PF investiga empresas em Cruzeiro do Sul sob acusação de superfaturamento em enchente de 2017

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A PF Polícia Federal esteve na Fermaquinas  empresa de materiais de construção de um primo do governador Gladson Cameli (PP), e na Água Cristal, de um amigo do presidente da Assembleia Legislativa Nicolau Júnior (PP), além do restaurante Padoka.

A investigação da PF se refere a aquisição de produtos durante a enchente de 2017, período em que foi decretado Estado de Calamidade.

Em nota à imprensa a Polícia Federal informou que as ações visam a desarticular supostas organizações criminosas que, de forma estruturada, praticavam os crimes de peculato, corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, dentre outros; além de coletar novos elementos de provas que possam corroborar, ratificar ou alterar as hipóteses criminais traçadas no bojo das investigações.
Mais de 110 policiais federais participam das operações, visando ao cumprimento de 42 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal, Subseção Judiciária de Cruzeiro do Sul/AC, sendo 29 de busca e apreensão, 04 de prisão, 8 de sequestro de bens móveis e 01 mandado de afastamento cautelar do cargo público.
Além disso, estão sendo bloqueados os ativos financeiros dos principais envolvidos no montante de aproximadamente R$ 6 milhões.
A Operação JUMPER da PF apura supostos desvios de recursos públicos no âmbito de 02 (dois) termos de colaboração firmados pela Prefeitura de Cruzeiro do Sul com a Fundação Cultural e de Comunicação Valença – FCCV, envolvendo o repasse de aproximadamente R$ 25 milhões.

De acordo com a investigação, os desvios eram dissimulados por meio de notas fiscais fraudulentas emitidas por empresas indicadas por agentes políticos e integrantes do esquema

De acordo com a investigação, os desvios eram dissimulados por meio de notas fiscais fraudulentas emitidas por empresas indicadas por agentes políticos e integrantes do esquema criminoso, as quais figuravam como prestadoras de serviços, sem que houvesse uma contraprestação legítima. Nos últimos anos, em outros Estados da Federação, a FCCV recebeu cerca de R$ 90 milhões.
A operação JUMPER foi assim nomeada tendo em vista que a palavra, em inglês, significa saltador, o que remete ao modus operandi da organização criminosa investigada, que “salta” de município para município, estado para estado, na tentativa de cooptar agentes políticos e servidores à organização e, com isso, ampliar o montante de recursos públicos que poderá ser desviado, ocultado, dissimulado e movimentado em prol de seus membros.
Por sua vez, a operação SÚPLICA investiga se houve desvio nos quase R$ 4,5 milhões repassados pela União ao município de Cruzeiro do Sul/AC, em face dos danos causados à população cruzeirense pelas enchentes do Rio Juruá nos anos de 2017 e 2021.
A investigação revelou que houve mais de 15 (quinze) contratações diretas com fornecedores escolhidos pelos gestores municipais, havendo fortes indícios de que cotações de preços que fundamentaram a escolha das empresas fornecedoras foram dolosamente fraudadas. Por conseguinte, efetivava-se o desvio e a apropriação de verbas federais, em detrimento da prestação de serviços para as pessoas atingidas pelas enchentes, causando grande prejuízo ao erário e social.
A PF continuará a apuração, na tentativa de elucidar a real amplitude das supostas organizações criminosas, bem como identificar o grau de participação de cada um dos envolvidos.
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