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Coluna da Angélica- Governo do Acre nas asas da imaginação

1- Armou

Acordos políticos são rotina. As críticas também. O neófito deputado Tadeu Hassem (Republicanos) aprendeu isso da pior maneira possível. Ele fez um acordo com a deputada Antônia Lúcia (Republicanos) para acomodar os suplentes do partido- o cunhado dele, Israel Milani na Câmara dos Deputados e o pastor Wagner Felipe na Aleac. Com isso o dinheiro público sustentaria os titulares e os suplentes durante um período de 4 meses. Normal. Mas imoral. Cumprindo seu papel a imprensa caiu em cima. Veja Aqui . Aperreado, Tadeu tomou o pior caminho. Negou o acordo e acusou a imprensa de espalhar notícias falsas (Fake News). Acabou desmascarado pelo jornalista Ray Melo que divulgou print da conversa entre ele e Antônia Lúcia. Veja o print Aqui. Tadeu é recém chegado. Desconhece o funcionamento. Não sabe que a maioria dos jornalistas políticos está na área há muito tempo. Já passou por várias legislaturas. Os veteranos têm de estrada o que o deputado calouro tem de idade. Não são Chapeuzinhos Vermelhos que têm medo do Lobo Mau. Ao contrário, se sentem estimulados. Todo jornalista gosta de uma briga. Nesta área, a cor da chita é diferente. Talvez depois de alguns anos o novato Tadeu aprenda.

2-…e se deu mal

Com o tempo e experiência vai aprender que jornalistas veteranos não adotam o jornalismo declaratório. Não adianta dizer. Eles vão em busca do que está por trás. Erra o parlamentar ao confundir os experientes com estagiários. Jornalistas políticos estão acostumados com as negativas e com as tentativas de desacreditar a imprensa. Tanto que recentemente a presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Samira de Castro, em audiência do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional discorreu sobre o descrédito aos profissionais por autoridades, como o feito neste caso por Tadeu Hassem. “Para alguns pode parecer que a descredibilização se confunda com crítica ao jornalismo. Mas não é, é mais grave. Porque nega todos os fundamentos da atividade jornalística.” Palavras da presidente que pediu um protocolo de segurança para a categoria e a federalização dos crimes.

3-Causa própria

Tadeu Hassem está fazendo um carnaval com a Proposta de Emenda  Constitucional, de autoria dele, que aumenta o valor das emendas parlamentares. Apelidada de “PEC do Tadeu”, a matéria estabelece que as emendas parlamentares individuais serão de 3,5% do somatório da receita tributária. Ou seja, 3,5% do dinheiro dos impostos que todos pagamos serão usados para a promoção política dos deputados. Este é o grande feito do deputado  Tadeu Hassem. Usar o dinheiro do povo para ficar bem na foto e colher os frutos em votos. Emenda Parlamentar Individual é uma excrescência. Além de utilizar verba do orçamento cria uma espécie de reserva de cadeira no Legislativo porque dificulta a renovação dos quadros. Cria feudos. Deputado que destinou emenda (dinheiro do povo) para obra num determinado município ou comunidade tem muito mais chance de obter votos no local do que um novato. Para o pesquisador Sérgio Abranches,  as emendas representam um importante marcador disponível para explorar o funcionamento do sistema político. Pois. Mas Tadeu comemora. Tem uma irmã prefeita. Um reduto eleitoral em seu município.

