Clinica Telemed'AC - Consultas médicas com clínicos e especialistas sem sair de casa no Acre

Coluna da Angélica- Candidaturas diversas ou uma grande geringonça? O jogo da eleição municipal na mesa

1-Com tudo

A apresentação da candidatura de Alysson Bestene (PP) a prefeito de Rio Branco mostrou força. Adversários observam que o apoio do secretariado e base do governo na Aleac pode fazer a diferença na eleição. Some-se a isso os muitos cargos comissionados e tem-se um balde de votos. Deputados estaduais e federais têm influência sobre seus eleitores e a maioria têm cargos no governo. Estes têm familiares em idade de votar. O mesmo acontece com os cargos comissionados. Todos devidamente envolvidos atingem o povão. Portanto, não se enganem. A candidatura de Alysson é competitiva sim. Soma-se a isso o fato que os partidos que orbitam em torno do governador Gladson Cameli (PP), vão apoiar o candidato que ele determinar. Isso inclui o PSDB. A presença de Minoru Kinpara na festa de Alysson é prova disso. Lançado como pré-candidato, supostamente adversário de Alysson, Kinpara permanece a frente da Fundação Elias Mansour. Não existe atrito nem competição. Ponto.

2-Barbas de molho

Para alguns analistas o candidato do MDB, Marcus Alexandre deveria colocar as barbas de molho. A última pesquisa divulgada mostra um empate técnico entre ele e Bocalom.  A rejeição alta de Tião Bocalom é normal para quem está no cargo. Além disso, em uma semana o prefeito lançou obras orçadas em 22 milhões. Que vão gerar 270 empregos. Isso conta. E muito. Sem falar na possibilidade da construção das 1001 casas populares. Entre as obras lançadas está a ponte sobre o Igarapé Judia. Que apesar de pedida há 30 anos só recebia paliativos em madeira. Bocalom vai fazer a ponte em aço e concreto. A campanha nem começou oficialmente e os caçambeiros já lembram que na gestão Marcus Alexandre precisaram fazer vários protestos para poder receber. Na gestão de Boca não tiveram que protestar. Bocalom iniciou a campanha de 2020 em 4º lugar. Venceu. Para os analistas do início da conversa, se tropeçar na curva, o MDB pode vir a assistir uma decisão no segundo turno entre Alysson Bestene e Tião Bocalom.  O prefeito da capital deve ir para o União Brasil de Alan Rick, indicam fontes da prefeitura.

3-Shhhh

Fonte do Progressistas confirma que não existe disputa entre Alysson Bestene e Minoru Kinpara . O que existe segundo a fonte é uma possibilidade de escolha para saber quem o grupo vai indicar para vice de Marcus Alexandre. O que se sair melhor será o vice com a bênção de Gladson Cameli. Pausa para o espanto. Se a informação for real, poderemos dizer que o Papai do Céu ouviu as preces de Cesário Braga (PT): “somos Alysson com a certeza que lá frente seremos Marcus Alexandre”, foi o que disse o membro do PP. Vendo o peixe pelo preço que comprei, mas com a certeza que em política tudo é possível. Até essa geringonça. Mas, para que se concretize, se realmente for a intenção, o governador vai ter que esquecer a conta Flávio Nogueira. Pelo menos não citá-la. Recentemente o governador afirmou que uma das terceirizadas recebe o dinheiro do governo, não paga os funcionários e aplica o montante no mercado financeiro, ” agindo como o pessoal daquele esquema da Flávio Nogueira. Pega o dinheiro e aplica para ganhar os rendimentos”.

4-Vampiros

Não satisfeitos com todos os problemas que vêm criando, os senadores agora se debruçam sobre uma PEC que transforma sangue em mercadoria. O texto do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), autoriza a coleta remunerada e comercialização de plasma sanguíneo. Ou seja, o cidadão vai vender o sangue para comprar pão. Detalhe, o sangue para a retirada do plasma poderá ser vendido não apenas para o SUS mas também para empresas privadas. Inclusive estrangeiras. Segundo o texto, para a produção nacional e internacional de medicamentos hemoderivados. Esse retrocesso traria de volta a prática da época da ditadura militar quando os mais pobres vendiam sangue para sobreviver. Ou seja, não basta extrair o suor dos pobres, é preciso tirar seu sangue. Literalmente. Pois esta PEC (10/2022), está na pauta de votação da  CCJ do Senado nesta quarta-feira (04).

5-Insosso

Gladson Cameli adotou o “Trabalho para cuidar das pessoas”, como novo slogan do governo. Muito, mas muito parecido mesmo com o da sua ex-líder Michelle Melo (PDT), “Gente cuidando de gente”. Sinceramente, acho esse tom muito apelativo. Preferia o antigo “Acre, visão de futuro, governo de todos”. Mais profissional. Embora esta seja uma discussão estéril. Ninguém liga para slogans de governo. Nem são lembrados. Ao contrário de alguns de candidatos, como o de Tiririca com o seu “pior que tá não fica”. Mas outros ficaram na história, como o do candidato Guilherme Bouças com o seu “Chega de malas, vote em Bouças”. Em Descalvado (AL), a candidata chamada Dinha tinha o slogan: “Tudo Pela Dinha”. Lady Zu, candidato gay de Piraí do Sul, veio com  “Aquele que dá o que promete”. Exceto Tiririca, não sei se os outros aqui citados se elegeram, mas que marcaram as campanhas é incontestável.

