1-Bizarro
Tem político que aposta na ignorância para se manter no poder. Olhos atentos observam os que usam estratégias de manipulação midiática como simplificar a realidade e distorcer os fatos, em seu favor. Repudiar o apoio do governo brasileiro a ação movida pela África do Sul contra Israel pelo assassinato de milhares de palestinos, a maioria civis, mulheres e crianças, ataques a hospitais, proibição de distribuição de água, medicamentos e comida aos palestinos em nome de um suposto cristianismo é no mínimo contraditório. Se bem que Vlad Drácula também era cristão. E lutou contra os muçulmanos. Entrou para a história como um dos mais sanguinários. A tal ponto que inspirou a criação do personagem Conde Drácula, o vampiro. Os “ofendidinhos da ignorância” também repudiam a declaração de Jorge Viana (PT) que Jesus era rebelde. Apesar dele ter contestado meio mundo da sua época. Submissos não eram crucificados, ora pois. Fala comunista no sentido de dividir o pão e os tolos entendem que escreveu o Manifesto Comunista e desfilava pelo deserto com O Capital de Karl Marx debaixo do braço. Como diz uma amiga: “me economize em euros”.
2-Bizarro II
Jorge Viana foi apedrejado, no sentido figurado, por ter dito que os judeus não aceitam Jesus como o Messias. O que é correto. Eles ainda esperam a vinda de seu Messias. Reclamam também da visão política da atuação de Jesus. Mas muitos líderes religiosos atuam mais na política do que na liderança espiritual. Silas Malafaia, pastor neopentecostal líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, por exemplo, pode ser facilmente confundido com um agitador político. Claro que não são todos, mas alguns líderes religiosos neopentecostais utilizam seus discursos para produzir poder e legitimar suas autoridades também na política. Diversas igrejas têm emissoras de Rádio e TV, universidade… algumas são acusadas de lavagem de dinheiro inclusive do narcotráfico. Todas estão isentas de impostos, inclusive para seus empreendimentos. Por isso uma iniciativa popular está colhendo assinaturas para uma CPI das Igrejas. Malafaia por exemplo, que é considerado um dos pastores mais ricos do Brasil com uma fortuna orçada em 150 milhões de reais, já foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. O inquérito da Operação Timóteo aponta que havia indícios robustos contra ele. Segundo a PF, ele recebeu dinheiro que depositou em sua conta pessoal. Malafaia disse que os 100 mil eram oferta de um desconhecido.
3-Arcabouço
O governo Gladson Cameli vai deixar a marca de um arcabouço de defesa dos Direitos Humanos e inclusão, pronto para usar. Pode-se destacar a Lei que protege idosos de violência patrimonial e financeira, inclusão do ensino de Libras na grade de ensino com a possibilidade de abrir postos de trabalho para professores surdos, a obrigatoriedade dos gestores fazerem curso de letramento racial, como política de combate ao racismo, orçamento sensível ao gênero e questionário de rastreamento precoce de autismo, dentre outros. Claro que para isso contou com a contribuição da Assembleia Legislativa. Mas um governo não se faz sozinho. Ponto para os envolvidos.
4-Absurdo
Mas se merece elogios junto com os parceiros na questão dos Direitos Humano e Inclusão, o mesmo não se pode dizer na área de Segurança. Exatamente no momento em que a Segurança Pública se mostra o tema principal no Brasil e na América do Sul com a eclosão da violência no Equador e Rio Branco assiste a execuções, sequestros e tiroteios, uma facção criminosa que atua no Acre mantém perfis no Instragram. Com o nome da facção e tudo. Pelo menos três perfis desses estão ativos com vídeos que mostram encapuzados armados e tiroteios, numa franca apologia ao crime e ameaça. Num desses vídeos lê-se a frase “corre com nós ou corre de nós”. As contas são abertas. O marketing das facções recruta parceiros via Instagram. Aos olhos de todos. Mas a Segurança está de olhos fechados. Parece que as facções levam as forças de segurança à pagode.
