China expande exercícios militares em áreas a norte de Taiwan

Os exercícios militares promovidos pela China no entorno de Taiwan em resposta à visita da deputada americana Nancy Pelosi à ilha entraram no quarto dia consecutivo neste domingo (7).

O Ministério da Defesa da ilha disse que ao menos 14 navios chineses conduziram atividades no estreito de Taiwan e 22 aeronaves entraram na zona de defesa, no que a pasta descreve como mais uma simulação de ataque à região.

Segundo relato da agência de notícias Reuters, um comentarista da televisão estatal chinesa afirmou que os exercícios promovidos por Pequim se tornariam regulares no entorno de Taipé, acrescentando que “a tarefa histórica de reunificação da China pode ser realizada”.

Os exercícios chineses no entorno da ilha foram iniciados na quinta (4) após a visita de Pelosi, presidente da Câmara dos EUA, ao local. A democrata se tornou a mais alta autoridade americana a visitar a ilha em 25 anos, episódio que abriu a mais aguda crise entre as duas potências desde a Terceira Crise do Estreito de Taiwan, em 1995.

A administração de Xi Jinping voltou a posicionar a reunificação da região como política central para o país, alegando que a tarefa seria essencial para o rejuvenescimento da nação. Apenas 14 países mantêm relações diplomáticas formais com a ilha –um asfixiamento diplomático está em vigor por meio do princípio de “uma só China”.

A China não apenas bloqueou o espaço aéreo e marítimo de Taiwan, como está numa ofensiva intensa nos campos cibernético e de inteligência.

O site oficial de Taiwan caiu e reapareceu com a bandeira chinesa. O chefe da Divisão de Misseis Taiwanesa foi encontrado morto em um hotel, após uma parada cardíaca.

A China proibiu a exportação de areia para Taiwan, um recurso essencial para a fabricação de semicondutores. A decisão afeta diretamente os EUA.

Taiwan é líder no mercado mundial de semicondutores. A Taiwan Semiconductor Manufaturing Co. (TSMC) foi fundada em 1987 para produzir chips para outros fabricantes de dispositivos integrados, com Intel e Nec. Atualmente a TSMC fabrica mais da metade dos semicondutores do mundo e está no centro da cadeia de suprimentos de tecnologia. No segmento de chips de ponta de menos de 10nm, a taiwanesa tem cerca de 90% do mercado mundial.

Segundo analistas internacionais, os exercícios chineses poderão levar as economias pró-ocidente do indo-pacífico ao colapso.  Os mísseis chineses estão caindo na costa japonesa, obstruindo também o fluxo comercial dos japoneses.