6-Grave

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), com sua turma do Centrão está tentando implantar no Brasil uma espécie de “ditadura parlamentar”. Refiro-me à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 50/2023, que pretende alterar o art. 49 da CF/88 e assim dar a Congresso a possibilidade de ser “corte revisora”, com o poder de alterar decisões do STF.  Ora, o Supremo Tribunal Federal  é o guardião da Constituição. A ele cabe a palavra final. O STF deu a palavra final sobre o Marco Temporal, mas nem a Câmara nem o Senado querem aceitar o fato e reivindicam o direito de reformar a decisão. O que abriria a porta para outras “reformas” das decisões do STF. Na verdade, é um pretexto não apenas para retirar a autoridade do supremo mas principalmente para desestabilizar o governo federal.  Já vimos esse filme. E nos chocamos com as cenas de violência.  O golpe de Estado que instituiu a ditadura do Estado Novo em 1937, dava ao presidente Getúlio Vargas o direito de reverter declarações de inconstitucionalidade emanadas do Supremo Tribunal Federal. A diferença entre o Estado Novo e o Estado de Lira é que no primeiro quem podia desprezar a Corte Suprema era o presidente. Na atual é o Legislativo Federal. A gravidade da situação aumenta quando se olha o “currículo” de Arthur Lira. Uma pessoa envolvida em tantos escândalos com dinheiro público como ele não deveria nem ter mandato. Muito menos presidir a Câmara dos Deputados. 

7-Lira

A última do presidente da Câmara é a realização de um leilão de gado no próximo dia 07 na Fazenda Santa Maria, em São Sebastião (AL). Uma das beneficiadas por uma obra de pavimentação da Codevasf, que apareceu na Operação Taturana, da Polícia Federal. Lira foi  apontado pela PF como suspeito de ter usado a compra de gado e fazendas para lavar dinheiro público desviado. Em 2007 a PF estimou em 300 milhões a quantia de dinheiro público desviado por ele. No caso do leilão anunciado, Lira faz propaganda, às claras, do que até há pouco tempo escondia. Ele foi absolvido porque seus advogados utilizaram filigranas que sempre protegem os poderosos. No caso, alegaram que a investigação tinha que ter sido levada a cabo na justiça estadual e foi na federal. O que também fica evidente na atuação de Lira é o conflito de interesses. O presidente da Câmara aparece publicamente como um pecuarista ao fazer propaganda de seu leilão. Um homem do agronegócio que paralisa o governo para mudar a decisão do STF sobre o Marco Temporal. Interesse próprio. A ex-mulher de Arthur Lira, Julienne Lins disse que teme ser assassinada por ter denunciado o uso de fazendas e gado pelo ex-marido para lavar dinheiro e que adquiriu fortuna após entrar para a carreira política.  Depois que Julienne falou sobre malas de dinheiro, Arthur Lira entrou com uma ação na justiça para retirar todas as entrevistas da ex-mulher. Olhos atentos observam que os defensores da moral e dos bons costumes estão do lado de Arthur Lira.

Bom dia, prefeito Tião Bocalom. Vossa Excelência percebe o estrago que sua base de sustentação na Câmara dos Vereadores fez na sua campanha nesta terça-feira (03)? Com gente despreparada no entorno quem precisa de adversários né?

Esta é uma coluna de opinião e reflexão

Contato- [email protected]

Imagem- Uol

 

Inscreva-se gratuitamente na Newsletter do Acre-In-Foco Notícias do Acre

Não perca nenhuma notícia do Acre! Inscreva-se na newsletter do Acre In Foco

Veja também

Força Nacional auxilia no patrulhamento das rodovias federais

A Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) ficará no estado do Rio de Janeiro por mais 30 dias. A medida foi autorizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) nesta terça-feira (30). A prorrogação da permanência da Força Nacional de Segurança Pública no estado do Rio de Janeiro foi assinada após pedido expresso do governo fluminense.

De acordo com a portaria, que dispõe sobre a prorrogação do emprego da Força Nacional de Segurança Pública no Rio de Janeiro, o ministro Ricardo Lewandowski autoriza apoio aos órgãos de segurança pública federal e estadual para atuar nas atividades imprescindíveis à preservação da ordem pública, das pessoas e do patrimônio, entre os dias 1º e 30 de maio deste ano. 

É a terceira vez que o decreto de permanência da Força Nacional no estado do Rio é prorrogado. Cerca de 300 agentes reforçam a segurança no Rio de Janeiro desde outubro de 2023, por ordem do então ministro da Justiça, Flávio Dino. Além dos agentes e de 50 viaturas, o ministério autorizou o deslocamento de 270 policiais rodoviários federais, que atuam no patrulhamento de rodovias, para auxiliar as forças de segurança locais.

O efetivo da Força Nacional é composto por bombeiros, policiais civis, militares e peritos. O objetivo da força é contribuir para a preservação da ordem pública, a segurança de pessoas e do patrimônio e atuar em emergências e calamidades públicas. A prioridade da ação no Rio de Janeiro é o patrulhamento das principais rodovias do estado, agindo principalmente no bloqueio de rotas usadas para transportar cargas, veículos roubados, drogas e armas.