Amostras coletadas do esgoto detectaram o vírus da poliomielite
O Estado de Nova York decretou estado de emergência após constatar a presença do vírus da poliomielite em amostras de água de agosto do condado de Nassau, em Long Island.
A ordem, que foi assinada nesta sexta-feira (9) pela governadora Kathy Hochul, aumentou a rede de locais que podem aplicar vacinas contra a doença.

O Departamento de Saúde de Nova York autorizou que médicos e enfermeiros certificados podem realizar a aplicação da vacina.
“Não podemos arriscar com a poliomielite”, disse a comissária de saúde de Nova York, Mary Bassett. “Se você ou seu filho não estão vacinados ou não estão com as vacinas em dia, o risco de contrair a doença paralítica é real. Peço aos nova-iorquinos que não aceitem nenhum risco”.
Morados de Nova York que tiveram contato com pessoas contaminadas, mesmo com o esquema vacinal completo, devem receber um reforço vitalício, de acordo com o departamento.
Já quem se expôs a águas residuais “podem considerar um reforço”, orientou a autoridade de Saúde do Estado.

Quase seis décadas depois, o pesadelo da paralisia infantil volta a assombrar. Uma das doenças mais temidas do século passado, quando vitimou centenas de milhares de crianças em todo o mundo, a poliomielite só foi controlada no Brasil em 1990, após a introdução de vacinas eficazes nas décadas de 50 e 60. E, meio século depois, volta a precisar da adesão maciça da população a campanhas para manter a cobertura vacinal a níveis seguros para evitar o retorno da pólio.
Poliomielite
Também conhecida por paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2, 3), que pode infectar crianças e adultos por via fecal-oral (através do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas) e provocar ou não paralisia.
Os sintomas mais frequentes são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação (prisão de ventre), espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Nas formas mais graves instala-se a flacidez muscular, que afeta, em regra, um dos membros inferiores.
Sequelas
Após atacar o sistema nervoso (medula e cérebro), o vírus pode causar paralisia permanente (sem cura), insuficiência respiratória (dificuldade do pulmão em realizar as trocas de gases) e até a morte. Em geral, a paralisia se manifesta nos membros inferiores e é mais comum que afete apenas uma das pernas.

Foto de capa-Jornal Opção