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trem de nárnia
trem de nárnia

Coluna da Angélica-Trem que sai de Nárnia está pronto para partir

1- Insegurança

Estarrecedor o que vem acontecendo em Rio Branco. Nem bem foi digerida a rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, que deixou 5 mortos com três decapitados, a violência tomou conta das ruas da capital. Neste final de semana uma tentativa de chacina resultou em uma morte  9 feridos em uma festa, foi registrado esfaqueamento em outro bairro e ferido a tiros em um terceiro local. Existe uma guerra aí fora e a vítima é a população. Grande parte desta situação é consequência da falta de políticas públicas decorrente dos votos inconsequentes. Quando não se escolhe pessoas comprometidas com a população, o resultado é este. A pobreza,  e a falta de oportunidades fermentam a violência. Encarcerar simplesmente, só fornece uma falsa sensação de segurança. Para cada jovem preso, outros 10 estão sendo empurrados para o crime nas ruas.

2-Esclarecedor

A situação de países como o Sudão do Sul e Somália são esclarecedores. Sem políticas públicas, sem investimentos, são países extremamente violentos onde a população não tem onde morar, não tem o que comer, mas tem armas. A exemplo do Brasil, o Sudão do Sul é rico em petróleo. Uma riqueza concentrada nas mãos de 1% da população. Caminhamos perigosamente cegos para isso nos últimos 6 anos. No próximo ano teremos eleições municipais. Muitos candidatos que ora se apresentam o fazem visando o fortalecimento de seus nomes para 2026. É preciso não cair no canto das sereias. Os eleitos para os parlamentos maiores e para os Executivos vão tomar decisões que vão impactar diretamente nossas vidas. E não se trata de um carguinho ali, outro ali. É preciso pensar no coletivo porque todos somos impactados. Para a melhoria ou para o retrocesso. Thomas Morus já alertava lá pelos anos 1400 que nenhum homem é uma ilha. E mesmo que fosse, ilhas podem desaparecer sob tsunamis. A violência é um tsunami. A ignorância também.

3- Rolo

57 milhões de brasileiros apostaram em Jair Bolsonaro em 2018. Em quatro anos no comando do país ele convocou os brasileiros a se armarem; desmontou as políticas públicas; estrangulou a cultura e a Educação; militarizou o governo para muito além do que fizeram os generais da ditadura; permitiu o garimpo ilegal, beneficiando invasores de terras indígenas; associou-se à Covid que matou mais de 700 mil pessoas, milhares de mortes evitáveis; precarizou o emprego; deixou a inflação descontrolada e milhões na extrema pobreza. Tentou pelo menos duas vezes dar um golpe de Estado, comprou a reeleição, perdeu e ficou rico. Além de 107 imóveis no Brasil, dos quais 51 foram comprados em dinheiro vivo, os Bolsonaro têm mais 22 imóveis nos Estados Unidos. É como se a família tivesse comprado mais de 4 imóveis por ano nos últimos 30 anos. Na região onde eles tem imóveis inexiste algo por menos de 1 milhão de dólares. Então estamos falando de 22 milhões de dólares só em imóveis nos EUA. Recebeu joias avaliadas em 120 mil dólares do  governo da Arábia Saudita. Presentes recebidos por presidentes do Brasil não são pessoais. Têm de ser incorporados ao patrimônio da União. Mas as joias não foram incorporadas e foram colocadas num catálogo de leilão virtual de uma tradicional casa de Nova York, como sugestão de presentes para o Dia dos Namorados dos EUA.

4- Rolo II

De acordo com a troca de e-mails dos assessores de Bolsonaro descobertos pela Polícia Federal, o avião da Força Aérea Brasileira  foi usado pelo menos duas vezes para tentar vender os presentes do acervo da presidência. Os mesmos aviões da  FAB que recusaram transporte de oxigênio paras vítimas de Covid em Manaus envolvidos em transporte internacional de cocaína e contrabando de joias. Renan Bolsonaro retirou joias do acervo presidencial, Nelson Piquet entregou a mala com joias diretamente a Jair Bolsonaro e o irmão de Michelle transportou as joias até o general Cid. O Rolex recebido por Jair, que também era propriedade do País, foi vendido e depois recomprado numa operação realizada por Fabio Wajngarten e Frederick Wassef (advogados de Bolsonaro) quando já estava exposto para a venda numa loja de Miami. Valores de relógios vendidos por Mauro Cid e seu pai equivalem a um ano meio de salário presidencial. Exemplares do modelo Rolex e do Patek Philippe, somados, superam os 100 mil dólares.

