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Gladson Cameli (PP), prometeu a valorização das carreiras de engenharia em 2018. No final de 2021, com salários defasados em 60%, a paciência está esgotando
Em 20 de abril de 2018, o então senador e candidato ao governo do estado, Gladson Cameli (PP), teve um encontro com o Sindicato dos Engenheiros do Acre (SENGE/Ac), no auditório do Centro de Estudos de Línguas, em Rio Branco. Em pauta, a valorização do profissional da engenharia em toda a sua variedade ( engenheiros civis; arquitetos; agrônomos; geólogos e geógrafos).
Na ocasião, Gladson que possui um diploma de engenheiro civil, filiou-se ao Senge.
Dos 407 filiados ao Sindicato, o único que foi reconhecido foi Tião Fonseca que era presidente do Senge quando Gladson se filiou. Fonseca, que foi empossado pelo governador como Diretor-presidente do Depasa acabou preso cerca de 4 meses depois da posse. Ele foi preso em 03 de agosto de 2020, após a Delegacia de Combate à Corrupção e aos Crimes contra a Ordem Tributária e Financeira (Decor), constatar uma série de desvios de recursos públicos na gestão dele no Depasa. Dentre elas, o pagamento de cerca de R$ 500 mil para a empresa da própria esposa.
Os demais engenheiros que prestam serviço para o estado ainda aguardam a promessa de valorização da categoria feita durante a campanha.
Três anos e 8 meses depois da promessa que levou a maioria dos engenheiros a votar em Cameli, a categoria volta a se reunir em assembleia na próxima quinta-feira (9) e não descarta a possibilidade de uma greve: “a greve está na pauta. Vai depender da decisão da categoria. O descontentamento é grande”, informa o presidente do Sindicato dos Engenheiros (Senge/Ac), Cláudio Mota.
Os engenheiros já fizeram greve em 2012 e voltaram ao trabalho com a promessa de atualização salarial em 2014. Atualmente a defasagem salarial consumiu 60% dos salários dos engenheiros. São 8 anos sem reajuste, apesar da atualização gerar um impacto de pouco mais de 1% na folha de pagamento do estado.
Histórico
2018- Em campanha, Gladson se compromete em enviar para a Assembleia Legislativa o projeto de atualização salarial da categoria no dia 03 de janeiro de 2019
6 de janeiro de 2021- Senge informa em reunião com o governador que já tem 12 documentos protocolados, cobrando a promessa de campanha. Gladson responde que vai agilizar para evitar que chegue ao número 13 (número do PT).
Dezembro de 2021- assembleia geral do Senge para deliberar sobre a possibilidade de paralisação.
Assembleia
A assembleia da categoria será realizada no auditório do Centro de Estudos de Línguas em Rio Branco (CEL). No mesmo lugar onde os engenheiros ouviram em 2018, a promessa de Gladson de valorizá-los. O governador foi convidado. Ele pode participar tanto como filiado ao sindicato quanto como governador. Dentre os encaminhamentos em resposta a ausência do governador, está um possível ato de repúdio.
“A culpa é da gestão. Teve três anos para enxugar a folha e fazer as alterações necessárias. Não fomos nós que elevamos as expectativas, foi o governador”, conclui Mota.
Alheio ao descontentamento crescente com o governo dele, o governador continua se comprometendo.
Em janeiro de 2021, disse em uma reunião com o sindicato, referindo-se a Lei Cartaxo: “Este foi um compromisso que firmei com a categoria durante as reuniões que tivemos desde o início da nossa gestão e tenham a certeza que vamos honrar com a nossa palavra. Os engenheiros estão entre os profissionais que tanto colaboram para o desenvolvimento do nosso estado, por isso, merecem ser reconhecidos e valorizados pelo governo”.
Em 17 de agosto deste ano, Gladson Cameli visitou o Crea, refirmou seu compromisso com a instituição, parabenizou a classe pela relevante contribuição com o desenvolvimento do estado e falou sobre a realização de novos concursos públicos com novas vagas para a engenharia: “estamos precisando contratar mais profissionais para atender as demandas”, disse na ocasião.
Foto- Agência de Notícias do Acre
