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Coluna da Angélica- O inferno astral político de Bocalom

1-Atestado

Estão tentando passar um atestado de burrice para a população brasileira. Refiro-me ao caso dos dois presos na Operação Trapiche, sob a acusação de estarem tramando um ataque terrorista no Brasil. Minority Report made in Israel. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu disse que Polícia Federal do Brasil contou com a colaboração do Mossad, serviço secreto israelense. O eficientíssimo Mossad descobriu que dois homens no interior do Brasil, com ligações com o Hesbollah pretendiam realizar ator terroristas em território brasileiro. O Mossad. Que não conseguiu prever o ataque do Hamas. Mesmo tendo sido avisado pelo serviço secreto do Egito. Ou seja, descobrem dois terroristas a 11.440 km de Jerusalém e passam batido a um grupo armado formado por 30 mil homens distante apenas 76 km da sede do Mossad. Seja como for, inauguraram no Brasil a prisão por prevenção. Por outro lado, a Polícia Federal que não conseguiu prever os atos terroristas de 8 de janeiro, mesmo com os milhares de tresloucados que se dirigiam à Brasília em caravanas, pega dois suspeitos de relações com o Hesbolah. Flopou.

2-…de burrice

O Hesbollah é uma organização política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita libanesa ligada ao regime fundamentalista do Irã. Quem atacou Israel foi o Hamas. Grupo político palestino. Por que raios o Hesbollah atacaria em território brasileiro? Não faz sentido o Hesbollah explodir sinagogas no Brasil. O Hesbollah é ligado ao Irã e o Brasil acabou de aprovar o ingresso no Irã nos BRICS. Não tem lógica cometerem atentados no Brasil quando nem estão acontecendo em outros países. Faltam peças nesse quebra-cabeças. Ou sobram. O certo é que não encaixam.

3-Estranho

Estranho o governo brasileiro ter autorizado essa operação e o Ministro Flavio Dino ainda dar declaração sobre desmontar células terroristas no Brasil. Não há no Brasil previsão de prender por suposição de futuro cometimento de crime. No Brasil ser ligado ao Hesbollah não é crime. O Hesbollah não é considerado grupo terrorista. Não no Brasil. Aliás, a tríplice fronteira  tem muitos libaneses muçulmanos que seguem à risca os preceitos da religião deles. Assim como o Hesbollah. Aliás, Hesbollah significa Partido de Deus.

4-Esdrúxula

A atuação do embaixador de Israel no Brasil,  é um exemplo de falta de diplomacia. A Convenção de Viena que normatiza as Relações Diplomáticas estabelece que os diplomatas têm o dever de não se imiscuir nos assuntos internos do Estado onde estão. Todos os assuntos devem ser tratados com o Ministério das Relações Exteriores. Ao convidar parlamentares de oposição ao governo para a exibição de imagens contra o Hamas, dentro do prédio da Câmara dos Deputados, Daniel Zonshine passou por cima do governo federal e da presidência da Câmara. Atuou como agitador político sem máscara. O embaixador de Israel não pode ser o líder da oposição ao Governo Brasileiro. Não é função de embaixador interferir na nossa política interna. A reunião aconteceu exatamente enquanto Israel mantinha 34 brasileiros reféns em Gaza e a PF cumpria a Operação Trapiche. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi um dos convidados. Olhos atentos observam a intenção de um golpe contra o presidente Lula e de criar aqui um Juán Guaidó made in Brazil. Desrespeitou o Brasil, o governo e o povo brasileiro. Mas Israel, está se lixando para a quebra de protocolo em qualquer lugar do mundo. Como donos do dinheiro do mundo, impõem e pronto. Já fizeram o mesmo com os EUA. Em 2015, no governo Barack Obama, Benjamin  Netanyahu em pessoa foi ao Congresso estadunidense levantar os congressistas contra a negociação do governo sobre o programa nuclear do Irã de extrema importância para Obama que pretendia a reconciliação dos EUA com o Irã que estavam estremecidas há mais de trinta anos. O pronunciamento de Netanyahu com a intenção de minar a autoridade dos EUA foi feito sem consulta à Casa Branca. Em protesto contra a atitude de Netanyahu, mais de 50 senadores se ausentaram. No Brasil de alma viralata, a oposição compareceu  e posou para foto com bandeiras de Israel. Inclusive Jair Bolsonaro.

 

5-Contra a parede

Israel manteve o governo brasileiro contra a parede durante cerca de um mês, com 34 brasileiros reféns em Gaza. Qualquer vírgula fora do lugar poderia resultar na morte dos brasileiros que estavam na Palestina. O governo Lula atuou de maneira exemplar nesse contexto inglório e conseguiu libertar os brasileiros. Durante todo esse tempo o  embaixador de Israel no Brasil mentiu descaradamente sobre a questão.  Ora culpava o Hamas por não liberar os brasileiros, ora o Egito por não liberar a passagem deles. Inconsistente. Nem o Hamas teria motivos para querer manter os brasileiros debaixo de seus olhos nem o Egito teria motivo para não liberar a passagem deles, afinal o avião presidencial do Brasil estava de prontidão para transportá-los. Além disso quem faz a lista dos nomes dos que podem sair da Palestina é Israel. O problema é que mesmo com os brasileiros fora da zona de conflito o Brasil não deverá romper relações com Israel por causa das afrontas e provocações. Se romper, o governo brasileiro poderá ser acusado de apoiar o Hamas. O que pode provocar uma nova invasão de mentes como ocorreu a partir de 2013 e culminou com o golpe que retirou Dilma Rousseff (PT), do poder em 2016. Lembrem-se que a então presidenta Dilma bateu contra o uso da moeda dos Estados Unidos ser a única em transações do Mercosul e dos Brics. Em tempo, o Brasil está na disputa pela presidência da Interpol. Seu principal adversário são os EUA com o apoio de Israel. Tem muita coisa em jogo.