5- Inocentes úteis

Muitos dos 57 milhões de eleitores que colocaram Jair Bolsonaro na presidência, foram enganados pelo discurso falsamente moralizador de Deus, Pátria e Família. Acreditaram que usar a bandeira do Brasil era patriotismo. Não buscaram informações em fontes corretas. Não observaram que o capitão foi para a reserva remunerada aos 33 anos, enquanto o trabalhador só consegue se aposentar com o dobro desta idade. Acreditaram na conversa enviesada dele que direitos humanos defendia bandidos. Não perceberam que seu currículo não o credenciava a conduzir a vida de mais de 203 milhões de brasileiros. Em quase 30 anos de vida política apresentou 172 projetos, o equivalente a dois projetos por ano. Todos sem destaque.  Apenas dois foram aprovados. Entre os projetos apresentados está um para incluir Enéas Carneiro na relação dos heróis da pátria. Enéas era apoiado pelos centros integralistas, movimento nacionalista inspirado no fascismo italiano. Bolsonaro também homenageou o líder das torturas da ditadura militar, Carlos Brilhante Ustra, o que diz muito sobre perversidade. O trem que sai de Nárnia com destino ao Brasil está pronto para partir.

6- Cédula de 3 reais

Michelle Bolsonaro quando se viu enrolada no caso das joias esquecidas dentro de uma caixa de papelão debaixo da cama que o casal Bolsonaro usou por ocasião do funeral da rainha Elizabeth II, deu a desculpa mais esfarrapada da história. Segundo ela, as joias seriam o presente de um anônimo para o filho da rainha, atual rei da Inglaterra, Charles. Ou seja, a então primeira-dama do Brasil, atuaria como Uber  Flash para entregar um presente que não sabia o que era para o então futuro rei da Inglaterra sem sequer saber quem estava enviando. Só isso já provocaria um incidente diplomático sério, porque poderia se tratar de um ataque terrorista. Se ninguém sabia qual o conteúdo da caixa, esta poderia conter uma bomba. Mas Michelle trouxe o presente de Charles para o Brasil. As informações sobre o presente de Charles constam em e-mails trocados pela ajudância de ordens.  Em e-mails está escrito que essas joias esquecidas eram de Michelle Bolsonaro.

7-Precavido

Jair Bolsonaro tomou cuidados especiais ao se casar com Michelle. Caso ela decida se divorciar sairá de mãos abanando. Sem nenhum direito aos bens adquiridos pelo casal. Nadinha. Nem o que Jair adquiriu antes, durante e depois do casamento. Ele condicionou o casamento à assinatura de um pacto nupcial. Ou seja, Michelle não tem direito a um centavo do patrimônio declarado de mais de 2 milhões de reais do marido. A certidão de casamento oficializado em 2007 está anexada em um dos e-mails.

8-Longe do ideal

Democracia é regime em construção. A nossa jovem democracia está longe do ideal, mas é o que temos no momento. Não votamos exatamente em quem queremos porque os candidatos são filtrados pelos partidos. Nossa opção se restringe à decisão dos partidos políticos que apresentam candidatos de acordo com seus interesses. O ex-deputado federal Babá, João Batista Oliveira de Araújo (PSOL), tinha um projeto que permitia o voto sem partido. Ou seja, uma pessoa poderia se candidatar sem ser filiada a um partido. Nem foi a votação. Ao contrário, vários novos partidos foram criados. Atualmente temos 33 partidos no Brasil. A maior parte, partidos de aluguel que vivem de repasses de dinheiro público e negociam as siglas com os partidos mais fortes. A situação é tão bizarra que qualquer um pode criar um partido político no país. Menos Jair Bolsonaro que não conseguiu a adesão necessária para a criação do seu Aliança pelo Brasil. Criar partido político no Brasil é quase tão fácil quanto fundar uma igreja.

9-Vencedor

Na eleição de 2022, mais de 130 mil acreanos não votaram. Uma abstenção de 22,44%, maior que a nacional que foi de 20,94%. 26.622 acreanos simplesmente anularam os votos. Ou seja, não quiseram nenhum dos candidatos. A tendência crescente, registrada nos últimos anos é um alerta para os candidatos: existe um grupo grande de eleitores que não acredita mais nas promessas de campanha. Seja pelas experiências anteriores de ver que as promessas não se concretizaram, seja pelo cansaço que causam as mesmas caras há décadas dominando os partidos. O ex-vice governador Major Rocha, se enquadra nesta categoria. Do nordeste onde se recupera de cirurgias recentes, diz que vai votar no candidato vitorioso em 2024: o Nulo. Rocha está sem partido e sem ilusões. Mas não fora da política. Aguardemos o que fará no retorno ao Acre previsto para o início de setembro.

Bom dia, defensores do Livre Mercado. Ainda que mal pergunte, em que pé está a questão dos serviços aéreos para o Acre?

Esta é uma coluna de opinião e reflexão

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