No último ataque de garimpeiros, no dia 10 de maio deste ano, duas crianças foram mortas. Uma de 5 anos de idade, e um bebê de menos de um ano.
A comunidade Palimiu-RR, enviou novo pedido de socorro à Funai, Polícia Federal, Brigada de Infantaria e Selva e ao Ministério Público Federal. Já é o quarto pedido de socorro desde o início deste mês quando os Yanomamis passaram a sofrer ataques diários de garimpeiros ilegais. Em abril, os indígenas interceptaram uma carga de mil litros de combustível dos garimpeiros.
Em 2020, uma área equivalente a 500 campos de futebol foi devastada na Terra Indígena Yanomami, localizada ao extremo Norte do Brasil, entre os estados do Amazonas e Roraima. Quinhentos hectares de floresta Amazônica foram destruídos pelo garimpo ilegal no território indígena. O total de área desmatada é de 2.400 hectares e mostra que o garimpo avançou 30% na terra indígena yanomami em 2020.
A proliferação de novos núcleos invasores mais próximos das comunidades indígenas, inclusive de grupos de índios isolados e a abertura de novas rotas para dentro do território foram detectadas.
O Território Yanomami tem mais de 9,6 milhões de hectares, o dobro do tamanho da Suíça. Junto com área Yanomami localizada em território venezuelano, constitui o maior território indígena coberto por floresta de todo o mundo.
A área é considerada um Eldorado, tendo em vista a abundância do ouro que aflora com facilidade, o que faz dela alvo de cobiça há décadas. Em 1993, houve o massacre de Haximu, quando 16 yanomamis foram mortos por garimpeiros. Caso que se constitui no único crime oficial de genocídio no Brasil.
Tudo começou com o abandono do poder público, em 1986, inclusive da Funai que se retirou da área, os interessados na exploração do subsolo ampliaram uma pista de pouso no território Yanomami, que permitiu o acesso de 40 mil garimpeiros. Praticamente o dobro da população yanomami que chega atualmente a 24 mil pessoas.
Não há um número oficial de mortos em decorrência dessas invasões, mas a estimativa é de milhares de óbitos. Comunidades inteiras desapareceram em decorrência das epidemias, dos conflitos com garimpeiros, ou assoladas pela fome. Os garimpeiros aliciaram indígenas, que largaram seus modos de vida e passaram a viver nos garimpos. A prostituição e o sequestro de crianças agravaram a situação de desagregação social.
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