Enquanto a inflação castiga a classe trabalhadora, impondo uma perversa transferência de renda do trabalho para o capital, banqueiros e rentistas estão nadando em dinheiro. O lucro dos grandes bancos no Brasil cresceu. Esse lucro fácil e sem limites é impulsionado pelos juros altos, inerentes à política econômica baseada no chamado tripé macroeconômico vigente no Brasil desde 1999, ancorado no câmbio flutuante, metas de superávit primário e metas de inflação. A política de juros do governo federal está atrelada à inflação, segundo uma equação ouvida diuturnamente na mídia: quanto mais alta a inflação, maior a necessidade de elevação dos juros. Só quem não tem do que reclamar são os principais atores do sistema financeiro no país- os Bancos.
Com o juro bancário em alta (a maior em 6 anos foi registrada em 2021), os banqueiros lucram sangrando o bolso de empresas e consumidores que contraem seus empréstimos, além das tarifas elevadas pagas por seus clientes.
Nessa farra do rentismo, o Itaú registrou um lucro 45% superior, 26,9 Bilhões: o Bradesco, 26,2 bilhões, um aumento 34,7%; o BTG cresceu 60% e registrou um lucro de 6,5 bilhões; o espanhol Santander, teve um lucro e registrou um aumento de 7% . O principal banco estatal brasileiro, Banco do Brasil, encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido ajustado de R$ 7,803 bilhões, um aumento de 54,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Em três meses, houve alta de 18%. A margem com crédito foi de R$ 26,196 bilhões, 45% maior que no mesmo intervalo de 2021, e 9,6% maior em três meses, diante do repasse da alta da taxa Selic aos empréstimos, tendência que tem sido seguida por todos os bancos.
O patrimônio líquido do banco ficou em R$ 155,993 bilhões, alta de 7% em um ano.