O governador Gladson Cameli (PP), vetou integralmente o projeto do deputado Gérlen Diniz (PP) que estabelecia a obrigatoriedade da Energisa avisar o corte de energia elétrica com 48 horas de antecedência. O projeto aprovado por unânimidade na Assembleia Legislativa também exigia que o documento avisando o corte devia ser acompanhado da assinatura de recebimento para ter certeza que o consumidor estava avisado.
O projeto de maior alcance social apresentado pelo ex-líder do governo, Gérlen Diniz, garantia ao consumidor um prazo para saldar a dívida e evitar a perda de alimentos e outros transtornos como o de chegar em casa depois de um dia de trabalho e encontrar a casa sem luz.
Estabelecia ainda que em caso de descumprimento, a Energisa seria multada e o dinheiro da multa seria revertido ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor.
Na justificativa de veto enviada pelo governador à Assembleia Legislativa, não existe uma linha em defesa do consumidor acreano. Gladson Cameli discorre sobre a competência privativa da União e afirma que “estabelecer regras estaduais impede a repartição equânime dos custos de todo o sistema dificultando a formação de custos e tarifas entre as empresas concessionárias” É exatamente essa “repartição equânime” que torna a energia elétrica tão cara no Acre. Em reunião na Aneel, a bancada federal do Acre foi informada que um dos motivos da tarifa tão alta no estado é o resultado do baixo consumo de energia no estado por não haver indústrias. Não tem indústrias porque o governo do estado não investe em atrativos para que indústrias se estabeleçam no estado.
Como senador, Gladson não fez nada para impedir a privatização da distribuição de energia no estado, apesar de procurado pelos dirigentes do Sindicato dos Urbanitários que tentaram esclarecer os parlamentares sobre os problemas que acompanhariam a privatização e que seriam arcados pela população.
Foto- Folha do Acre