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EUA provocam crise com a China e levam o mundo a maior tensão com risco de guerra global

Não bastasse o incentivo a guerra da Ucrânia com o fornecimento de armamentos, os EUA abre agora uma possível nova frente de combate com a China, o que pode arrastar o mundo para uma guerra mundial e caos econômico e social. 

Em um sinal de que a crise gerada pela visita de Nancy Pelosi a Taiwan era esperada, os Estados Unidos moveram 20% de sua frota de bombardeiros furtivos ao radar B-2 para uma base na Austrália, reduzindo em mais do que a metade o tempo em que podem chegar à China. Da base de Amberley, Australia,  os aviões têm autonomia no limite para chegar próximo da região de Taiwan e voltar sem reabastecimento aéreo. De sua base original, Whiteman em Missouri (EUA), a distância é o dobro -12 mil km. A Força-Tarefa é um posto avançado de ataque americano, deslocado por territórios do país no exterior, como a ilha no Pacífico de Guam, ou aliados.

O B-2 Spirit é uma das pontas de lança da dissuasão nuclear dos EUA, capaz de levar mísseis com ogivas nucleares ou convencionais. Ele é conhecido popularmente como bombardeiro invisível por usar tecnologias que dificultam sua detecção, como o desenho em forma de asa voadora e o emprego de materiais absorventes de ondas de radar.

Além dos B-2, na semana passada os EUA deslocaram o porta-aviões USS Ronald Reagan, que fica baseado no Japão, para o mar do Sul da China. Dois navios de assalto anfíbio, o USS America e o USS Tripoli, também navegam por perto, e nesta quinta (4) um avião-espião P-8 Poseidon voou pela costa sul da ilha de Taiwan  enquanto os chineses faziam seus primeiros disparos nas manobras.

China dispara mísseis no maior exercício militar contra Taiwan

Por outro lado a China disparou ao menos 11 mísseis balísticos em direção a Taiwan nesta quinta (4), iniciando os exercícios militares em retaliação pela visita de a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, à ilha.

As armas eram mísseis de curto alcance DF-11, a julgar por vídeos distribuídos pela imprensa chinesa, disparados de um arquipélago chamado Pingtan, que fica a cerca de 125 km de Taiwan. Segundo o governo da ilha eles atingiram alvos na água.

Os exercícios são desenhados para mostrar como seria feito um bloqueio aeronaval da ilha, já que Pequim divulgou seis áreas de manobras em torno do território.

Segundo o Ministério da Defesa de Taiwan, os projeteis foram lançados em ondas sucessivas por duas horas, a partir de aproximadamente 14h (3h no Brasil). A China diz que eles estavam equipados com ogivas convencionais, tornando esse o maior exercício de tiro com munição real no estreito de Taiwan na sua história.

A tática de atingir alvos no mar ou sobrevoar o território inimigo com mísseis é velha conhecida na região, sendo aplicada nos testes da Coreia do Norte sobre o Japão, por exemplo. É bastante intimidatório, mas não houve relatos de pânico em Taiwan, que já está em alerta militar máximo desde que Pelosi desembarcou na ilha, na terça (3) à noite.

A mídia japonesa afirma que 5 mísseis caíram em em águas do Japão, mais especificamente na zona econômica exclusiva japonesa, a cerca de 370 km da costa. Incidente é inédito na história dos dois países, afirma Tóquio.

Mais está por vir, e a tensão é crescente. A imprensa chinesa fala que serão empregados armamentos sofisticados, como o caça furtivo ao radar J-20, um dos porta-aviões do país, um submarino nuclear, o destróier Tipo 52D e uma série de mísseis, inclusive o “matador de porta-aviões” DF-21 e o hipersônico DF-17.

O acirramento de ânimos é o maior entre China e EUA desde a Terceira Crise do Estreito de Taiwan, entre 1995 e 1996, quando mísseis foram lançados na região após o presidente da ilha visitar Washington.

