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Coluna da Angélica- Ironia ou esperança? Fieac homenageia Gladson
Coluna da Angélica- Ironia ou esperança? Fieac homenageia Gladson

Coluna da Angélica- Ironia ou esperança? Fieac homenageia Gladson

1- Ironia

A Federação das Indústrias do Acre homenageou o governador Gladson Cameli (PP). Se a iniciativa tivesse sido tomada pela Federação das Indústrias do Amazonas não soaria tão estranho. Afinal é voz corrente que as empresas acreanas foram preteridas pelas de Manaus. Além do mais foi uma gestão marcada pelas “caronas”, que é quando empresas que já venceram uma licitação ganham contratos para realizarem serviços para outros órgãos públicos sem ter que participar de nova concorrência. Com isso, a maioria das empresas do Acre ficaram fora. Por merecimento, a homenagem teria que ter sido prestada aos deputados de oposição que expuseram o problema no 1º mandato de Gladson e ao deputado Pedro Longo (PDT) que neste mandato, pediu uma audiência pública para debater o fim das Atas de Registro nas licitações, exatamente para beneficiar as empresas acreanas.

2-Fieac
Federação das Indústrias do Acre é um nome maior que a importância do setor. Nem precisa do referendo do IBGE para saber que indústria é um setor secundário no Acre. É visível. Mesmo assim, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que o setor industrial no Acre representa apenas 7,7% da economia do estado. Ficando exatos 69,6 pontos percentuais atrás do setor de serviços. Noves fora, quase nada. Paralelo a isso, Manaus que é o terceiro maior município no setor industrial (atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro), aparece como a sexta maior economia do Brasil. É o maior PIB per capita da Região Norte. Nem precisava andar de carona pelo Acre. Ao ser homenageado na Fieac, Gladson fez aquele discurso evasivo que é preciso somar esforços para vencer desafios e que é em união que iremos avançar, diminuir a burocracia, fortalecer o setor empresarial e gerar emprego e renda para a população. Parece mais discurso de campanha do que de um governador em segundo mandato. A hora era de apresentar resultados.
3-Emprego
O Acre tem quase 10% de seus cerca de 900 mil habitantes, desempregados. A última pesquisa do IBGE mostra que dos 298 mil trabalhadores empregados, 135 mil estão no setor informal, o que corresponde a 45,1% dos considerados empregados. Dentre os desempregados, 30 mil pessoas são os chamados desalentados. Aqueles que desistiram de procurar emprego porque tentaram em vão durante dois anos ou mais. Esses números deveriam sacudir as autoridades do sono eterno,  porque eles têm relação direta com a criminalidade. Segundo o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), ligado à Secretaria de Economia e Planejamento do Espírito Santo, 471 mil acreanos vivem na pobreza. Mais de 134 mil na extrema pobreza. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, Rio Branco tem uma das menores renda média da população entre as capitais brasileiras. O fracasso em números reais e percentuais não pode ser compensado por solenidades.
4-Ainda que tardia
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PP), neoliberal de carteirinha se traiu. O neoliberalismo considera empresas estatais cabides de empregos.  Ineficientes.  Ninhos de corrupção que devem ser substituídas por empresas privadas.  Claro que a teoria perde força quando confrontada com a realidade.  Foi o que aconteceu com Bocalom. No ato de lançamento do programa “Recupera Rio Branco”, na última sexta-feira, o prefeito de Rio Branco pediu que as empresas privadas que façam um trabalho bem feito. Como a Emurb. “Eu não quero ter que ficar voltando pra fazer de novo serviço que já foi feito, pra tapar o mesmo buraco”. É isso que eu peço”. Em tempo-
Bocalom recebeu uma doação de 10 mil metros cúbicos de madeira da empresária Adelaide Fátima para viabilizar seu programa de construção das 1001 Casas. Desconhecemos a colaboração de outros empresários até o momento.

