1- Esquenta
A disputa pelos votos evangélicos para a eleição de 2026 se acirra a cada minuto com o protagonismo da vice-governadora Mailza Assis e o senador Alan Rick (União). O setor informal de notícias dá conta que o ex-secretário de Saúde Gemil Júnior (União), foi impedido de fazer uma pregação no show do cantor gospel Lukas Agustinho. A decisão teria sido tomada pela vice-governadora que mandou a organização do show “desconvidar” Gemil por ser ligado a Alan Rick. Mailza teria esclarecido anteriormente às lideranças evangélicas que não existem nuances nesta disputa. É preto no branco. Ou estão com ela ou com Alan. O show que estava marcado para às 21 horas atrasou em quase uma hora à espera de Mailza. Não passou despercebida a cara amarrada da vice. Mailza que tenta apresentar em público uma face doce e afável não conseguiu disfarçar o desconforto. O motivo do clima pesado deve ser bem maior que a presença do pastor Marquinhos Bombeiro, que é ligado a Alan, no camarim do cantor. O clima tenso pode ser a insegurança sobre o apoio do governador. Ninguém pode apostar. Gladson apoia todo mundo e não apoia ninguém.
2-Marcado
A filiação de Marcus Alexandre ao MDB está marcada para o dia 08 de agosto em Brasília. A garantia é de liderança do partido que acrescenta que a filiação será em grande estilo com a presença do presidente da Executiva Nacional do partido, Baleia Rossi. Com Tanízio Sá como coordenador da campanha o partido busca uma vice para Alexandre. Acho muito difícil a possibilidade de Michelle Melo (PDT) aceitar. Trocar uma cadeira de deputada por uma função de vice seria dar um passo atrás, embora assumir a prefeitura da capital por dois anos seja tentador. Gabriela Câmara poderia agregar o voto da periferia mas a possibilidade leva o eleitor a refletir sobre tê-la na administração da capital. Não duvido nem aposto em nada. Só pondero que para quem já iniciou o processo indo para o MDB, ter vice do União ou Republicanos é só um passinho a mais. Por trás de todas as perspectivas não há novidade. Estão os antigos e imexíveis caciques da política acreana, os que têm o bastão da decisão. Os que mexem as peças. Flaviano Melo (MDB), Jorge Viana (PT), Luís Tchê (PDT) e Antônia Lúcia (Republicanos).
3-Quanto mais cabras…
mais cabritos. Brotam do chão pré-candidatos à prefeitura de Rio Branco. Além de Marcus Alexandre, são apontados, Emerson Jarude (Novo), Minoru Kinpara (PSDB), coronel Ulysses (União), Alysson Bestene (PP), Antônia Lúcia (Republicanos) e quem mais chegar. Quanto mais candidatos postos, maior a chance de Tião Bocalom (PP) conseguir a reeleição…se tiver legenda.
4- Pressa
O deputado Tanízio Sá, líder do MDB na Assembleia Legislativa se apressou em tirar o deputado Emerson Jarude de tempo. Nesta terça-feira (01), no primeiro dia de trabalho pós-recesso parlamentar, Tanízio protocolou um documento para tirar Jarude da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Aleac. Tira Emerson Jarude e assume o posto que é do MDB. A disputa entre os dois vem desde a escolha para a liderança do MDB no legislativo. Pelo jeito, agora conseguiram isolar mesmo Jarude. Como único representante do Novo, só terá voz na tribuna da casa. E pouco tempo para falar. Terá que rebolar (figurado), para conseguir aparecer. O jogo é bruto e suas ideias antigas e seu controverso partido não ajudam no quesito alianças.
5- Bomba
A bomba de mil megatons da rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro está prestes a estourar. Mais não posso dizer. Aguardem.
6- Ação
O deputado Luiz Gonzaga (PSDB) adepto da vida natural associada ao conforto do bem estar que o desenvolvimento pode trazer, há anos tenta levar adiante projetos que possibilitem aos acreanos essa associação. Como presidente do Poder Legislativo conseguiu finalmente despertar o interesse das maiores cabeças pensantes da Ufac. Uma parceria da Universidade Federal do Acre com a indústria farmacêutica da Índia pode contribuir muito para o desenvolvimento do estado, juntando o conhecimento técnico da Índia com as práticas dos povos tradicionais do Acre e o celeiro de plantas medicinais da floresta. Vale destacar que os padres Paulino Baldassari e Heitor Turrini fizeram um registro de ervas medicinais encontradas no Acre. O trabalho das vidas dos dois padres estava em manuscrito na casa onde residiam em Sena Madureira e me foi mostrado pelo padre Heitor. A igreja católica bem que poderia ter dado mais atenção ao trabalho. Pode ser que venha a público nesta parceria com a indústria indiana.
7- Expulso
O missionário evangélico Anthony Paul Goddard, da Missão Novas Tribos do Brasil, foi expulso do Brasil. Ele foi acusado de ter invadido uma Terra Indígena do povo Madija no Alto Rio Purus. Área localizada nas proximidades da foz do Rio Chandless. O missionário recebeu autorização do governo Jair Bolsonaro em fevereiro de 2022 para residir no Brasil por prazo indeterminado. Mesmo sem autorização das lideranças locais ou da Funai, Goddard construiu uma casa de 96 metros quadrados onde passou a morar dentro da terra indígena e iniciou um processo de doutrinação evangélica forçada. A etnia Madija registra um alto número de suicídios, que atingem principalmente homens, entre 16 e 28 anos. Um laudo antropológico assinado pelo antropólogo Pedro Moutinho aponta que a conversão evangélica de povos indígenas com suas interpretações provenientes do cristianismo, em choque com a cultura tradicional gera turbulências. E que as mortes por enforcamento – o método mais usado – são “mais comum nas aldeias com maior presença evangélica” e estão relacionadas a crença trazida pelo cristianismo. A organização religiosa entende que há um só Deus e que a responsabilidade da igreja é pregar o evangelho e fazer discípulos em todas as nações.
8- Histórico
Missionários da MNTB já foram investigados por suspeita de biopirataria na reserva extrativista do Alto do Juruá. A organização religiosa mudou o nome para Ethnos 360 em 2017 após uma série de denúncias de pedofilia e abusos sexuais em países onde atua, mas mantém o mesmo nome, Missão Novas Tribos do Brasil, no país. A organização acumula um histórico de denúncias em vários países. Nas Filipinas, meninos e meninas foram vítimas de abusos sexuais praticados por missionários dentro das escolas da organização. No Senegal, uma auditoria também apontou a existência de um sistema de violações sexuais de crianças. No Pará, um ex-missionário da MNTB foi denunciado ao MPF por escravizar 96 indígenas da etnia Zo’é. O missionário Warren Scott Kennell foi condenado a 58 anos de prisão nos EUA por ter tirado fotos pornográficas de crianças e abusado delas enquanto estava na aldeia Sete Estrelas, na Terra Indígena do Rio Gregório, no Acre.
Bom dia, Danilo Lovisaro, Procurador-Geral do MPAC. Desculpe a ignorância, mas por que o MP precisa de tantos prédios? A voz rouca das ruas já ironiza que daqui a pouco haverá um prédio para cada procurador e um para cada promotor. Não lhe parece exagero?
Esta é uma coluna de opinião e reflexão
Contato- angellica.paiva@gmail.com
Imagem- jns.org