O contexto atual é o da Guerra Fria 2.0, lançada por Donald Trump ante a assertividade crescente de Xi em 2017, que envolve de tarifas de comércio à autonomia de Hong Kong como campos de batalha. O governo de Joe Biden a intensificou, acelerando a montagem de uma rede de aliados no Indo-Pacífico para cercar Pequim e questionar suas reivindicações sobre as águas do principal corredor de comércio do país, o mar do Sul da China.

Ela tomou proporções dramáticas com a Guerra da Ucrânia, iniciada em fevereiro. Moscou é a principal aliada de Xi, que dias antes do conflito havia recebido o colega russo e celebrado uma aliança. Ela não é militar em si, mas o apoio econômico e político que Pequim dá ao Kremlin, além da recusa de Xi de condenar o conflito, é visto pelos EUA como vital para Putin.

Além dos exercícios militares a China deu respostas econômicas: estabeleceu o bloqueio parcial de Taiwan  e requisitos para as companhias aéreas não voarem no espaço aéreo da ilha. Também suspendeu o projeto de 5 bilhões de dólares de fabricação de baterias CATL que criariam 10 mil empregos nos EUA. Estabeleceu o embargo ao fornecimento de areia natural (usada para a fabricação de cimento e vidro) para Taiwan. Suspendeu as compras de peixes e citrinos da ilha. Proibiu as empresas chinesas de cooperar com a Taiwan Democracy Foundation e com a Foundation for International Cooperation and Development.

História de Taiwan

Em 1949, Chiang Kai-shek foi derrotado na China continental e fugiu para Taiwan para onde transferiu seu governo. Chiang Kai-shek liderava o Kuomintang (KMT), o partido nacionalista, formado inicialmente por uma força  nacional-popular  republicana e modernizadora na China. Em 1927, para ascender ao poder no partido e no país, rompeu com essa linha e adotou uma ideologia de extrema-direita. Aliou-se a máfia chinesa, criou um sistema de milícia chamado Mintuan para sujeitar os camponeses, aliou-se também aos “senhores da guerra” que governavam regiões fragmentadas da China e passou a perseguir os comunistas.

Aliado das potências estrangeiras, foi omisso a invasão japonesa à Manchúria, no extremo nordeste chinês. Como o foco dele era a derrota dos comunistas a qualquer preço, ceder a Manchúria parecia um jeito de não ser importunado pelo Japão. Cometeu um erro de cálculo. O Japão imperialista, aliado de nazistas e fascistas, não se contentou apenas com a Manchúria e resolveu invadir a China toda. Desmoralizado, Chiang foi preso e obrigado a se aliar novamente aos comunistas para combater o Japão em 1936.

Derrotados os japoneses e encerrada a segunda guerra mundial, a guerra civil chinesa foi retomada e ao final de 4 anos Chiang foi derrotado pelos comunistas. Chiang então, foge para Taiwan com uns poucos asseclas. A ilha havia sido retomada do Japão. Chiang não conseguiu criar um país. Taiwan continuou a ser uma república da China, apesar da contradição entre o governo da ilha (fascista) e da República Popular da China (comunista). Chiang Kai-shek contava com todo o apoio do ocidente a ponto de representar a China na ONU até a década de 1970. Atualmente a ilha tem uma espécie de democracia representativa com apenas dois partidos-o velho KMT que alimenta o sonho de reunificar a China a partir de Taiwan e o Partido Democrático, direita liberal que quer tornar a ilha independente. O então presidente Donald Trump apoiava o Partido Democrático.

Taiwan cresceu economicamente com o apoio do ocidente, seja por fomento direto ou por nunca ter sido sabotado, embora o resto da China viva sob sanções.

A China tem 980,8 bilhões de dólares em  títulos da dívida dos Estados Unidos. A China empresta dinheiro para os Estados Unidos e fica com  os títulos da dívida norte-americana que funcionam como uma espécie de porto seguro para as reservas cambiais chinesas. Em outras palavras, Pequim empresta dinheiro a Washington na expectativa de que os Estados Unidos possam continuar comprando os bens que a China produz. Ocorre que com a perda de confiança na economia dos EUA, a China está se desfazendo dos títulos da dívida norte-americana.

Foto- Noticias ao Minuto

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