Quando a ex-presidenta Dilma Rousseff, ainda no exercício do mandato, falou em “estocar vento”, usando uma metáfora sobre a dificuldade e o desafio de encontrar meios de fazer a energia eólica ser armazenada para uso não imediato, foi duramente criticada no Brasil e virou meme.
O que se transformou em piada no Brasil foi levado a sério pelos cientistas britânicos. O projeto foi explicado pelo professor Richard Williams, pró-reitor e diretor da Faculdade de Engenharia e Ciências Físicas da University of Birmingham, no Reino Unido, em palestra na FAPESP, durante o evento “UK-Brazil interaction meeting on cooperation in future energy system innovation”, realizado para promover a cooperação científica entre pesquisadores brasileiros e britânicos na inovação de sistemas de energia. Leia Aqui
Três anos depois, em 2018, o Reino Unido anunciou um investimento milionário em pesquisa para utilizar ar líquido para estocar energia proveniente de fontes renováveis.
O princípio físico do processo é relativamente simples. Setecentos e dez litros de ar, resfriados a menos 196 graus Celsius, dão origem a um litro de ar líquido. Esse ar líquido pode ser estocado e, posteriormente, quando entra em contato com uma fonte térmica, volta a se expandir. A expansão do ar é utilizada, então, para movimentar uma turbina, convertendo a energia mecânica em energia elétrica. “Estocada” em ar líquido, a energia estaria disponível para o consumo mesmo em dias nublados ou de calmaria.
Em meados de 2020, a empresa britânica Highview Power anunciou que estava construindo uma enorme instalação de armazenamento que utiliza ar comprimido para fazer uma bateria gigante. Leia Aqui
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