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Fome, inflação e informalidade desafiam discurso de Bolsonaro sobre 'economia pujante'

Fome, inflação e informalidade desafiam discurso de Bolsonaro sobre ‘economia pujante’

Fome, precariedade no mercado de trabalho e corrosão do poder de compra provocada pela inflação, que se manteve em dois dígitos durante quase um ano, ainda desafiam o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL), em campanha pela reeleição, sobre o Brasil ressurgir com uma economia pujante.

O Brasil registra deflação há dois meses seguidos. A queda de preços explicada pela redução das alíquotas de ICMS sobre combustíveis e energia elétrica tem um lado oculto e perverso: os preços de produtos e serviços caem de forma generalizada em determinado período porque não há demanda e não há demanda porque o poder de compra da população deteriorou e a taxa de desemprego é muito alta. Isso impede que a população consuma e faz com que os comerciantes precisem baixar os preços de produtos que de qualquer maneira não conseguirão ser adquiridos pela população empobrecida. Isso gera um movimento constante com prejuízo para todos. Ou seja, deflação significa economia estagnada. Recessão.

Além disso, é preciso esclarecer que a queda da inflação de julho foi puxada pela forte queda dos preços dos combustíveis e de energia, decorrente especialmente da queda do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Mas o preço dos alimentos, que mais pesam na cesta das famílias mais pobres, continua subindo. Nesse período a inflação de alimentos acelerou 1,3. O aumento no custo da alimentação no mesmo período chegou a 13,43%, embora o ritmo de elevação tenha perdido força em agosto (0,24%).

Comida cara castiga sobretudo os mais pobres, uma realidade diferente da expressa por Bolsonaro, que disse que não existe “fome para valer” no Brasil.

Em discurso nas comemorações do dia 7 de Setembro em Brasília, o presidente chegou a dizer: “Quando parecia que tudo estaria perdido para o mundo, eis que o Brasil ressurge, com uma economia pujante, com uma gasolina das mais baratas do mundo, com um dos programas sociais mais abrangentes do mundo, que é o Auxílio Brasil, com recorde na criação de empregos, com inflação despencando”.

O 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, da Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional), indicou que 33 milhões de pessoas passam fome no país.

“A insegurança alimentar, que é um problema de saúde pública e compromete o futuro da sociedade, está relacionada a diversas causas. O desemprego, a queda do rendimento médio das famílias e a inflação estão entre elas”, afirmou o sociólogo Rogério Baptistini, professor do CCSA (Centro de Ciências Sociais e Aplicadas) da Universidade Mackenzie.

A inflação, que ficou na casa dos dois dígitos de setembro de 2021 a julho deste ano, corroeu o poder de compra dos brasileiros ao longo do último ano.

Os preços dos alimentos estão indiretamente ligados aos dos combustíveis. O litro da gasolina ficou mais barato no Brasil em meio ao corte de ICMS. O movimento de baixa, contudo, não foi acompanhado no mesmo ritmo pelo diesel, afetado por um descompasso entre oferta e demanda.

Na visão de especialistas, outro ponto sensível politicamente para a gestão Bolsonaro é a precarização do mercado de trabalho.

Embora a taxa de desemprego tenha recuado para 9,1% no trimestre encerrado em julho, o número de trabalhadores informais chegou a 39,3 milhões, de acordo com a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada pelo IBGE.

Com informações  de Noticias ao Minuto e Valor Econômico

Foto- Uol

 

 

 

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