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Coluna da Angélica- Movimentos de partidos por Marcus Alexandre tornam a pré-campanha cada vez mais divertida

1-Favores

Na disputa pela assinatura de Marcus Alexandre na ficha de filiação, MDB e PSD protagonizam uma disputa para mostrar quem faz mais favores ou concessões. O MDB com a distribuição de liberação para os que podem se transformar em algum entrave, já se desfez do deputado Emerson Jarude e do vereador João Marcos Luz. O PSD tem vários petistas nos gabinetes de seus deputados, inclusive, garantem, o irmão de Marcus Alexandre. Segundo a agência informal de notícias, tem petista lotado em gabinete de medebista, também. Tanto favorecimento antecipado, enquanto o ex-prefeito mantém pelo menos oficialmente, sua indecisão, está desagradando a militância que não se vê contemplada.  Depois quando uma ala do governo diz que Marcus Alexandre saiu do PT mas o PT não saiu dele, tem quem duvide. Esta pré-campanha está ficando divertida. Aguardemos os próximos movimentos. Até porque enquanto uma ficha de filiação não for assinada, tudo pode acontecer. O certo é que um desses partidos (ou ambos), está apostando num passarinho que pode voar para longe.

2-Voz solitária

Socorro Néri (PP) foi a única de toda a bancada federal do Acre, aí incluídos deputados federais e senadores, a levantar a voz contra o discurso de Eduardo Bolsonaro (PL). O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro comparou professores “doutrinadores” a traficantes de drogas e disse que talvez professor doutrinador seja pior. O discurso foi proferido durante o movimento pro-armas, aquele que para o qual o coronel Ulysses (União) convocou os acreanos. Não vi a bandeira do Acre entre as dos estados que ali estavam representados. Também não vi o deputado militar convocador. Mas o fato de não aparecer na foto não significa que não estivesse presente porque a mídia destaca os mais conhecidos como Daniel Silveira e o presidente do Proarmas, Marcos Pollon (PL). Seja como for, os professores do Acre, aguardam a manifestação do deputado Ulysses. Afinal ele convocou para o ato. Assumiu uma posição pública.

3-Manifestação

A deputada Socorro Neri condenou a fala de Eduardo Bolsonaro: ” Isso não é liberdade de expressão, é agressão descabida e irresponsável”. Luciene Cavalcante (PSOL) e Idilvan Alencar (PDT) acionaram o Conselho de Ética da Câmara, o STF e a PGR pedindo apuração sobre a declaração de Eduardo Bolsonaro. Para eles, a  fala em questão é um convite para que os ouvintes ajam contra os professores. Érika Kokay (PT), alertou que discursos são pontes entre o pensamento e a ação. “Discurso vira bala, hematoma, se transforma em morte”. Professores de todo o Brasil estão contatando suas entidades representativas como sindicatos e associações e se mobilizando para entrar com milhares de ações coletivas por danos morais. A categoria entende que o discurso de Eduardo Bolsonaro é um fermento para atentados em escolas e o responsabilizam de antemão caso novos ataques venham a ocorrer. A  escola faz reunião, impõe regras rígidas de acesso, trata os alunos traumatizados, os governos reforçam a segurança, quando começam a retomar a rotina um deputado federal estimula a violência contra professores durante um protesto em favor das armas, explicam.

4- O Povo contra

O geógrafo Pedro Ronchi condenou tanto o discurso quanto a manifestação pró-armas e lembrou que nenhum aluno com “doutrinação comunista” invadiu escolas e matou alunos e professores, mas vários com doutrinação armamentista de Ultra Direita fizeram isso. Segundo ele, o Brasil vive desde 2018 o avesso da sanidade com professor apoiando quem chama professor de bandido; pobre apoiando zerar imposto de jet ski e não o da cesta básica; patriota que apoia a invasão do país; cristão que apoia torturador; servidor público que apoia privatização que vai custar seu emprego e endividado que apoia a política de juros altos do Banco Central. E para quem defende a educação dita neutra, encontrei uma pérola “no brasil igreja tem partido, juiz tem partido, militar tem partido, mas professor tem que ser neutro”.

5-…Eduardo Bolsonaro

Há outro trecho intrigante na fala de Eduardo Bolsonaro. Mais que isso. Um sincericídio. Eduardo afirmou que se o grupo pro armas está sendo vinculado aos ataques de 8 de janeiro é porque está fazendo um excelente trabalho. O deputado estadual de Minas Gerais, Cristiano Caporezzo (PL), defendeu uma guerra civil quando disse que a população deve se armar para lutar contra a ditadura. Os discursos feitos na frente do congresso que foi vandalizado meses atrás por extremistas estão gravados e poderiam ser incluídos no inquérito dos atos antidemocráticos. Mas seria bom investigar também se a indústria armamentista está pagando parlamentares com o objetivo de aumentar o lucro das fábricas de armas em nome do direito da população se armar.  O direito de matar. Que vem com o nome de “liberdade”. Arma como instrumento de “democracia”.

6- Orientação

Eduardo Bolsonaro parece seguir à risca as orientações do guru da Ultra Direita, Steve Bannon que aconselha a criar o caos para surfar nele. Em parte segue também a orientação de falar  as coisas mais absurdas e estúpidas porque segundo Bannon, o importante é ficar em evidencia e manter os apoiadores ativos. Embora pareça que a cartilha Bannon seja ainda mais usada por  Nikolas Ferreira (PL).

7- Pobrinho

O governador Gladson Cameli (PP) e seu Secretário de Produção e Agronegócio, Luís Tchê, comemoraram o lucro do setor agropecuário. Na verdade os números da comemoração só confirmam a insignificância em termos de Brasil. Não vamos nem comparar com o estado campeão, Mato Grosso com seus 210 bilhões e 153 milhões de lucro anual no setor para não humilhar. Mas, fato é que o Acre é 7º no ranking dos estados- lanterna. À frente apenas do Amapá, Roraima, Rio Grande do Norte, Distrito Federal e Paraíba. Os 27,8 bilhões referentes ao lucro acumulado em 9 anos equivale ao lucro do estado do Pará em um ano. Para quem ainda não entendeu, um comparativo final- enquanto o Acre registra um lucro bruto de  pouco mais de três milhões (nas contas deles), por ano, o Maranhão lucra 17 bilhões e 959 milhões de reais anuais com o setor. O que em 9 anos dá um lucro de 161 milhões e 631 milhões. Comemoraram vento.

Bom dia, prefeito Tião Bocalom. É verdade que dois de seus Secretários procuraram Marcus Alexandre? E o que Vossa Excelência pretende fazer a respeito? A gente já alertou- quem puxa saco, puxa o tapete. Não creu neu, né?

Esta é uma coluna de opinião e reflexão

Contato-angellica.paiva@gmail.com

Imagem- Gartic

 

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