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Coluna da Angélica- Quem poderá nos salvar?

1- Precipitado
Em que pese minha simpatia pelo presidente do Sindmed e meu antagonismo à ideologia política do senador Alan Rick (União), nesse caso do denunciado boicote aos médicos formados no exterior, dou razão a Alan. É dever de parlamentar denunciar. Há anos essa resistência dos médicos aos profissionais formados no exterior se arrasta. Não é coisa nova. A novidade no caso foi a descoberta de inscrições de médicos aposentados e outros sem intenção de ocuparem os postos se inscreverem apenas para impedir que os médicos formados no exterior sejam chamados. Guilherme Pulici foi precipitado na reação. É impossível que ele conheça os cerca de 322 mil médicos do Brasil para por a mão no fogo por eles. Além do mais, mandato de senador não se cassa no grito. A banda toca a música de Alan.  Os médicos formados no exterior precisam trabalhar e a população dos municípios distantes precisam de médicos. Ponto.
2- Evidências
As mensagens encontradas no celular do tenente-coronel Cid são ridículas. É óbvio que foram trocadas para aliviar para Jair Bolsonaro. O pedido desesperado do coronel Jean Lawand Júnior para que Cid assessorasse e desse coragem a Bolsonaro para dar ordem para o golpe é brincadeira de criança. Não resistem a uma leitura simples. Tentam mostrar que o golpe só não aconteceu porque os generais do Alto Comando não aderiram. O Blog da Cidadania fez uma leitura interessante que reproduzo: Se for verdade, Cid tentou organizar um golpe por Jair, sem combinar com Jair. Seria uma espécie de golpe-festa surpresa. Como seria isso? Imagino que Michelle seria encarregada de tirar Jair de casa para fazer alguma dessas coisas que todo casal faz junto, como extravio de joias ou rachadinha. Na volta ao Alvorada, um Bolsonaro algo perplexo encontraria o palácio às escuras. Quando acendesse a luz, os chefes das Forças Armadas bateriam palmas, gritariam “Surpresa!” e Ives Gandra sairia de dentro do bolo, vestido de Marilyn Monroe, cantando “Happy golpe, Mr. Presideeeeeeent”. É subestimar demais a inteligência alheia. O maior interessado em se manter no poder iria ganhar um golpe de presente sem mexer um dedo.
3- Grande serviço
Sete dias depois do governo do estado anunciar que o Deracre e a Prefeitura de Jordão tinham avançado nas obras de manutenção do aeródromo local, um avião atolou na pista. O Deracre assumiu as obras em março quando a empresa contratada foi impedida pela Operação Ptolomeu. Mais de 215 toneladas de insumos e uma equipe de trabalho foram enviados para o Jordão. A prioridade era a pista de pouso. Entretanto a reforma se limitou a troca do telhado e da pintura- apagaram a pintura indígena. Trocaram por um azul e branco estilo Smurfs/Bocalom. E na pista…nada. São tantos os problemas sem solução nessa pista de pouso do Jordão que só pode ter sido construída em areia movediça. Na verdade nem seria de estranhar se ao fazer as contas de tudo o que já foi gasto nessa pista se descobrisse que daria para construir uma pista nova e equipa-la com uma ou duas aeronaves para servir a população. Apenas a palavra incompetência não define.
4-Desafinado
O deputado coronel Ulysses Araújo (União), insiste em bater na mesma tecla do endurecimento das leis penais para conter a impunidade e a criminalidade. Ora, o Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo. São cerca de 900 mil presos em todo o país. Se juntassem todos num território só para eles, seria o equivalente a um Acre. 66,69% dos presos são negros e não tem o Ensino Básico completo. Isso diz muito mais sobre política, área de atuação de Ulysses, do que sobre polícia. Além disso, os presídios funcionam como escola do crime, tornando bandidos “comuns” em faccionados. Segundo informações, quando um preso novo chega ao presídio tem um prazo de dois dias para definir em qual facção criminosa vai se associar. O que significa a grosso modo que cada novo preso resulta em cerca de 4 novos envolvidos com a facção criminosa escolhida. É um criadouro de crime.
