A audiência tentará esclarecer se as mulheres brasileiras foram usadas como cobaias
De acordo com as informações que chegaram à Câmara dos Deputados, o contraceptivo Essure, estava em fase experimental quando começou a ser implantado pelo SUS.
O Essure é um dispositivo de metal colocado nas trompas, considerado uma solução definitiva para a contracepção. Porém, desde 2012, centenas de mulheres colocaram o dispositivo pelo Sistema Único de Saúde e começaram a relatar reações, principalmente dor crônica, mas nos casos mais graves foram relatados sangramento constante , perda de dentes e de cabelos. Algumas mulheres perderam os movimentos e estão em cadeiras de rodas. Só em Brasília existem registros de três mil mulheres com sequelas, mas os casos se espalham por todo o país.
O Essure é um método irreversível que funciona através de dispositivos flexíveis feitos de aço inoxidável, revestidos por uma capa de níquel-titânio que são introduzidos no aparelho reprodutivo. São como pequenas molas que impedem a concepção. Mesmo retirando as minimolas, a única forma de a gravidez ser viabilizada é por meio de técnicas de reprodução assistida.
A iniciativa da audiência pública para debater o Essure, foi da deputada federal Celina Leão (PP-DF), coordenadora da bancada feminina. Será parte das atividades da campanha Agosto Lilás e tem como título “Atendimento às mulheres vítimas do contraceptivo Essure no Brasil”.
A audiência pública está marcada para segunda-feira (16)
Para o debate, foram convidados: o diretor do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde (Dapes/MS), Antônio Rodrigues Braga Neto; o coordenador-geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, Rafael Bernardon; a secretária de Estado da Mulher do Distrito Federal, Ericka Filipelli; o secretário de Estado de Saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto; a presidente da Associação de Mulheres Vítimas do Essure no Brasil, Kelli Luz; e a defensora pública do Distrito Federal, Rita Lima.