4- Democracia e terrorismo

Campanha pela libertação de Julian Assange faz um comparativo interessante entre os três últimos presidentes dos EUA, antes de Joe Biden e Assange. O quadro esclarece que George Bush lançou 70 mil bombas em 5 países. Seu sucessor, Barack Obama aumentou o número de bombardeios. Lançou 100 mil bombas em 7 países. Donald Trump lançou 75 mil bombas mesmo os EUA não estando em nenhum conflito armado na época dele. Julian Assange  está preso em Londres desde abril de 2019, condenado a 175 anos a pedido dos EUA pelo “crime” de tornar público crimes de guerra dos Estados Unidos. Em uma das matérias Assange divulgou através de seu site, Wikileaks um vídeo mostrando os jornalistas da Reuters, Saeed Chmagh e Namir Noor-Eldeen sendo baleados por um helicóptero dos EUA enquanto os pilotos americanos riam.  Os Estados Unidos querem que Assange seja extraditado para ser julgado pela justiça norte-americana, onde pode ser condenado a morte.  Observe que EUA e Grã-Bretanha que mantém Assange preso por exercer os princípios da Democracia de da liberdade de imprensa, apoiam a Ucrânia na guerra contra a Rússia em nome de uma suposta defesa da Democracia. Depois quando Lula diz que Democracia é um conceito relativo ainda existe quem conteste. Às vezes a inteligência persegue mas a pessoa foge dela.

5- Fumaça

A música ao longe diz “não entendi o enredo desse samba amor…”. Um BG perfeito para meu pensamento. Não entendi o motivo de celebrar o aniversário de Santos Dumont. Não que ele não mereça homenagem, mas nasceu em Minas Gerais. Não no Acre.  Não existe sequer registro de uma única passagem do “pai da aviação” pelo estado. Não que eu conheça. Corrija-me se eu estiver errada. Creio que a homenagem, com direito a uma programação com Esquadrilha da Fumaça  está deslocada em 3.565,2 km. O governo às vezes parece diretor de escola infantil. Parece que por aqui a máxima do pão e circo foi substituída pelo “Pão e Fumaça”…sem o pão.

6- Racha

A Reforma Tributária rachou o PL. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas por exemplo, foi  hostilizado durante uma reunião com Bolsonaro e aliados. “Acho arriscado pra direita abrir mão da Reforma Tributária”, disse o governador de SP sob vaias. Tarcísio aderiu à Reforma Tributária sob pressão do empresariado do estado que governa. Não poderia ficar na posição optada pela radical do PL de só ferrar o governo federal, sob pena de se ferrar junto. Por outro lado, o ex-presidente cada vez mais isolado pode passar o vexame de ver boa parte do PL – que agora está frequentando o Planalto e ganhando cargos – votar a favor. Jair Bolsonaro por sua vez, no entendimento de muitos, teve os direitos políticos suspensos ao ter se tornado inelegível, o que significa que não poderá receber o salário de R$41mil e as mordomias do PL.

7-Urgente

Os dois últimos casos envolvendo adolescentes em Rio Branco são graves e requerem uma atuação de urgência. Um adolescente de 16 anos morreu em consequência de espancamento dentro de uma unidade do Instituto Sócioeducativo (ISE). Estava sob a responsabilidade do Estado que não conseguiu garantir a segurança dele. Estava preso. Sim, preso, uma vez que estava privado de liberdade, independente do nome oficial que deem para dourar a pílula. O outro, de 17 anos denuncia ter levado bofetadas, e chutes e ter um fuzil apontado para a boca. Ação de policial que o julgou suspeito de roubo. Suspeito. Mesmo que fosse culpado, não cabe à polícia esse tipo de atitude. Polícia não julga. Não pune. Isso é competência da Justiça. Que cada um fique no seu quadrado. E que tudo seja apurado devidamente e com urgência. De violência já basta a cometida pelo sistema que retira todas as oportunidades de sobrevivência digna desses jovens. Vale a reflexão do poema Sobre a Violência de Bertolt Brecht: “Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”.

Bom dia, deputada Socorro Néri (PP). Queimei a língua por a jogado na vala comum  nivelando-a aos seus colegas de bancada federal. Ainda bem que me enganei e Vossa Excelência se transformou numa grata surpresa. Felizmente o Acre tem uma referência na Câmara dos Deputados né?

Esta é uma coluna de opinião e de reflexão

Contato- [email protected]

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