Marina Silva, ministra do Meio Ambiente pela segunda vez, é a acreana viva mais conhecida e reconhecida internacionalmente, ficando atrás apenas de Chico Mendes, sindicalista que a despertou para a luta dos seringueiros. Chico Mendes liderou juntamente com Wilson Pinheiro, os “empates”, como foi chamada a resistência pacífica em que os seringueiros e suas famílias se posicionavam em frente às máquinas e motosserras para impedir o corte das árvores.
Ela também teve como mentor o então bispo de Rio Branco, Dom Moacyr Grechi que a motivou para a luta social. Abaixo Marina jovem em foto de Isabella Balena.
A ministra do Meio Ambiente, é filha de seringueiros e nasceu no Seringal Bagaço, município de Rio Branco, onde viveu até os 16 anos. Com essa idade veio para a cidade e foi alfabetizada. Ex-aluna do MOBRAL, chegou a Universidade Federal do Acre (Ufac), onde cursou História. À bagagem teórica acrescentou a vivência na floresta onde os seringueiros viviam em sistema de semiescravidão, na extrema pobreza.
A atual ministra nunca escondeu seu passado. Ao contrário, faz questão de destacar até para mostrar que a sua, é uma história de superação. Anos atrás já senadora, ela interrompeu nossa conversa no aeroporto de Rio Branco ao avistar um jovem: “vamos lá? Preciso cumprimentar aquele rapazinho. Cuidei dele quando era bebê, quando eu era empregada doméstica na casa dele”. O reencontro foi emocionante. Não era a senadora, era a babá reencontrando a criança que cuidou. Inesquecível.
Marina ajudou na fundação da CUT no Acre, foi vereadora em Rio Branco, capital do Acre, deputada estadual, senadora e é ministra pela segunda vez. Em sua primeira gestão no ministério do Meio Ambiente criou condições para o controle do desmatamento da Amazônia.
Ela criou o partido Rede Sustentabilidade, com ideais ambientais associados ao desenvolvimento econômico e social. Em 2022 foi eleita a 12ª deputada federal mais votada em São Paulo, estado que elegeu 70 deputados federais.
Repercussão internacional
A acreana que saiu do seringal, analfabeta até os 16 anos, recebeu o Champions of the Earth, principal prêmio da ONU na área ambiental.
- A medalha Duque de Edimburgo, entregue pelo príncipe Philip, do Reino Unido.
- O prêmio Goldman, considerado o Nobel do Meio Ambiente.
- Eleita pelo jornal britânico “The Guardian” uma das 50 pessoas que podem ajudar a salvar o mundo.
Imagem de capa- Rede Brasil Atual