O jornalista Fábio Pontes diz que o prefeito de Santa Rosa do Purus, Tamir de Sá (MDB), está em busca da licença ambiental para a construção da estrada que deve ligar Santa Rosa à Manoel Urbano.

A distância de menos de 200 Km, mas é uma das mais intocadas pela ação humana justamente por ser inacessível por estradas, além de estar protegida por Unidades de Conservação e Terras Indígenas. A estrada pretendida passa por dentro da Floresta Nacional do Purus.

Fábio Pontes destaca que o “padrinho” do projeto é o senador Márcio Bittar (MDB), que exerce influência sobre as ações tanto do ICMBio quanto do Ibama no Acre. A atual superintendente do Ibama no Acre, Helen de Freitas Cavalcante, advogada ligada aos ruralistas, é uma indicação de Bittar ao ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente). Só para lembrar, Salles é investigado pela Polícia Federal por facilitar o contrabando de madeira da Amazônia para o exterior.

O projeto da estrada contaria ainda com o apoio do deputado Alan Rick (DEM): “Ele tem o domínio político do Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Purus, responsável pela saúde indígena das aldeias na bacia do Purus”.

Com a abertura da estrada, Santa Rosa passaria a estar conectada diretamente com a BR-364 e, assim, com todo o Acre e o Brasil. Este progresso, contudo, tem um alto custo socioambiental, já que as estradas são vetores para impulsionar o desmatamento e a invasão de terras públicas (grilagem) na Amazônia. Leia Aqui

A própria BR-364, entre Sena Madureira e Cruzeiro do Sul, é o exemplo mais recente disso. Desde que sua pavimentação foi concluída, no fim da década passada, o entorno passou a concentrar elevados índices de desmatamento e queimadas nos últimos anos. De 2019 para cá, a região também é alvo frequente de grileiros, que invadem até unidades de conservação.

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