Coluna da Angélica- The best…?

Não está sendo fácil para os prefeitos. Só em Santa Catarina já são 15 prefeitos presos por suposto esquema de corrupção na licitação de lixo. Por aqui a gente conhece este problema. O ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Iderlei Cordeiro (PP), também enfrentou problemas nessa área. No Paraná, o prefeito que casou com uma menina de 16 anos está sob a investigação do Ministério Público. Hissam Hussein, já foi preso duas vezes pela CPI do Narcotráfico (1990 e 2000) e foi indiciado por envolvimento com tráfico de drogas, furto e desmanche de veículos, concussão, extorsão, corrupção ativa e passiva. No Maranhão, o prefeito de Carolina, Erivelton Neves (PL), virou réu por dopar amante grávida e fazer aborto sem o consentimento da moça. Erivelton que é médico, fez a campanha baseada na defesa da família e contra o aborto. Ele usou o slogan “Família, onde começa a vida. E o amor nunca acaba”. Na foto de campanha, aparecia ao lado da esposa, mas mantinha um relacionamento com a moça em quem realizou o aborto. A denúncia contra o prefeito hipócrita é do Ministério Público. Observe uma característica bem marcante de um hipócrita: na vida pública se diz temente a Deus, defensor da família e dos bons costumes. Na vida particular são capazes das maiores aberrações. Quem tem uma vida realmente correta não anda arrotando isso na cara dos outros, apenas vive. 

Em 2022, a renda dos trabalhadores no Brasil caiu na ordem de 7%, enquanto os diretores das empresas tiveram 15% de aumento e os ganhos dos acionistas avançaram 24%. 15% da população (33 milhões) no Brasil passam fome, porque não têm dinheiro pra comprar o alimento.  O rendimento médio real do trabalhador brasileiro fechou o ano de 2022 na média de 2.715 reais. 1% inferior ao registrado no ano anterior. Por outro lado a inflação acumulada em 2022 foi de 5,79%. Esse conjunto de dados, associado a concentração de terras e renda é responsável pela triste colocação do Brasil no ranking dos países mais desiguais do mundo. O Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo. A comprovação é do relatório de desenvolvimento humano divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. De acordo com o relatório no quesito desigualdade econômica e social do ano de 2022, o Brasil só fica atrás das nações do continente africano. Empata com Botsuana e fica atrás de Suazilândia, e Santa Lúcia. Este último, uma ilha do Caribe, com cerca de 200 mil habitantes e uma área total de pouco mais de 500 km². Sintoma claro que a política e a economia do Brasil são muito ruins. Muito ruins, mesmo.

Cresce no país a necessidade de uma investigação séria sobre o agronegócio. Os pedidos de uma CPI vêm de todos os lados, sem esperança que se realize uma vez que a bancada ruralista no Congresso é considerada a mais forte. O que mostra que o Brasil nunca se livrou dos senhores de engenho que mantém o país de 2023 como se estivesse no século XIX. Uma CPI seria necessária para desmascarar a farsa que o agronegócio carrega o Brasil nas costas quando na verdade o país carrega o agronegócio nas costas. Vejamos: isenção de impostos para exportação, Lei Kandir;  cerca de 350 bilhões em crédito subsidiado do Banco do Brasil;  revisão ou perdão recorrente de dívidas;  único setor com política de crédito governamental (plano safra); juro negativo; precarização do trabalho; baixíssimo nível de geração de emprego e devastação ambiental; massacres indígenas e fraude eleitoral. Exportam soja e milho para fazer ração em outros países. Produtos sem qualquer valor agregado. Jorge Viana (PT) não disse nem a metade do que sabe sobre o setor. E ele sabe. Pode apostar.

Quem se der ao trabalho de pesquisar vai ver que entre os 100 maiores do agro brasileiros grande parte é dominada por empresas estrangeiras. O que significa que o grosso do dinheiro ganho com isenções fiscais e financiamento com juros baixos não fica no Brasil. Estão nesta lista de estrangeiras beneficiárias das políticas para o agro brasileiro, empresas estatais chinesas e empresas privadas da Argentina; Canadá; França; Índia; Japão, Holanda, Estados Unidos e Nova Zelândia.  Muitas empresas estrangeiras adotam nomes brasileiros para enganar os bobos. Como a BrasilAgro, com capital da argentina Cresud (que já foi um investimento de George Soros e também tem aporte chinês); Universo Verde Agronegócios que também atende pelo nome de Chongqing Grain Group, uma  estatal chinesa, Adecoagro do George Soros e a Agrex do Brasil que é da Mitsubishi. Só para citar alguns exemplos. 20 empresas estrangeiras controlam 2,74 milhões de hectares no Brasil. Uma área do tamanho do Haiti. A média por grupo estrangeiro é de 137 mil hectares. São os estabelecimentos com menos de 10 hectares que ocupam menos de 2,3% da área rural total do país, que produzem mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro.

Até um fundo de pensão de professores norte-americanos (Teachers Insurance and Annuity Association -TIAA), possui 555 propriedades agrícolas no Brasil.  Segundo um relatório da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, o TIAA foi acusado de comprar irregularmente terras no Brasil. Áreas griladas.  Esse fundo foi presidido por Collin Butterfield, um dos líderes do Vem Pra Rua, movimento que participou ativamente da queda de Dilma Rousseff.  Temos aí a relação política do agro. E são estes que conseguem descontos de 95% de suas dívidas para  liquidar à vista seus débitos vencidos. Recebem descontos nas taxas de juros e prazo de até 100 meses para renegociação das dívidas vencidas. Claro que pelo meio tem alguns gigantes brasileiros. Só para a safra 2021/2022, o Banco do Brasil disponibilizou cerca de 135 bilhões em créditos.  Para a agricultura familiar que produz alimentos foram apenas 34 bilhões. Mas não satisfeitos e com o apoio da bancada ruralista articularam um Projeto de Lei que possibilitaria a regularização fundiária por “autodeclaração”. O PL 2633/2020, foi apelidado de PL da Grilagem. E tem muito mais. Mas o estômago reage à pesquisa.

A Foxnews pagará 800 milhões de dólares por divulgar Fake News nas eleições norte-americanas.

O governador Gladson Cameli (PP) foi o único dos representantes dos patrocinadores do show da cantora Joelma que teve coragem de subir no palco. Não apenas subiu, mas dançou. Os representantes da Acisa e Fecomércio, se foram ao show, preferiram a discrição. Governador dando show não é tão incomum assim para merecer nota, Jorge Viana, por exemplo arriscou acompanhar o cantor Wanderley Andrade em um trecho da música Traficante do Amor durante um show em Tarauacá. Mas se sacudir ao som de um brega pop para uma plateia de 20 mil pessoas, não é para qualquer um. O governador do Acre gosta de um show. Entendam como quiserem.

Esta é uma coluna de opinião

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