Aparentemente o governo do estado não tem projeto para ZPE
Anunciada como importante meio para contribuir para o desenvolvimento do Acre, a Zona de Processamento para Exportação, voltou ao ostracismo.
A ideia de venda da ZPE foi tornada pública pelo governador após uma viagem à China, em outubro de 2019. Na época, Cameli disse que seriam R$ 27 milhões a mais nos cofres do estado quando falou da possibilidade de venda. Veja Aqui
Em matéria publicada no site oficial do governo, em 31 de outubro de 2019, Cameli declarou: “A mensagem que eu precisava deixar lá na China é que estamos geograficamente posicionados de frente para o Pacífico. Então, se eles vão investir aqui [no Brasil] a convite nosso, porque não começar pelo Acre, onde temos ZPE, área de livre comércio e estamos mais próximos do Pacífico?” questionou.
A intenção foi realizada em 17 de abril do corrente ano, quando a ZPE foi arrematada em leilão do grupo de investidores China Haiying do Brasil. A Zona de Processamento para Exportação que custou aos cofres públicos do estado R$ 27 milhões, foi vendida por R$ 25,8 milhões, com a obrigação da empresa pagar 5% do valor total da compra, em forma de entrada, 25 dias depois de formalizada a compra. A empresa compradora que declara um capital social de R$ 5 milhões, deveria pagar de entrada pouco mais de R$ 1 milhão. O governo informou que iria destinar o recurso a investimentos na indústria local.
A transação foi comemorada pelo Chefe da Representação do Acre em Brasília, Ricardo França, que declarou: “A determinação do governador Gladson é a realização de todos os esforços para levar desenvolvimento para o Acre, porque isso significa gerar emprego, renda e vida melhor para a população. E estou certo de que o funcionamento da ZPE, aliada à expertise internacional e à saída para os Portos do Pacífico, contribuirá decisivamente neste sentido”. Leia Aqui
E pelo tio do governador que ocupa o cargo de Secretário de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), Anderson Abreu de Lima, que disse que este era um “antigo sonho” dos acreanos: “Com a ZPE, o Acre pode mudar de patamar, mudar a realidade do Estado. O primeiro passo foi dado com a venda no leilão, que ocorreu pelo empenho de nossa secretaria e do governo do Estado, de modo a dar a segurança necessária para os investidores acreditarem no Acre. Nossa expectativa é geração de emprego e renda já a partir dos próximos meses…com a exportação, vem a geração natural de emprego e renda…” Veja Aqui
A empresa , na Rua Marechal Deodoro, em Rio Branco, onde funciona o Lojão da China que foi criada no mesmo mês e ano em que o governador sancionou a Lei 3.624, que autorizou o poder Executivo a realizar a alienação de ações da ZPE, não conseguiu efetuar o pagamento da entrada.
A China Haiyng tem entre os seus sócios o ex-auxiliar administrativo de uma empresa de eletrônicos na Zona Franca de Manaus chamado Eric Chhai. O sócio, no entanto, seria o testa de ferro do seu tio Marcos Chhai, um cujo nome verdadeiro é Chhai Kwo Chheng que já foi preso sob acusação de desvio de recursos previdenciários e também foi acusado de fraude em licitação, na tentativa de criar um pólo industrial em Rosário (MA). Veja Aqui
Logo após a venda ter sido cancelada, em nota, o governo do Acre informou que abriria novo edital para leiloar a Zona de Processamento para Exportação, criada em 2010. “O governo do Estado pretende reabrir o leilão em data oportuna, com o intuito de trazer novas indústrias interessadas e como forma de tornar a Zona de Processamento de Exportação ativa, de modo a gerar emprego e renda aos acreanos “, diz a nota da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seitc). Veja Aqui
Quase 5 meses depois do cancelamento da venda, o assunto parece esquecido. Nenhuma palavra sobre o assunto. Questionado sobre o tema, o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia, Anderson Abreu de Lima, tio do governador Gladson Cameli, deu o calado por resposta. A população que “sonhava” com a venda da ZPE, segundo declaração de Anderson, espera a prometida geração de empregos e investimentos no estado enquanto o mandato se encaminha para o último ano.
Foto G1