Coluna da Angélica- Reviravoltas no Podemos

Clinica Telemed'AC - Consultas médicas com clínicos e especialistas sem sair de casa no Acre

-Banho de cuia

O deputado Fagner Calegário levou um verdadeiro “banho de cuia”. Caladinho, ele se aproximou de um político de Rondônia que o levou à direção nacional do Podemos, ao qual se filiou com a promessa de presidir o partido no Acre. A direção estadual descobriu e correu oferecer o partido ao ex-deputado Ney Amorim. Ao ver os números da votação de Ney na eleição de 2018 a presidenta nacional do Podemos Tereza Abreu, veio bater no Acre e ratificou a oferta. A negociação foi tão rápida que os deputados do partido no Acre só souberam da solenidade quando foram solicitados a ajudar a pagar a conta da solenidade.

– Bem vindo

Apesar da pressa, Ney Amorim foi bem recebido no partido. No entendimento geral ele pode contribuir para o crescimento do partido inclusive montando uma chapa competitiva para a disputa de 2022. Fazendo jus à frase que toda a unânimidade é burra, nem todos ficaram satisfeitos. Calegário que assinou a ficha de filiação em Brasília e chegou ao Acre com a promessa do Secretário Geral do partido de ser o novo presidente, não ficou nada satisfeito, tanto que não queria nem ir à solenidade. Antecipando-se a função de presidente, Calegário já havia tirado a liderança de Josa da Farmácia, que permanece no mandato até esta terça-feira (20).

– Líder

Sem a presidência, sobrou para Calegário a liderança do partido na Assembleia Legislativa e um gosto amargo de quem quase chegou lá. O parlamentar eleito pelo PV, andou batendo em várias portas, entre elas a do PL e a do Republicanos. O deputado que é do grupo dos independentes, terá que adotar um posicionamento mais contido a partir de agora. O Podemos é totalmente da base governista e o novo presidente teve a posse prestigiada pelo governador do estado. Nada que uma negociação não resolva. Nos bastidores do Legislativo há muito corre que o desejo de Calegário é ser base do governo…só faltou “espaço”.

– Independentes

O grupo dos independentes que contava com 5 deputados, encolheu nesta segunda-feira (19), para 4 e ainda pode perder mais um. Não é segredo para ninguém que Neném Almeida (Solidariedade), também quer voltar para a base. Ser de oposição ou independente, garante maior visibilidade…a pão e água. Quem não tem cacife que nem entre no jogo. Na oposição e independentes, só se dá bem quem se garante na oratória e na investigação e com um mandato em sintonia com as causas sociais. Se Neném conseguir voltar para a base governista, a oposição e os independentes ficarão reduzidos a 7 parlamentares. Número insuficiente até para protocolar um pedido de CPI.

– Fica ou vai

A grande questão que se apresenta é quantos desses fiéis escudeiros vão permanecer com Gladson Cameli até a eleição de 2022. Se sentirem que o governador não é o favorito para vencer a eleição, a maioria deverá pular para o barco do adversário. Não por acaso já se perguntam se Gladson terá condições de vencer Petecão. Ao comparar os apoios que o senador vem conseguindo de lideranças consolidadas e com muito voto com os pequenos partidos e lideranças de menor expressão que orbitam em torno do governador, espicham o olho para os coletes salva-vidas. Na verdade o plenário da Assembleia Legislativa não passa de um “Centrão” genérico.

– Comparações

As comparações entre o atual governo e os passados são inevitáveis e parlamentares que participaram dos governos petistas são os mais qualificados para evidenciar isso. Eles lembram que Jorge Viana (PT) se fazia acompanhar dos deputados da base em viagens e eventos, prestigiando-os. Gladson Cameli prefere aparecer sozinho. Não ter convidado a base para ir receber o primeiro lote de vacinas, foi um espinho que ficou atravessado. E este é apenas um dos muitos exemplos.

– Entourage

Chama a atenção de quem vai por algum motivo à sede administrativa do governo, ver o Chefe da Casa Civil, Flávio Pereira, Roxinho e o Beijoqueiro praticamente atuando como porteiros do gabinete do governador. Parece que as funções não estão bem definidas por ali.

– Nepotismo

A respeito do video em que o governador Gladson Cameli confessa que “teve que empregar parentes no governo”, leitor da coluna informa que Flaviano Melo (MDB) e Binho Marques (PT), foram os únicos governadores do Acre com família grande que tinham ojeriza a parentes do governo. Diziam que colocar parentes no governo era fácil, o difícil era enfrentar a família quando tivesse que demitir um deles. Faz sentido.

– Contraste

Entretanto é impossível não fazer a comparação. Enquanto o governo do estado faz um estardalhaço como se estivesse anunciando definitivamente o fim da fome no mundo com um auxílio de 150 reais para famílias comerem durante um mês, mantém em cargos públicos a parentada paga com dinheiro público. Ninguém criticaria se o dinheiro usado fosse da conta pessoal do governador. Mas é impossível não pensar que o dinheiro público usado em proveito de uma família que já é abastada, pode ser o que falta para melhorar o pequeno auxílio concedido.

– Contestada

A gestão Camilo Silva (PSD) em Plácido de Castro é criticada pela população.Os vereadores entretanto não acham nada estranho. Nem mesmo o fato do prefeito que mora em Vila Campinas ter triplicado os gastos com combustível para ir e voltar todo dia à sede da prefeitura em Plácido. Com os ramais em péssimas condições é preciso desviar por Acrelândia perfazendo um trajeto de cerca de 100 km entre ida e volta diáriamente. Em Plácido de Castro 8 dos 11 vereadores formam a base do prefeito. Quando os eleitos pelo povo para o representar passam a representar o poder a população fica orfã.

-Pedido

O deputado Luiz Gonzaga (PSDB) pede ao governo do estado, um olhar diferenciado para os municípios isolados principalmente na questão da saúde. Gonzaga ficou chocado com a necessidade de pessoas terem se mobilizado para iluminar com a luz dos faróis a pista de pouso de Santa Rosa do Purus para assegurar que um aviãozinho pudesse levantar vôo com uma paciente gravemente enferma: “Devido a carência de médicos especializados,  é impossível não ter uma pista de pouso para transporte de casos de emergência”. Segundo o deputado a nova pista está em construção em parceria com o exército.

– Mal pagos e mal alimentados

O aumento nos preços dos alimentos parece ter atingido os serviços essenciais no Acre. Neste domingo, os trabalhadores do plantão da maternidade Bárbara Heliodora receberam marmitex com ovos mexidos em substituição às porções de carne. Por lá o clima de revolta que já se evidenciava pela falta de pagamento do auxílio prometido, aumentou. Sem ter a quem recorrer, os trabalhadores enviaram fotos do marmitex para a imprensa. Parece que nem a imprensa ajudou.

Bom dia, vice-governador Major Rocha (PSL). É verdade que vossa figura com uma caneta na mão anda assombrando as noites mal dormidas do primeiro escalão? É pesadelo que chama?

Inscreva-se gratuitamente na Newsletter do Acre-In-Foco Notícias do Acre

Não perca nenhuma notícia do Acre! Inscreva-se na newsletter do Acre In Foco

Veja também

Coluna da Angélica-Gladson e Socorro: em nome da paz

1-The winner O governador Gladson Cameli (PP) e a deputada federal Socorro Néri (PP) fizeram …