5-Lucro
Presos geram lucro. Existe toda uma cadeia de ganhos em torno deles. Mantém a economia. Desde milhões a centavos. Movimentam a construção civil (construção e reforma de presídios); contratação de profissionais, como policiais, educadores, assistentes sociais, médicos, etc. Contratação de fornecimento de alimentos, medicamentos; limpeza; postos de combustível; empresas de transporte coletivo; mercado de alimentos, desde os supermercados onde são compradas as coisas que são levadas pelos familiares até os vendedores de bribotes que vendem bolo e cafezinho na fila de espera dos visitantes na entrada dos presídios. Cruel, mas real. Portanto, como se diz popularmente, o buraco é mais embaixo. E o que se exige de nossos representantes é o envolvimento real com os problemas do país. Não queremos ser os arautos do apocalipse. Tampouco aceitamos o papel de alimentar o ego de ninguém.
6-Lucro II
A atuação das facções criminosas nos presídios alimenta ainda fora dos muros das prisões, o lucrativo mercado de drogas, armas e mensalidades pagas pelos faccionados em troca de proteção pessoal e familiar. Presídio é a espinha dorsal. Entram bandidos comuns e saem faccionados. O que fortalece cada vez mais as facções fora dos presídios com farta contribuição ao tráfico internacional. Estudos comprovam que a  Lei de Drogas,  gerou um aumento exorbitante no que se refere a população carcerária. 27% das prisões são usuários enquadrados como traficantes. O que atinge pessoas de classe baixa. Segurança Pública não pode se ancorar apenas na repressão. Problemas complexos não têm soluções simples.
7-Cada uma
Os deputados federais não primam pela coerência na apresentação de projetos.  Muitas propostas são vazias de importância. Por exemplo, o deputado pastor, Cezinha de Madureira (PSD), propôs a criação do  Dia Nacional do Consumidor de Energia Elétrica. Já o deputado Dr Frederico (Patriotas), quer instituir o Dia Nacional da Imigração Grega. A pergunta que se deve fazer sempre é: qual o benefício para a população? Sem benefício, igual a prejuízo. O maior prejuízo é eleger parlamentares sem compromisso com o povo. Políticos não podem ser confundidos com pop star. Eles custam muito caro ao país. Têm obrigação de mostrar resultados práticos. E o povo que os banca, tem o dever de cobrar. Trazendo o foco para a política local, é bom lembrar que as vagas de vereadores de Rio Branco devem aumentar nas próximas eleições. Ou o povo aprende a votar ou vai eleger mais gente para não fazer nada.
8-Consequências
No registro de mais um ataque a escola a mensagem é clara- supremacia das armas sobre a Educação. Ou seja, a intenção é um povo ignorante e armado. Barbárie.  O criminoso de Cambé (PR), de 21 anos, portava uma machadinha, cargas de munição de troca rápida e um revólver calibre 38. O acesso a armas de fogo aumentou no governo Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente editou quatro decretos para flexibilizar as regras de aquisição, registro e porte de armas no Brasil. O que aumentou em mais de 70% o número de armas em circulação no país. Antes do início do governo Bolsonaro, em 2018, foram registradas 95.125 armas. No período Bolsonaro 1.354.751 novos armamentos entraram em circulação. De acordo com entidades de defesa dos direitos humanos, Bolsonaro liberou em média 619 novas armas por dia para CACs. A estimativa é que existam quase 3 milhões de armas “legalizadas”, circulando no país atualmente. Só quem ganhou com isso foram os fabricantes de armas e munições.
Bom dia, governador Gladson Cameli (PP). Ainda que mal pergunte, em que pé está a disputa entre o 1º e o 3º escalão de seu governo manifestada no episódio entre o Raimundo Pinheiro Lima, o Raimundinho, e o Secretário de Segurança Pública José Américo Gaia? Sabe aquela história da maçã podre que põe a perder todas as frutas da cesta? Pois…
Esta é uma coluna de opinião
Imagem- Portal Eu, Rio

 

 

 

 

 

 

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