A Medtrauma contratada por mais de R$ 13 milhões através de dispensa de licitação, tem sede na Avenida Miguel Sutil número 8.000, edifício Santa Rosa Tower, Bairro Ribeirão da Ponte, em Cuiabá, MT. No mesmo endereço funcionam outras três empresas de serviços médicos que estão sob investigação do Ministério Público. Veja Aqui
Coincidentemente, o sócio administrador da Medtrauma, Osmar Chemin, aparece como sócio da Bone Medicina, da Medsin e da Curat, empresas de serviços médicos que estão sob investigação do MPE, do MPF e da PF. Osmar Chemin aparece com participação em um total de 21 CNPJs no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O Ministério Público de Goiás abriu inquérito civil para apurar um possível esquema de contratos superfaturados na Saúde pública do estado envolvendo empresas cuiabanas. Entre as empresas investigadas está a Ultramed Serviços Médicos Eireli, investigada na Operação Curare, da Polícia Federal, deflagrada em julho deste ano em Cuiabá.
Além dela, são investigadas as empresas Bone Medicina Especializada Ltda, Curat Serviços Médicos Especializados Ltda, Medsim Serviços Médicos Eireli e Adop Serviços Médicos Eireli. De acordo com a denúncia apurada pelo MP, as empresas agem conjuntamente para a formação de um cartel, a fim de fraudar contratos emergenciais e licitações. A suspeita é que as empresas atuem como um cartel e possuam ligações societárias.
“A interação entre os sócios na busca por contratos milionários em Goiás é tão intensa que todas as empresas, com exceção de uma, são registradas no mesmo endereço em Cuiabá, na avenida Miguel Sutil, Edifício Santa Rosa Tower. Assim eles avançaram sobre as mais diversificadas áreas de atuação de uma empresa que faz o gerenciamento de mão de obra de médicos e outros profissionais da saúde, como enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas, etc”, diz trecho da denúncia.
O esquema se assemelha ao que foi descoberto na Curare. De acordo com a PF, as empresas atuavam conjuntamente como um cartel, porém, possuem ligações societárias, e firmaram contratos de até R$ 100 milhões nos últimos dois anos com a prefeitura de Cuiabá.
De acordo com a PF, as empresas atuavam conjuntamente como um cartel, porém, possuem ligações societárias, e firmaram contratos de até R$ 100 milhões nos últimos dois anos com a prefeitura de Cuiabá. Leia Aqui
Dispensa da Inao
A Inao foi contratada em julho deste ano através de um processo licitatório de urgência para se responsabilizar pelo setor de ortopedia do Pronto Socorro. A empresa gastou mais de R$ 1 milhão para montar duas salas de cirurgias ortopédicas e equipar as outras. Com uma equipe de excelência, realizou uma média de 15 cirurgias por dia de alta e média complexidade, desafogando a fila de espera. No dia 10 de novembro, menos de 4 meses depois de contratada, a Secretaria de Saúde quebrou o contrato alegando não ter como pagar e deu um prazo de 5 dias para a Inao se retirar do Pronto Socorro.
O representante da Inao, comunicou o fato ao CRM e procedeu a retirada de profissionais e equipamentos.
A medida provocou caos no setor de ortopedia do Pronto Socorro, com filas de pacientes esperando atendimento. A empresa que assumiu o serviço não dispunha de número suficiente de médicos ortopedistas, o que levou a Sesacre a convocar os que atuam em outras unidades, segundo informações de funcionários do Pronto Socorro.
Para atuar no lugar da Inao, foi contratada a empresa Medtrauma Serviços Médicos Especializados LTDA, através de uma dispensa de licitação.
Deputados
Neste feriado prolongado, os deputados Jenilson Leite (PSB) e Neném Almeida (Podemos), fizeram uma visita surpresa ao setor de ortopedia do Pronto Socorro com o objetivo de entender a razão da acumulação de 87 pacientes de ortopedia nos corredores do hospital esperando cirurgia e mais de 600 que estão em casa e aguardam retorno pela regulação.
Os parlamentares conversaram com a direção do Hospital, médicos, enfermeiros, técnicos, pacientes e também administradores da Medtrauma.