Coluna da Angélica- Aeroporto de Rio Branco é o novo Posto Ipiranga da PF

1- Duelo

A gestão do prefeito Tião Bocalom (PP) pode ser traduzida pela disputa de duas trincas. São as chamadas “Trinca do Mal”, a qual o leitor já foi apresentado, e a Trinca do Bem, composta pelos Secretários Municipais que desempenham um bom trabalho. Pois ao que tudo indica, a intenção da trinca do mal, instalada dentro da prefeitura de Rio Branco, é mesmo enterrar a carreira política de Bocalom. Não satisfeitos com o aconselhamento sobre as obras no Mercado do Bosque, agora eles querem que o velho Boca se volte contra a Trinca do Bem formada pelos secretários de Saúde, Sheila Andrade; Agricultura, Eracides Caetano e Cuidados com a Cidade, Joabe Lira, sob a alegação de esses três estão aparecendo mais que o próprio prefeito. Ocorre que esses formam o tripé que ainda segura o que resta da administração Bocalom. Derrubar esse tripé equivale a fazer rolar a cabeça do prefeito. Todo mundo sabe disso…menos o Boca que não descola o ouvido dos sussurros dos Três do Mal.

2-…insano

Corre nos bastidores que o trabalho da Secretária Municipal de Saúde, foi reconhecido lá pelas bandas do Palácio.  Sheila Andrade teria recebido pelo menos dois convites para integrar a equipe da Saúde Estadual. Um dos convites teria sido para substituir Paula Mariano. Preferiu a fidelidade ao prefeito. Com Pedro Pascoal no comando da Saúde Estadual, forma um caso raro de dois bons secretários de saúde ao mesmo tempo. Entretanto, ambos devem se vacinar urgentemente contra a inveja. Esse vírus derruba.

3- Condenados

O Ministério Público de Rondônia (MPRO) obteve sentença penal que condenou envolvidos em crimes ocorridos após o segundo turno das eleições de 2022. Aqueles dos que não se conformaram com a vontade da maioria expressa nas urnas e alimentaram um golpe de Estado. Em Rondônia a investigação que resultou na condenação de empresários ligados ao agronegócio contou com o apoio do GAECO, GAESP (Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública) e da Polícia Federal. A investigação identificou constrangimentos ilegais, pessoas impedidas de trafegar ou obrigadas a aderir ao movimento e coação no curso do processo contra servidores públicos.  As penas variam de três a 8 anos e pagamento de uma indenização coletiva que ultrapassa os 2 milhões. Os condenados respondem por crimes de associação criminosa armada, constrangimento ilegal, coação no curso do processo e crimes contra as relações de consumo. Testemunhas relataram pressão pelo fechamento dos comércios para que aparecessem como apoiadores do golpe. Quem não apoiasse era também impedido de abastecer seus veículos, tanto carros pequenos quanto caminhões. Na região de Colorado do Oeste a população teve racionada a compra de alimentos, água e gás de cozinha, por esse grupo. Para surpresa de ninguém alguns dos envolvidos tinham licença de  CAC-Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador. Eles tiveram as autorizações cassadas e a ordem é para que o armamento e as munições sejam destruídos.

4-Posto Ipiranga

Os aviões da Polícia Federal no aeroporto de Rio Branco desencadearam uma onda de suposições das mais diversas e apostas generalizadas. Os adversários do governador Gladson Cameli (PP), afiaram a língua e se prepararam para comemorar uma possível 4ª fase da Operação Ptolomeu e até uma suposta prisão de Gladson. Nada se concretizou mas o barulho foi tanto, que a PF enviou uma nota às redações esclarecendo que foi apenas uma parada para abastecimento. De positivo na confusão toda, somente a descoberta que o aeroporto da capital do Acre é o Posto Ipiranga da Polícia Federal.

5- Corrida

Coincidência ou não, no dia em que a PF veio abastecer seus aviões no Acre,  pelo menos três parlamentares da base de sustentação do governo estiveram no Palácio Rio Branco, sede do poder Executivo, para pedir a benção da vice-governadora Mailza Assis. A julgar pelos largos sorrisos, a benção foi grande. Um dos “abençoados”  mesmo de terno e gravata, até arriscou uma carreira da rampa de acesso ao Palácio às escadarias da Aleac. Coisas da política.

6-Sopa para o azar

As constantes substituições do governador pela vice nas agendas de governo estão dando o que falar. No lançamento oficial da Expoacre 2023, mais uma vez quem esteve à frente foi Mailza. O protagonismo da vice-governadora há muito acionou o alarme ao grupo mais fiel ao governador.  À boca pequena comentam que Gladson está dando sopa para o azar. De boba Mailza só tem a voz e a cara, garantem. A visita dos três parlamentares nesta terça parece se conectar com essa ideia. Aguardemos.

7-Tiro no pé

Empresários da área da Educação que comemoraram a mercantilização do ensino superior e apoiaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sofrem as consequências. Bolsonaro cortou 35% do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). Era esse fundo que sustentava para estudantes de classes econômicas menos favorecidas o pagamento das mensalidades e taxas cobradas pelas faculdades privadas. O óbvio era que com os cortes muitas empresas da área de ensino superior privado quebrassem. O fechamento da U-verse é um exemplo disso. Muitas outras virão. A menos que o presidente que combateram retome os investimentos no FIES. Quando a gente alerta que política não é ideologia, mas sobrevivência, tem quem conteste. Quebram a cara até aprender.

8-Pingos nos is

E por falar em ensino superior, já passou da hora de acabar com essa enxurrada de apropriação indevida de título de Doutor. Cidadão se gradua em qualquer curso por aí e se apresenta como Dr. Doutor é quem tem doutorado. Ponto. Médico não é Dr, advogado não é Dr, Juiz não é Dr, veterinário, dentista idem. A menos que tenham doutorado. Ponto final.

Bom dia, deputado Afonso Fernandes (PL). É verdade que a empresa terceirizada ligada à Vossa Excelência fez os funcionários assinarem a quitação de verbas rescisórias com a promessa de pagamento e não pagou. Enganou os humildes trabalhadores? Sem palavras. 

Esta é uma coluna de opinião

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