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Mara Rocha reafirma tranquilidade em disputa com Márcio Bittar sobre o PL e deve oficializar saída do PSDB

Coluna da Angélica- Mara Rocha se prepara para disputar o Senado em 2026

1- Adversária

A ex-deputada Mara Rocha estará na disputa por uma das duas vagas ao Senado em 2026. O que é considerada uma péssima notícia para o senador Márcio Bittar (União), porque Mara arrebanha os votos da Direita ideológica.  Olhos atentos observam que Bittar não tem grupo e consegue se eleger por se apresentar como o menos ruim no nicho do antipetismo. Talvez por isso atue incessantemente no sentido de “limpar a área”, tirando da disputa os concorrentes. O que lhe valeu nos bastidores políticos a pecha destruidor dos políticos da Direita. Leitor atento nos refresca a memória pontuando que Bittar tomou o partido de Vanda Milani e de Mara Rocha, e tentou a todo custo derrubar a candidatura de Alan Rick (União). Plano que deu errado. Não conseguiu derrubar a candidatura de Alan Rick dentro do União Brasil e Vanda foi abraçada pelo senador Sérgio Petecão (PSD). Pouco antes da saída de Tião Bocalom do PP, Márcio Bittar mesmo manifestando apoio a reeleição de Bocalom teria tentado convencer Mara Rocha a ser candidata a prefeita. Em tempo, Boca queria disputar o Senado em 2026 mas foi convencido por Bittar a disputar o governo do Estado.

2-…forte

Mara Rocha foi outra vítima de Márcio Bittar. Em 2022 ela articulava uma candidatura ao Senado junto a direção nacional do PL. O plano desmoronou quando Bittar soube de suas pretensões. Junto com sua ex-esposa usou sem sucesso Jair Bolsonaro (PL), como uma bengala para conquistar os eleitores de Direita. Vozes roucas dos subterrâneos da política afirmam que em 2022 Márcio Bittar tentou derrubar todos os “companheiros” de Direita” para que sua ex-esposa fosse senadora. Trabalhou para retirar todas as candidaturas de Direita ao senado em 2022. Por conta disso Mara Rocha ficou sem partido e assumiu uma candidatura de última hora ao governo do Acre obtendo mesmo assim mais votos que os dois senadores Márcio Bittar e Sérgio Petecão juntos. Mara obteve 15.007 votos a mais que os votos somados dos dois senadores que  também disputaram o governo. E 42.400 votos a mais que Márcio Bittar sozinho. Na verdade a votação de Bittar em 2022 foi o equivalente a 10% da votação de Mara Rocha. Vale ressaltar que os dois senadores vinham de uma atuação política de 30 anos e Mara Rocha estava em seu primeiro mandato. Na eleição de 2022 Bittar quis repetir da estratégia de sua eleição ao Senado em 2018 quando conseguiu se eleger calcado no antipetismo e muita gente votou nele para evitar a eleição de Jorge Viana (PT). Em 2022 tentou repetir o script de que sua ex-esposa a única opção de Direita e candidata do Bolsonaro. Não deu certo. Imagine com Mara Rocha no caminho.

3-No tempo certo

“Mara já tem partido e será candidata ao senado em 2026. O nome do partido é surpresa e só será revelado bem no futuro para que Márcio Bittar e Cia não tomem seu partido e acabem com sua candidatura novamente”. A garantia é de pessoa da cozinha da ex-deputada  que conhece bem o poder de articulação de Bittar junto aos grupos de comando em Brasília. Para 2026 Mara já tem apoio garantido dos prefeitos Sérgio Lopes de Epitaciolândia e Olavo Boiadeiro de Acrelândia. Ambos são considerados leais à Mara, têm influência política e Sérgio Lopes tem forte chance de ser reeleito. Em tempo, em sua primeira disputa, em 2018, Mara Rocha obteve mais de 40 mil votos. 11.330 votos a mais que a segunda colocada, Jéssica Sales (MDB). Diferença que foi maior que o número de votos obtido pelo deputado Jesus Sérgio (PDT), que foi eleito deputado federal com 9.537 votos.

4-Para refletir

“As instituições não são neutras, nem técnicas, elas são sempre controladas pelo capital nas sociedades capitalistas”.  Alysson Mascaro,  jurista, filósofo e escritor;  Doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito e Professor da USP.

5-Discurso X Prática

Em todas as áreas mas especialmente na política é preciso estar atento ao antagonismo entre o discurso e a prática. Não é porque um político diz uma coisa que se pode acreditar. Olhos atentos levantam o tapete para ver o que tem debaixo. Exemplo disso é o caso envolvendo o vereador de Assis Brasil, Wermyson Martins que foi preso pelo estupro de um menino de 11 anos de idade. O garoto que vendia picolé nas ruas da cidade foi atraído sob o pretexto de comprarem os picolés. Wermyson se apresentava como um político conservador. Defensor dos valores cristãos. Da família tradicional brasileira. É ex-militar e frequentador de cultos evangélicos. Ele foi preso. A família do menino mudou para outra cidade. Mas as sequelas, a criança vai levar para o resto da vida. Veja Aqui. O caso expõe ainda a vulnerabilidade das crianças pobres que trabalham nas ruas. É a pobreza material associada à indigência ética. Expõe a monstruosidade de homens que julgam ter o direito de se apropriarem dos corpos dos outros. Até dos corpos de crianças. Monstro define. Muita atenção ao modelo que junta populismo penal, dogma religioso e disseminação de pânico moral. É a receita para o desastre.

