Caro e perigoso
A pista de pouso do município de Jordão não tem uniformidade, o nivelamento exigido para uma pista de pouso de aeronaves. Esta é a conclusão do relatório da Coordenação Técnico-Científica do Ministério Público Estadual. “Existem inúmeros trechos danificados e com material granular solto que podem acentuar os riscos de acidentes durante os pousos”, alerta o documento.
Em suma, as condições físicas da pista de Jordão são inadequadas para garantir pousos e decolagens de forma segura.
O documento, assinado por Wagner de Moura Francisco e Edgar de Oliveira Neto, recomenda que o governo do estado e a empresa executora da obra, a Coluna LTDA, “informem os prazos para execução de reparos definitivos e o planejamento deste serviço”.
Em fevereiro deste ano o deputado Jenilson Leite (PSB) pediu uma reforma urgente e alertou para o perigo de pousos e decolagens na pista cheia de buracos. Veja Aqui
No mês de Julho, a população do município isolado criou o movimento Pró-Jordão contra os altos preços das passagens aéreas e enviaram um abaixo-assinado ao Ministério Público e ao Procon.
Pedidos e reações se devem ao fato de Jordão ser um município isolado geograficamente para onde, segundo os moradores, é mais caro viajar do que para Brasília
O isolamento geográfico se complica no período de verão, quando o nível das águas dos rios, baixa e dificulta a navegação. Só para se ter uma ideia, basta informar que de Jordão a Tarauacá, cidade mais próxima, de barco, leva-se entre 5 a 7 dias, no período do verão.
Como não tem ligação terrestre com o resto do estado a única opção é o transporte aéreo.
Entretanto a empresa que passou a fazer o transporte aéreo para o município aumentou o preço da passagem e restringiu os voos a um por semana. De Jordão para a capital Rio Branco, a passagem passou a custar 750 reais. Ida e volta 1.500 reais. O que significa que se alguém adoecer gravemente e precisar deslocar-se para Rio Branco teria que ter reservado todo o benefício de 4 meses para poder fazê-lo.
De acordo com Luiz Meleiro, presidente do núcleo do Sinteac de Jordão, o preço é impraticável para a maioria da população, onde quase 70% dos moradores sobrevivem dos programas de transferência de renda do governo federal. Um benefício de 600 reais, inferior ao custo de uma passagem só de ida. Leia Mais
Relatório do MP-AC vê irregularidades na recuperação da pista de Jordão e risco de acidente aéreo