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Pressão de pastores e irmãos de fé por votos tem levado evangélicos a expulsão ou abandono de igrejas em diferentes partes do Brasil, mostra extensa reportagem da BBC.
“A gente se sentiu descartável.” “É como se nós, cristãos, estivéssemos vivendo a própria ditadura dentro do templo.” “Não reconheço mais a Igreja hoje.” “O pastor abandonou a Bíblia pra falar de política.” “É triste ver um lugar sagrado sendo corrompido.” “A perseguição contra os cristãos já começou no Brasil. Só que dentro da própria igreja.”, são algumas das declarações.
Nas palavras dos entrevistados, a perseguição acontece dentro dos próprios templos, puxada principalmente por líderes religiosos que ameaçam com castigo divino ou punição dentro da própria igreja aqueles que discordam da fusão entre política e religião que tem marcado estas eleições.
A BBC News Brasil afirma ter recebido mais de 100 relatos de cristãos, principalmente evangélicos, que narram episódios de pressão ou intimidação dentro dos templos na reta final da eleição.
Por votos, líderes religiosos ameaçam com castigo divino ou punição dentro da própria igreja aqueles que discordam da fusão entre política e religião que tem marcado estas eleições.
Orações por candidatos e reuniões políticas em horário de culto religioso também foram relatados, assim como casos de frequentadores da igreja expostos no altar por discordarem dos candidatos apoiados pela igreja. Muitos dizem que não reconhecem mais a igreja a qual pertenceram a vida inteira.
À reportagem eles contam que, além do voto para presidente, pastores chegaram a indicar nomes e números de candidatos a cargos legislativos no primeiro turno dentro do templo.
A mistura de política com religião não se restringe aos evangélicos. Há diversos casos de católicos que reclamaram inclusive de padres entregando santinho de candidato.
Muitos fiéis de igrejas cristãs abandonaram o credo e segundo pesquisadores, a intolerância religiosa tende a piorar após eleição seja qual for o resultado.
