? Além disso, como seria possível esconder uma carga tão grande? São detalhes importantes que merecem uma investigação e tem vereador disposto a esclarecer.

CPI II

Embora a primeira CPI de que se tem notícia tenha sido datada como tendo tendo acontecido pelos anos 1200 dC, uma de mais de 300 anos depois é a que nos interessa. Em 1546, em Elvas, Portugal, foi realizada uma CPI para investigar a obra de um aqueduto que não foi concluída. Em seu depoimento o empreiteiro afirmou que teve que entregar a metade do dinheiro para o então corregedor que depois foi promovido a desembargador, Dr Pero Borges. o desembargador, acabou condenado a devolver a metade do dinheiro que pegou do empreiteiro e proibido de ocupar qualquer cargo público em Portugal. O rei D. João III encontrou um jeito. Dois anos depois (1548), o rei de Portugal, nomeou o Dr Pero Borges, Ministro da Justiça …no Brasil. Por compromisso com a exatidão histórica é preciso esclarecer que a nomeação de Pero Borges foi para  Ouvidor-Geral do Brasil,  posto que equivaleria hoje ao de Ministro da Justiça e veio com a missão de assegurar a aplicação da justiça na colônia.

Corrupção

Pero Borges que desembarcou no Brasil junto com Tomé de Souza, primeiro governador-geral do Brasil, recebeu seu salário anual como Ministro da Justiça antes de embarcar para o Brasil. No governo seguinte- Duarte da Costa, acumulou o cargo de Ministro da Economia, então designado como Provedor-Mor da Fazenda. Durante a gestão dele, foi construída a cidade de Salvador. Segundo os historiadores, a obra foi superfaturada em 4 vezes o valor real. Em defesa de Tomé de Souza é preciso registrar que ele denunciou Dr Pero de ter desviado dinheiro da Coroa para construir seus engenhos de açúcar. Duarte da Costa não aguentou o todo poderoso e Dr Pero foi chamado de volta a Portugal, onde nunca chegou. O navio em que ele viajava junto com Dom Pero Fernandes Sardinha, naufragou na costa da Paraíba onde teriam sido devorados pelos índios. A história mostra o quanto a corrupção está entranhada na história do Brasil. Em 2009, o então presidente Lula cunhou a célebre frase: “Se Jesus viesse governar o Brasil, teria que fazer aliança com Judas”.  Pois. Em 2021, Lula está com FHC (PSDB).

Oposição

Parte da oposição ao governo no Acre, sonha com uma chapa Jorge Viana (PT) para o governo e Jenilson Leite (PSB) para o Senado, em 2022. Dizem que Jorge está relutante, mas Jenilson determinado. Jorge Viana é o único nome com densidade eleitoral para enfrentar a Direita, mas estaria sofrendo de um excesso de zelo de seu currículo político, embora a militância esteja disposta a comprar a briga. Tem especialistas no PT que pensam em reproduzir na campanha a divulgação maciça do “Foi Jorge Viana que fez”, para mostrar a diferença de gestão. Já Jenilson é um nome que rompe os limites da esquerda na captação de votos. Sua atuação humanitária como médico é lembrada em todos os segmentos políticos.

Nas pegadas

Na oposição, os deputados Daniel Zen (PT) e Léo de Brito (PT), atuam em sintonia. Zen no Legislativo estadual e Léo no federal. Um levanta e o outro corta.  Zen vem mostrando semanalmente os indícios de irregularidades no atual governo, batendo preferencialmente em suspeitas na área  de Educação e no caso “sombra” do Orçamento Paralelo e a conexão Acre/Goiás. No mais recente vídeo, cobrou uma resposta do governador sobre a situação do Hospital da Souza Araújo que corre o risco de ser fechado porque o governo do estado não renovou o convênio. O hospital abriga os hansenianos remanescentes da política de isolamento compulsório. Caso o hospital seja fechado, os pacientes não terão para onde ir nem como manter o tratamento. Na Câmara dos Deputados, Léo de Brito também não dá trégua. As denúncias de Léo,  somam-se  às do vice-governador no Ministério Público Federal. São opositores qualificados.

…sem trégua

Já a deputada Perpétua Almeida (PCdoB), focada no governo federal, está cobrando do Comando do Exército, uma posição oficial sobre o ex-ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello que participou de um ato político no Rio de Janeiro, junto com o presidente Jair Bolsonaro. O ex-ministro discursou durante o evento.  Pazuello não usou máscara, assim como o presidente Bolsonaro e a maioria das pessoas que estavam no palanque. O evento causou aglomeração. Perpétua provocou o comando: “Se Pazuello não está na reserva, o Exército tem o dever de tomar providências. Isto não é aceitável em nenhuma situação de militar na ativa, sob pena de caracterizar envolvimento político partidário do Exército Brasileiro”. Postou a parlamentar no Twitter e marcou o Exército.

Bom dia governador Gladson Cameli que leva para agendas fora do estado o ex-diretor do Depasa, Tião Fonseca, aquele que foi afastado e preso sob acusação de desvio de recursos. Parece que o poder tem razões que a razão desconhece né?

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