5- Resistência

Cresce dentro do governo a resistência a uma aliança em torno do nome de Marcus Alexandre para a prefeitura de Rio Branco em 2024. Parcela expressiva e com “voz ouvida” é adepta da teoria que uma vez eleito, Marcus Alexandre retorna para o colo dos antigos companheiros. A desconfiança foi reforçada pela declaração do novo presidente do PT no Acre, Daniel Zen, que não descarta o apoio a  uma coalisão que tenha Marcus Alexandre à frente. Outros líderes da antiga Frente Popular, como Edvaldo Magalhães (PCdoB), também se referiram ao ex-prefeito de forma positiva. Magalhães disse que Marcus Alexandre é a maior liderança política atual do Acre. A aposta dos governistas é que não haverá conversa nem com Bocalom nem com Marcus Alexandre e que com  Socorro Néri no comando do PP Alysson Bestene avança mais 10 casinhas na corrida. Não sei se as regras do jogo infantil Ludo podem ser aplicadas na disputa política que está mais para o xadrez. Resta ver até onde o peão conseguirá avançar, seja de que lado for. A única torcida é para que a população não leve um xeque-mate. Mais um.

6- Voou

O prefeito Sérgio Lopes, de Epitaciolândia trocou o PSDB pelo PL de Jair Bolsonaro. A filiação foi assinada em Brasília no último dia 24, com a presença do presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto. Pesou na decisão o fato do PL ter a maior bancada na Câmara dos Deputados. O que significa mais tempo de TV e Rádio e participação no dinheiro  do Fundo Partidário. A estimativa é que o PL tenha mais de 1 bilhão de reais para usar na campanha de 2024. Além disso, o PL não tinha nenhuma liderança expressiva em Epitaciolândia, o que permite a Sérgio Lopes construir o partido do seu jeito. Pode ser que o prefeito consiga melhores companhias locais do que seus correligionários nacionais. Na legislatura passada o PL era o partido que mais tinha parlamentares sob investigação. Dos 77 deputados da sigla, 21 eram alvos da justiça. Mesmo assim o partido ampliou sua bancada para 99 parlamentares. O partido tem como protagonistas  Nikolas Ferreira, acusado de transfobia, Carla Zambelli, acusada de fraude pela falsificação de assinatura em documentos de campanha, os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro e Magno Malta.

7- Magno

Magno Malta deverá responder a um inquérito no STF por causa das declarações racistas proferidas contra o brasileiro Vini Jr. que joga no Real Madrid. A Procuradoria Geral da República já acionou o Supremo. Vini que se tornou a maior voz mundial contra o racismo foi chamado de macaco por um coro de centenas de torcedores do Valencia, no último dia 21. Vinicius Jr enfrentou a torcida adversária e foi expulso de campo. O presidente Lula (PT) saiu em defesa de Vini e cobrou da Fifa ações para coibir o racismo no futebol. As ofensas racistas são comuns contra atletas brasileiros na Europa. Chico Buarque e Gilberto Gil, dentre outros artistas brasileiros também se solidarizaram com o jogador. Na contramão, Magno Malta, senador pelo PL, disse que Vini estava se vitimizando e perguntou: “Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?”.

8- Malta

O senador do Espírito Santo que se apresenta como pastor evangélico e fundamentalista religioso, também é cantor gospel. Em 2021, ele publicou fotos íntimas onde apareciam seu pênis. Mas a ficha de Magno Malta vai muito além disso, Em 2017 ele foi indiciado pela Polícia Federal por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva por participação num esquema de compras superfaturadas de ambulâncias para prefeituras com dinheiro do orçamento. Conhecido por seus discursos em defesa da “ moral e bons costumes”, Malta gastou R$ 472 mil, de cota parlamentar, em dois postos de gasolina do Espírito Santo, o que permitiria percorrer 1.055.930 km com um carro padrão de 10 km/l. O que equivaleria a percorrer o estado do Espírito Santo 2.823 vezes, ou a cruzá-lo a cada 29 horas durante esses nove anos.  Os dois postos nos quais Malta comprava combustível pertencem ao ex-deputado estadual e ex-chefe da Casa Civil do Espírito Santo, José Tasso Oliveira de Andrade, condenado em segunda instância por roubo de dinheiro público.

Bom dia, Aberson Carvalho, Secretário de Educação do Acre. Parabéns pela rápida atitude de suspender a escola João Calvino dos Jogos Escolares por causa da manifestação racista. É inaceitável que crianças e adolescentes mantenham essas práticas preconceituosas e a função da educação é esta. Entendem o motivo de ministrar disciplinas como a teoria da evolução, escravidão e história social nas escolas? Afinal é de pequenino que se torce o pepino, né?

 

Esta é uma coluna de opinião

Contato- [email protected]

Imagem- UOL

 

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