1-Encontro com Renan

O convite do senador Alan Rick (União) para o encontro com o Ministro dos Transportes, Renan Filho era para todos os deputados estaduais. No convite lê-se “convidar Vossas Excelências para participar de uma reunião com o Ministro de Estado dos Transportes, Renan Filho…”. Ocorre que apesar do convite no plural parece que o entendimento foi no singular. Nenhum dos deputados com que conversei recebeu o convite. Nem mesmo os parlamentares que integram a Comissão de Transporte. Todos só ficaram sabendo que haveria a reunião com o Ministro, através do pronunciamento do deputado Emerson Jarude (MDB). O 1º Secretário, Nicolau Júnior (PP), também foi. A dúvida sobre a distribuição seletiva do convite permanece.

2-Pedido

Ao tomar conhecimento de tal encontro com Renan para tratar do problema da BR 364, que se não for recuperada pode isolar o Juruá da capital e do resto do Brasil, a deputada Antonia Sales (MDB), pediu para o colega de partido Emerson Jarude esperar pelos demais parlamentares, participar da caravana que vai vistoriar a BR e depois disso irem todos juntos à Brasília para juntamente com os deputados federais e senadores encontrar o Ministro. Jarude respondeu que depois iria com os outros de novo. A ideia dos deputados era filmar e fotografar os trechos que estão ruins, fazer uma espécie de dossiê para levar ao Ministro, com os depoimentos dos prefeitos  e empresários e assim sensibiliza-lo  para a causa. Mas foram atropelados. A BR está tão ruim que um ônibus leva 18 horas para percorrer os 635 km que separam Cruzeiro do Sul da capital.

3-O dia seguinte

O resultado dessa operação é simples. Os que foram ao encontro com o Ministro Renan Filho se apresentam como pai da criança. Difícil será os deputados estaduais que foram esquecidos engolirem este sapo gigante. Afinal, ao contrário de  metade deles que cobra a solução para a situação da BR desde a legislatura passada, os novos deputados federais pegaram a pepeta pelo rabo. Ou seja, recebem louros pelo trabalho alheio.

4-Mau costume

Senadores aumentam o próprio salário e diminuem os dias de trabalho. Com aval do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD),os senadores decidiram se autoconceder semanas reduzidas de trabalho Agora, os parlamentares trabalharão três dias por semana, três semanas por mês. Vão trabalhar terça, quarta e quinta. Detalhe- nas terças e quartas o expediente começa às 14h. Em todas as últimas semana dos meses, o trabalho será remoto e com garantia de pauta tranquila. Na prática, cada senador só precisará trabalhar nove dias por mês em Brasília.  Lembrando que os senadores aumentaram seus salários para 41,6 mil, o que vão receber já a partir do mês de abril. Mas a conta não fecha aí. Senadores têm ainda auxílio-moradia de 5.500 (valores de 2022); serviço médico pago pelo contribuinte para eles e seus familiares e o direito a reembolso caso tenha despesas médicas fora do Senado; verba para contratar de 12 a 50 assessores e cota parlamentar para cobrir despesas com hospedagem e passagens aéreas. Se um deputado federal custa cerca de 230 mil por mês aos cofres públicos, imagine um senador. Ah se o resultado fosse compatível com o gasto!

5-Boca, o europeu

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PP), parece ter deixado uma pedra solta na Alemanha. Em pouco mais de dois anos já arruma as malas para a terceira viagem à Alemanha. Leva com ele, um funcionário do Gabinete Militar e um diretor  da Secretaria  de Desenvolvimento e Turismo. Eles devem ficar na Alemanha de 7 a 11 de março com gastos em Euros, custeados pela prefeitura de Rio Branco. Cada euro está custando 6.16 reais neste início de março, com possibilidade de chegar a 6.37. Ou a prefeitura da capital “tá podendo” ou o dinheiro para as viagens está saindo daquele montante de mais de 100 milhões que Bocalom disse ter economizado. Economizou para viajar? Ou vai buscar o ônibus elétrico esquecido na última viagem? Gute Reise prefeito. Na volta uma cidade esburacada e cheia de problemas te aguarda. E não é articulando umas poucas palavras em alemão que você vai resolver.

6-Mulheres do ano

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, é a primeira brasileira na lista de Mulheres do Ano da Revista Time. Ela foi eleita uma das 12 mulheres do ano de 2023. Anielle é irmã de Marielle Franco, ex-vereadora  do Psol do Rio de Janeiro que foi assassinada em março de 2018, quando investigava as milícias que atuam no RJ.  Marielle era uma ativista política contra racismo e violência policial, moradias precárias, machismo e LGBTfobia. Criada na favela da Maré, era Socióloga com mestrado em  Administração Pública. O crime ainda não foi solucionado.

7- Mulheres do Brasil

Levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Datafolha mostra que 35 mulheres foram agredidas por minuto no Brasil durante o ano de 2022. Isto significa que 18,6 milhões de brasileiras foram agredidas verbal ou fisicamente em um ano. Exatamente  no mês da Mulher, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom vetou o Projeto que beneficiaria as mulheres vítimas de violência doméstica com casas populares.

8- Tiro no pé

O União Brasil, partido do Ministro das Comunicações, aquele do projeto do Dia do Cavalo, que requisitou avião da FAB e diárias para um compromisso em São Paulo e foi visto em leilão de cavalos de raça, deu 28 assinaturas para a CPMI que tem por objetivo investigar os atos terroristas de 8 de janeiro. Investigação que tenta culpar o governo Lula (PT). Mais um tiro no pé da oposição. O artigo 50 da Constituição Federal não permite convocar presidente da República, mas ex-presidente pode ser convocado e até ser conduzido coercitivamente. Vão ter que se ver com Jair Bolsonaro. Uma coisa Lula e Bolsonaro têm em comum- aliados aloprados.

9- Se deu mal

Sandro Fantiel, vereador de Caxias do Sul (RS) que fez um discurso preconceituoso contra nordestinos encontrados em situação análoga a escravidão em vinícolas do Rio Grande do Sul, se lascou. O Patriota o expulsou do partido no dia seguinte ao discurso e a Câmara de Vereadores de Caxias do Sul abriu nesta quinta-feira, o processo de cassação do mandato dele. A reação é pedagógica, para que os políticos aprendam que não podem usar os mandatos como escudo para cometer crimes. Sem mandato Fantiel vai ter bastante tempo para testar seus dotes de enólogo, embora possa não ser tão bem tão bem recebido nas vinícolas, exatamente por não ter mais mandato. É pau para lamber sabão e pau para aprender que sabão não se lambe. A abertura do processo de cassação foi aprovada por unanimidade.

10- Volta, Randson

Em Marechal Thaumaturgo, populares iniciaram a campanha “Volta, Randson”, para sensibilizar a a família do ex-prefeito Randson Almeida. De acordo com informações, a família do ex-prefeito não vê com bons olhos o retorno dele a política, mas a população saudosa de uma boa administração pede a volta do piloto que administrou o município de 2009 a 2012.

Bom dia deputada Michelle Melo (PDT). Por que será que seus liderados estão tiriricas com seu vídeo espalhado nas redes sociais? Aquele que diz que a sua função como líder do governo é fazer a ponte entre quem precisa e o governo. O vídeo mostra reuniões com os integrantes dos cadastros de reserva e outros trabalhadores e a deputada. Sem nenhum outro parlamentar. Como se os demais não tivessem tido nenhuma participação.  Pegou mal excluir seus liderados né? É verdade que os deputados estão cobrando que o governo lhe forneça O Manual prático do Líder?

Esta é uma coluna de opinião

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Imagem- Blog do Jota Barbosa