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Coluna da Angélica- Crise na Polícia Civil é mais grave que se pensa

 

1-Crise

O delegado Luiz Tonini que acusa o delegado-geral de Polícia Civil, Henrique Maciel, de perseguição, declarou publicamente “se algo acontecer comigo ou com minha família, é responsabilidade da Direção-Geral de Polícia Civil”. Ele também responsabiliza a direção da Polícia Civil caso a violência na fronteira venha a aumentar por causa de sua saída forçada da região. Para quem quiser conferir, a  fala está registrada no podcast Conversa Franca de Willamis França. As hostilidades de Henrique Maciel seriam ainda responsáveis pelo adoecimento de policiais e delegados. Quatro desses últimos já em tratamento contra a depressão. São acusações graves que se somam ao esvaziamento da Delegacia de Combate à Corrupção (DECCOR) e afastamento do delegado Pedro Rezende que investigava o escândalo denominado Máfia dos Precatórios (Relembre Aqui). Desde então nenhuma investigação prosperou.

2-…na Polícia Civil

A rixa entre o ex-coordenador regional do Alto Acre, Luiz Tonini e o delegado-geral Henrique Maciel não é nova. À cobrança de aumento do efetivo, Henrique Maciel respondeu com a concessão de licença prêmio para dois policiais. Isso fez com que Tonini tivesse que remover policiais das investigações para tirarem plantões na delegacia. A regional do Alto Acre que engloba os municípios de Brasileia, Epitaciolândia e Assis Brasil, é considerada a mais complicada do estado. Por fazer fronteira com Bolívia e Peru é a principal porta de entrada de drogas e armas. Tonini afirma que vai até as últimas consequências e conta com o apoio da ADEPOL- Associação dos Delegados de Polícia. Para complicar, tem gente dentro do governo tentando apagar o fogo com gasolina. Aguardemos torcendo para que alguma cabeça mais racional evite o pior.

3-Reforma Tributária

A Reforma Tributária aprovada nesta madrugada está sendo chamada de Reforma dos Empresários, porque são eles os principais beneficiados. Mas mesmo sendo esta classe a principal beneficiada, terá reflexos positivos na classe trabalhadora porque cria condições para o Brasil melhorar e gerar mais empregos. Beneficia ainda a classe mais vulnerável economicamente que terá alimentos mais baratos porque não será cobrado imposto dos produtos da cesta básica e os impostos sobre medicamentos, Educação e transporte público foram reduzidos em 50%. Deveria estar acima da disputa governo/oposição. Portanto, quem votou contra esta reforma, não votou contra Lula (PT). Votou contra a população de todas as classes. Votou contra o país. Nesta lista dos contra, estão dois deputados federais do Acre: coronel Ulysses (União) e Gérlen Diniz (PP).

4-Derrota

Foi derrotada nesta votação a política “jogo de futebol”. Aquela que visa exclusivamente a derrota do adversário, comandada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), contra a qual se insurgiram 20 dos 99 deputados do Partido Liberal  e até o principal expoente do bolsonarismo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo. O ex-presidente que havia afirmado que o PL não iria permitir a reforma e deu com os burros n’água, agrediu Tarcísio e disse que o governador de São Paulo “não entende de política”. O resultado da votação mostra a tendência da Direita tradicional se afastar cada vez mais da Ultra Direita. A perda de liderança de Bolsonaro pode ser observada também, na falta de apoio ao marketing enviesado do ex-presidente. A foto dele sem camisa publicada nas redes, por exemplo, deixou a cúpula do PL furiosa. A imagem foi alvo de memes e considerada de péssimo gosto e só resultou em comentários cômicos e desaprovadores. 

5-Politicagem

A população do Jordão está revoltada. E com razão. O município de Jordão foi o único do Acre que ficou fora do PAA- Programa de Aquisição Alimentar. No pequeno, pobre e isolado município a compra da produção local que não tem condições de ser exportada para outros municípios justamente porque o município é isolado, a aquisição de alimentos com o pagamento garantido era a esperança. Quem paga pela aquisição dos produtos do programa é o governo federal. Frustrada a população informa que Jordão ficou fora do programa porque não tem um gerente local da Secretaria de Agricultura. E não tem, segundo eles, por pura politicagem. De acordo com as informações, o ex-gerente abandonou o trabalho e a cidade por problemas pessoais. Um novo gerente chegou a ser nomeado mas não tomou posse porque não seria do agrado do prefeito. Com um telefonema para a capital o prefeito teria resolvido o seu problema de antipatia e criado um grave problema para a economia do município. Mas não terá o que comemorar. Pelo jeito o caso vai parar no Ministério da Agricultura. O que talvez dê uma sacudida nos órgãos de controle do Acre.

6-Unidos

União Brasil, Republicanos e PL se uniram para lançar candidato a prefeito da capital em 2024. Leia-se coronel Ulysses (União). Parece filme do Tarantino- Os três armados. Alan Rick e Ulysses (União) tiveram o apoio do Proarmas na campanha e Roberto Duarte  (Republicanos), apoia o armamento da população. Eles querem eleger o maior número de prefeitos e vereadores no estado do Acre com vistas a eleição de 2026. Creio que o projeto é muito difícil de ser concretizado. A menos que tomem o Acre à mão armada. Com o perdão do trocadilho.

7-Acordou e cobrou

O prefeito Tião Bocalom (PP) parece que finalmente acordou para a possibilidade de não ser reeleito. Em reunião com seu “Estado Maior” ele cobrou “só tenho 10 meses para trabalhar e até agora não me entregaram um só projeto para licitar”, teria dito ele. O problema é que o prefeito só se deu conta disso muito tarde. As duas grandes obras dele- o elevado e o edifício garagem dificilmente serão realizadas.  Apesar da promessa do secretariado de elaborar os projetos. O que não se faz da noite para o dia. Depois de concluídos os projetos vem o processo licitatório. Só para concluir a licitação seriam necessários em média 3 meses. Se não houver contestação. Sobrariam 7 meses para a execução.  Sem contar os licenciamentos necessários. A pergunta que não cala é o que fizeram os secretários nestes três anos? Além disso é de estranhar a falta de cobrança do chefe. Seja como for, parece que Rio Branco vai ficar sem o edifício-garagem que seria tão necessário. O elevado então, parece que em vez de subir, afundou antes de sair do papel.

8-Obscuro

Funcionários da Câmara de Vereadores de Rio Branco estão assustados com a condução da verba de mídia da casa. Segundo eles, a Mesa Diretora convidou o proprietário de uma das empresas que participa da disputa para dar consultoria sobre verba de mídia para os vereadores. Para completar, a mesma empresa estaria contratada pela Câmara para a produção de imagens e vídeos. Uma relação no mínimo estranha que pode ir parar na Justiça, se for confirmada.  Com a palavra o presidente Raimundo Neném.

Bom dia, leitor. Sobre a “pisa” na praça pública de Cruzeiro do Sul, estou avaliando. No mais, sextou. Voltamos na segunda-feira. Aproveitem o final de semana para relaxar desse mar de lama que nos invade diariamente.

Esta é uma coluna de opinião e reflexão
Imagem- Noticias da Hora
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