6-Surpresa

A deputada federal Antônia Lúcia (Republicanos), conseguiu aproximar seu mandato da população. Está incansável e se transformou numa grata surpresa ao priorizar as necessidades dos mais pobres. A parlamentar parece ter levado uma injeção de compreensão sobre a realidade social do país e do Acre. Prova disso foi o voto contrário ao PL 709/2023 que estabelece punição a condenados por invasão de propriedade urbana ou rural que ficam proibidos de receber auxílios federais, inclusive o Bolsa Família. O que mostra que sabem que as ocupações via de regra são promovidas pela camada mais pobre da sociedade. Vale ressaltar que só ocorrem ocupações no vácuo do Estado que não realiza a Reforma Agrária e que sem as ocupações de áreas improdutivas, milhões de brasileiros estariam sem produzir alimentos para a própria subsistência e comercialização. Condenados à morte. Parabéns à Antônia Lúcia que justificou seu voto: “Votei não! Votei em prol dos agricultores familiares, pois reconheço os trabalhos que eles desempenham e a importância para o nosso estado e para o nosso país”. Em tempo, o Projeto foi relatado por Ricardo Salles (PL), que responde um processo na Justiça Federal por liderar um esquema de contrabando de madeira extraída ilegalmente da Amazônia para os EUA e Europa, quando era ministro do Meio Ambiente.

7-…e zero surpresa

Não por acaso o PL 709/2023 é de autoria de Marcos Pollon (PL), fundador da Associação Nacional Movimento Pró Armas, o maior associação armamentista do Brasil e principal  representante dos CACs (colecionador, atirador e caçador) no Congresso Nacional. O projeto aprovado pela bancada do “Danem-se os pobres”, abre caminho para atacar militantes do direito pela terra. Entre eles, o PL 8262/2017, de autoria de André Amaral (Pros), que dá o direito dos proprietários rurais solicitarem o uso de força policial para a retirada de ocupantes de terra  sem necessidade de ordem judicial. O que significa um pulinho para a criação de milícias rurais. Os capitães do mato contemporâneos. A expectativa é o aumento da violência contra agricultores e indígenas que já é absurda no Brasil. Em 6 anos, segundo dados de 2022 da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Brasil  contabilizou 2.678 ocorrências de violência contra as pessoas, resultando em 7.344 vítimas. No total, mais de 5,5 milhões de cidadãos foram afetados, em especial, crianças, jovens e mulheres. O trabalho escravo cresceu 113%, em 2021. Não precisa ser uma guerra do agronegócio exportador contra os pequenos agricultores e trabalhadores sem terra.  O Brasil tem uma área total de 8.510.417,771 km², o que corresponde a 1,6% de toda a superfície do planeta, 20,8% da área de toda a América e 48% da América do Sul. Tem terra para todos e os ricos agroexportadores nem precisam de uma bancada que os represente com unhas, dentes e armas. Olhos atentos observam que “Conservador” é um eufemismo de Neoliberal e Extremista de Direita quase sempre é um eufemismo para fascista.

8-Sem novidades

Marcus Alexandre (MDB), permanece liderando as pesquisas. Desde o início. Tião Bocalom (PL), continua correndo atrás. Mesmo com seu grupo ampliado pela adesão do PP come, poeira. E tem a rejeição mais alta entre todos os candidatos o que é decisivo em eleição. A campanha ainda nem começou pra valer. Segundo um analista amigo meu, o adversário do Boca nem precisa fazer nada. Só esperar. Porque quando a campanha realmente começar Bocalom vai cometer equívocos. Perde para ele mesmo. Zero surpresa também para o fato da inclusão (forçada) de Alysson Bestene (PP) na chapa não ter acrescentado nada em termos de intenção de votos. Sozinho não conseguiu manter a candidatura, acompanhado continua o esforço de sem sair do lugar.  Situação que já havia sido sinalizada. Afinal, a filiação da prefeita de Brasileia, Fernanda Hassem, levou mais gente à sede do PP do que o anúncio de Alysson vice de Bocalom. Ponto.

9-Correção

Inácio Moreira é candidato a vereador por Rio Branco pela Rede Sustentabilidade.

Bom dia, deputado Emerson Jarude (Novo). Seria correto dizer que a origem da Operação Ptolomeu é Vossa Excelência? Afinal, foi a Vossa denúncia sobre o álcool em gel na Saúde Municipal que desencadeou tudo né?

Coluna de opinião e reflexão

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