6-Guerras & guerras

Os EUA têm 247  anos e em apenas 16 anos não estiveram envolvidos em guerra. Eles possuem 800 bases militares espalhadas pelo mundo. Mantém sua economia a custa de guerras criadas e fomentadas por eles mesmos. Seu lucro vem da indústria bélica. Investiram 77 bilhões de dólares no apoio a Zelensky na guerra da Ucrânia. Até agora investiram outros 3,8 bilhões de dólares em ajuda militar a Israel no conflito de 2023. Além de aplicar na indústria armamentista, os EUA lucram com a reconstrução dos países destruídos através das empresas estadunidenses. Exemplo claro disso foi a destruição do Iraque sob o falso pretexto desse país possuir armas biológicas. Os EUA bombardearam o Iraque de 2003 a 2011. Em 2018, mais de 100 empresas estadunidense trabalhavam na reconstrução do que eles mesmos destruíram. Além desses lucros, os EUA usam os territórios invadidos como laboratórios de testes da indústria armamentista.  Na Palestina, agora em 2023, estão testando uma nova versão do míssil R9x que ao se desintegrar joga lâminas para cortar as pessoas. Por isso o R9x é chamado de bomba ninja.  A versão inicial desse míssil também conhecido por Hellfire (fogo do inferno), foi usada em ataques na Líbia, Síria, Iraque, Iêmen e Somália. Ele é fabricado pela empresa Lockheed Martin. A maior produtora de artigos militares do mundo que tem como maior cliente o Departamento de Defesa dos Estados Unidos que poderia ter o nome de Departamento de Ataque ou Departamento da Destruição.

7-Desafio

Meu leitor é esclarecido. Não se contenta com a superficialidade com que os temas são tratados. Choca-se com o senso comum dos que tentam reduzir as questões a Esquerda e Direita, de quem nem sabe o que isto significa. Mentes tortuosas entendem Direita como defensora de valores morais. Pausa para o espanto. Meu leitor não toma posição a partir desse jogo para a galera. Por isso sinto-me com liberdade de fazer um desafio. Por que Jair Bolsonaro e suas viúvas? O que essa gente trouxe de bom para o país? Para a nossa rotina diária? Respostas no meu e-mail disponível no fim da coluna. O jornalista e escritor Ruy Castro publicou os motivos de sermos gratos a Jair Bolsonaro : “Ao tentar destruí-la, ele nos ensinou o valor da democracia. Nesta, a corrupção existe e pode ser combatida. Numa ditadura, a corrupção é até em maior grau, mas não podemos sequer denunciá-la. Bolsonaro levou quatro anos martelando que em seu governo não se roubava, como se os bilhões que usou para comprar os votos da reeleição fossem filantropia. Se reeleito, isso se cristalizaria como verdade. Engana-se quem diz que seu governo é “para esquecer”. Ao contrário, temos de lembrá-lo dia a dia, para aprendermos como se tentou armar a maior teia antidemocrática da história da República”. “Governo Forte” não é o que faz o que bem entende é o que promove o bem estar de seu povo. Não é o que arma o povo mas o que promove a paz para que as armas não sejam necessárias. Olhos atentos observam que politizado não é que discute picuinhas políticas. Este é fofoqueiro. Politizado é o que se informa, estuda os dois lados da questão. Analisa.

7-Inferno astral 

O prefeito de Rio Branco Tião Bocalom (PP) está em pleno inferno político astral. A boa notícia para ele é que está acostumado. A conjuntura planetária foi desfavorável a ele desde que assumiu a prefeitura da capital. A má notícia é que o longuíssimo inferno astral político que deve se estender até o fim do mandato, entra agora em sua fase mais crítica: a pré-campanha pela reeleição. O problema do transporte coletivo na cidade que se arrasta há décadas, estourou. Protestos e manifestações populares estão marcadas. Fica a lição- problema não resolvido, assume proporções gigantescas. Para completar, a oposição alimenta a má vontade dos astros com o prefeito. Está todo mundo contra Bocalom. Ou melhor, Tião Bocalom está no meio de um fogo cruzado entre os partidos aliados do governo do Estado e os Unidos da Oposição. Leva tiro de todo o lado. Vai ser uma batalha difícil. Mas não impossível.

8-Batata quente

Ney Amorim (Podemos), inicia sua gestão na pasta dos Esportes com uma bolada nas costas jogada pelo deputado Emerson Jarude (Novo). A decadência da Cidade do Esporte, no entorno do Arena da Floresta. São tantos problemas que o menino Ney vai precisar de muito mais que determinação e empenho. Vai precisar de mágica. Oxalá descubra o caminho dos magos. O Acre agradece.

 

Bom dia,  vereador Ismael Machado (PSDB). Vossa Excelência poderia explicar em que sua proposta de transformar a Bíblia em patrimônio cultural e imaterial de Rio Branco vai melhorar a situação da população da capital? A partir da aprovação vai dar um “descontim” na tarifa da Energisa ou nos caixas de supermercado para quem possuir uma Bíblia ? Quem sabe reduzir o preço dos aluguéis na cidade? Pergunto porque a batalha dos moradores de Rio Branco é pela sobrevivência e Vossa Excelência assim como seus pares deveria estar engajada em melhorias reais para a população. Deixar que Deus resolva suas questões espirituais. Afinal, como onipotente Ele não precisa de Vossas ajudas ao contrário do povo que tem que matar um leão por dia né?

Esta é uma coluna de opinião e reflexão

Contato- [email protected]

Imagem- Uol

 

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