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O deputado Gérlen Diniz (PP), afirmou que o governador Gladson Cameli, do mesmo partido do parlamentar, não mandou agredir ninguém porque “não é da sua índole esse tipo de atitude”. Diniz referia-se à desobstrução da AC 405, ocorrida nesta segunda-feira (21), com forte aparato policial e que resultou na prisão de duas lideranças rurais.
A declaração do deputado confronta-se com os vídeos e depoimentos dos participantes que mostram estouro de bombas e reclamam do uso de spray de pimenta. Nos vídeos é possível observar a presença de crianças durante a operação policial.
Segundo Gérlen Diniz, ninguém acredita que o governador Gladson Cameli tenha algo a ver com a truculência, cacetetes e gás de pimenta. “O governador pode ter defeito, mas não é ditador. A imprensa publica o que quer e o governador não manda retirar”.
A foto mostra o momento em que o líder rural é contido por um forte aparato policial e levado preso.
O confronto entre policiais e produtores rurais aconteceu nesta segunda-feira (21), quando os moradores da Linha do Deracre, interromperam o tráfego da estrada que liga Cruzeiro do Sul a Mâncio Lima para chamar a atenção do governador sobre a promessa feita por ele durante a campanha eleitoral. Em 2018, candidato ao governo, Gladson prometeu asfaltar os 5 km do ramal em seu primeiro ano de governo. A promessa foi refeita em 2021. Vendo o mandato de Gladson Cameli se aproximar do final sem que a promessa fosse cumprida, os moradores decidiram cobrar, interditando o tráfego. Veja Aqui
Jonas Lima (PT) que é da região, afirmou que o ramal reivindicado é fundamental para o escoamento da produção e que no local se produz a melhor farinha da região e reafirmou que os manifestantes rurais foram recebidos à bala de borracha e spray de pimenta: “eles são acostumados a colocar veneno no capim e disseram que nunca os olhos arderam tanto como com o spray de pimenta. A comunidade paga imposto. Cadê quase 1 bilhão que a Polícia Federal diz que foram desviados? Gladson não mandou assentar um tijolo para casa popular. Defender um governo desse é pedir para não ter mandato”.
Os dois líderes rurais que passaram mais de 7 horas presos, gravaram um desabafo ao serem liberados. A revolta contra o governador dá o tom.
O deputado Jenilson Leite (PSB) lembrou a Gérlen Diniz que a truculência não é estranha ao governador Gladson Cameli. Jenilson refrescou a memória do ex-líder do governo na Assembleia Legislativa, ao lembrar da votação da Reforma da Previdência, quando o prédio foi cercado pela polícia por ordem de Gladson para impedir que os funcionários públicos entrassem no prédio.
“Na reforma da Previdência aconteceu o inédito na história do legislativo acreano. A Assembleia cercada por polícia, barreira para os funcionários públicos não poderem entrar…caminhonetes…motos…só faltaram os helicópteros. Foi uma ação truculenta. Então não dá pra dizer que o governador não tem histórico de truculência. Colocar a polícia para resolver reivindicações políticas como foi o caso da votação da reforma e da cobrança da promessa de campanha dos produtores rurais, não é exemplo de democracia. Não é maneira democrática de dialogar com quem reivindica”, analisou Jenilson.
O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), ironizou: ” deputado Gérlen, vou lhe fazer um convite para visitar o Pentecostes para vossa excelência saber direitinho da “delicadeza” que foi a desobstrução”.
