A Aneel aprovou o aumento de R$ 6,24 em cada 100 KWh consumidos, já no mês de junho.
A chamada “Bandeira Vermelha 2”, que é a mais cara das tarifas extras foi justificada pela Aneel porque os principais reservatórios de água no país estão num nível crítico, devido à falta de chuvas. A seca atinge a região das hidrelétricas.
Quando isso acontece é preciso acionar as usinas térmicas, que têm um custo maior de geração. O custo extra é repassado aos consumidores finais por meio da mudança da bandeira tarifária.
O comunicado da Aneel refere-se a uma “seca histórica”, sem explicar a relação direta disso com o desmatamento.
Reinaldo Kneib, metereologista do Sistema Metereológico do Paraná (SIMEPAR), diz que uma das prováveis causas da estiagem é o desmatamento, em especial da região amazônica. O fenômeno integra o conceito dos “rios voadores”, ( aqui).
A expressão “rios voadores da Amazônia” foi criada para designar a enorme quantidade de água liberada pela Floresta Amazônica em forma de vapor d’água para a atmosfera, sendo transportada pelas correntes de ar, que chegam até a região Sul do Brasil. Parte dessa umidade é “rebatida” de volta para o interior do continente, abastecendo as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, além de outras localidades, como a bacia do Rio
da Prata.
Com o crescente desmatamento, essa umidade diminuiu significativamente, o que pode impactar o volume de chuvas em todo o Brasil.
Dados do INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, revelam que o desmatamento na Amazônia registrado nos primeiros meses de 2021 foi 43% maior que o registrado no mesmo período de 2020.
Em Julho de 2020, 12 Procuradores do MPF pediram o afastamento do ministro do Meio ambiente, Ricardo Salles, acusado de improbidade administrativa por ter agido para desmontar os mecanismos de proteção ao meio ambiente.
Em abril de 2021 o delegado Alexandre Saraiva foi afastado da superintendência da Polícia Federal do Amazonas por ter protocolado uma queixa-crime contra Salles.
Na audiência das Comissões de Legislação Participativa e de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados dias depois do afastamento, o delegado acusou o ministro do Meio Ambiente de tentativa de legalizar irregularidades que provocam o desmatamento ilegal, como grilagem de terra, fraude em escrituras e exploração madeireira em áreas de preservação permanente. Aqui
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), detectou uma movimentação “extremamente atípica”, de R$ 14 milhõesnas contas de Ricardo Salles, entre 2012 e 2020.O que pode significar que o ministro pode ter se associado aos desmatadores ilegais responsáveis pela estiagem e o consumidor de energia elétrica paga a conta.