5-Absurdo II
A população de Rio Branco convive com a violência diária. São execuções, tiroteios, roubos, incêndio de residências e sequestros atribuídos à atuação das facções criminosas. Parte desta violência fruto da guerra entre elas por controle de território para o tráfico de drogas e de armas. Se o Estado faz algum tipo de trabalho preventivo, desconheço. Se a Secretaria de Segurança Pública tem algum plano para conter a violência ou mudar esta situação, ninguém conhece. É de se questionar para onde vai a verba da Segurança, inclusive a verba federal. Informações de policiais dão conta de uma situação caótica com viaturas com pneus carecas e outros com documentos vencidos. Mas a polícia que trafega em veículos com documentos atrasados apreende carros que estão na mesma situação. Bizarro. Se o Estado não organizar seu setor de Segurança a tendência é o campo de guerra que impera nas periferias se estender para todo o estado. Atingindo inclusive as áreas consideradas nobres. Para as facções criminosas é fácil dominar Estados desorganizados. Vejam o exemplo do Equador.
6-Incoerências
Ladrões continuam a manter áreas da capital no escuro com o roubo de fios. Se existem roubos de fios é porque existe quem compra. A lógica se estende à questão das drogas. Os Estados Unidos impuseram um violento programa de “guerra às drogas” ao mundo, centrada no combate à produção e ao tráfico enquanto seu país é o maior mercado consumidor. 95% de toda a cocaína produzida no mundo é consumida pelos cidadãos estadunidenses. Se em vez de se espalhar pelo mundo com sua repressão inútil fizessem um trabalho interno, com seus cidadãos, talvez o fracasso não fosse tão retumbante. Da mesma maneira, se a Segurança do Acre centrasse suas ações nos receptadores, possivelmente teria sucesso. Se não tiverem para quem vender os fios e outros produtos de roubo não vão ter incentivo para roubar. Mas talvez seja exigir demais de quem nem vê perfis abertos de facções criminosas.
7-Chocante
Os atos terroristas de 08 de janeiro de 2023 não foram a primeira tentativa de golpe de Jair Bolsonaro (PL). A conclusão é do jornalista Luís Costa Pinto que investigou os fatos e aponta que em 07 de setembro de 2021 Bolsonaro armou um golpe que foi derrotado por uma ação enérgica do STF, via Luiz Fux e pela PGR via Augusto Aras. Fux, que à época era presidente do STF e estava dentro da sede do Supremo chegou a acionar snipers para resistir ao golpe. Segundo a apuração de Luís Costa Pinto que não foi contestada por nenhum dos citados, o movimento se iniciou no início da tarde do dia 6 de setembro quando bolsonaristas convocados e insuflados por discursos de Jair Bolsonaro contra o STF e o Congresso Nacional, com foco nos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, começaram a chegar à Esplanada dos Ministérios. A intenção era invadir o STF e obrigar o presidente do poder Luís Fux a invocar uma GLO que é um tipo de intervenção militar. Um atalho para assumir indefinidamente o poder. Se invocasse a GLO, as Forças Armadas assumiriam o poder e Jair Bolsonaro seria colocado como ditador por tempo indefinido. Não haveria eleições. Voltaríamos à ditadura que manteve o Brasil sob o domínio militar por mais de 20 anos. Mas Fux reagiu: “Vou mandar que abram fogo contra quem quiser invadir o STF e se eles romperem o terceiro bloqueio na Esplanada dos Ministérios. Já romperam dois. Se romperem o terceiro, darei ordem de atirar. Estou dentro do Supremo, e daqui não sairei”, disse Fux por telefone ao então Ministro da Defesa, general Braga Netto. Os bastidores desse golpe frustrado podem ser lidos na íntegra Aqui e assistido no vídeo.
Bom dia, Secretária Municipal de Educação, Nabiha Bestene. Aniversariante do mês para quem está sendo planejada uma festa no dia 29. Data marcada para possibilitar a presença do prefeito Tião Bocalom (PP). O convite está sendo feito com o pedido de pagamento de 80 reais de cada participante. A festa é para ela e para o prefeito mas os servidores da Educação Municipal não gostaram da ideia. Bolo com sabor de política? Só falta ter chantilly azul de cobertura …
Esta é uma coluna de opinião e reflexão
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Imagem- Hudson Bonazza
