O rompante do governador Gladson Cameli (PP), durante solenidade com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL), em Rio Branco, nesta sexta-feira (18), levou o Acre a ocupar novamente as manchetes da imprensa nacional.
No estado governado por Cameli, desde 2019, a reação de Galdson foi considerada negativa e segundo analistas mostrou despreparo para a função, deselegância e desrespeito, tanto para com o presidente da República, convidado de honra, quanto para com o prefeito da capital, não apenas por ser este o chefe do Executivo Municipal, do mesmo partido do governador, mas também pela idade de Bocalom: “Não respeita nem um homem que tem idade para ser pai dele. Flagrante falta de educação. Triste” afirmou um internauta.
Durante a solenidade na Arena da Floresta, o prefeito de Rio Branco foi vaiado por um grupo de cargos comissionados do governo e quando o governador terminou sua fala teria cochichado ao ouvido dele que as vaias tinham vindo do pessoal do governador. Num rompante, Gladson voltou ao microfone, para responder públicamente à conversa reservada, dizendo que “não faz esse tipo de política e “o senhor deveria tapar os buracos da cidade””.
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A vaia ao prefeito Tião Bocalom foi puxada por cargos comissionados de Gladson. Os mesmos que atuam fortemente nos grupos de Whatsapp, contra o prefeito. O pátio do Arena da Floresta estava cheio de ônibus do estado que transportaram os cargos comissionados do governador, segundo testemunhas que questionam: “combustível, servidores, foram usados para fazer política, ou campanha?”.
A situação expõe o racha interno do Partido Progressistas. Mais específicamente, do grupo de Gladson Cameli contra o da senadora Mailza Gomes. Bocalom apoia a candidatura de Mailza Gomes ao senado. Gladson está umbilicalmente ligado ao senador Márcio Bittar (UB), que tem como candidata à mesma vaga, Márcia Bittar, esposa (ou ex) de Márcio. Gladson repete na eleição de 2022, o feito de 2020, quando apoiou a candidatura de Socorro Néri (então pelo PSB), quando o partido dele, PP, tinha candidato à prefeitura de Rio Branco, Tião Bocalom, que venceu a candidata de Gladson.
Nas redes sociais, populares se manifestaram contra o governador. O argumento usado contra a deselegância de Gladson que mandou o prefeito tapar os buracos da cidade, em plena solenidade, foi que Bocalom deveria responder: “devolva os 800 milhões aos cofres públicos que vai dar para tapar todos os buracos das rodovias estaduais”.
Aluns colocaram fotos das estradas, para ilustrar a falta de ações do governo.
Outros simplesmente se manifestaram, mas sem esquecer o desvio de R$ 800 milhões, apontados no relatório da Polícia Federal, na Operação Ptolomeu, que nomina o governador como suspeito de chefiar uma organização criminosa.
Neste sábado, o senador Sérgio Petecão (PSD), também se manifestou sobre o assunto, durante uma reunião com produtores rurais. Veja Aqui
Os servidores da Saúde estadual de Cruzeiro do Sul, cidade natal de Gladson, enviaram um vídeo se manifestando contra o governador.
Sobre a postura requerida de autoridades públicas, José Roberto Marques, fundador do IBC, Instituto reconhecido internacionalmente, Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, com mais de 50 livros publicados, explica: “Nem todas as pessoas que chegam a cargos de liderança sabem, de fato, o que é ser um líder. Isso porque a capacidade de liderar não está somente na posição, mas na conduta: o líder deve ser um exemplo e, por isso, deve apresentar a mesma postura que espera de seus liderados.”
Foto- Ac24horas