1-Polarizada
A disputa pela prefeitura de Rio Branco está centrada entre o atual prefeito Tião Bocalom (PP) e o ex-prefeito Marcus Alexandre (MDB). Polarização normal quando as peças do jogo são um atual e um ex. O primeiro por estar no poder. O segundo por estar na memória. Em geral, nesse contexto qualquer outra candidatura nasce fadada ao insucesso. Embora muitos se lancem muito mais para manter o capital eleitoral em preparação para outras eleições. Bocalom faz pressão para crescer e mostrar que está eleitoralmente vivo. Muitas vezes, de maneira até caricata. Tem uns apoios esquisitos de gente que é contra a obrigatoriedade de vacina para crianças. Devem achar que o vírus tem medo de bravata. Como se dessem aos pais o direito de vida e morte sobre os filhos. Se bobear apoiam até a “liberdade” de impedir transfusão de sangue. Apesar disso, Boca está no jogo. Mas Marcus Alexandre é ágil. Agiu tão rápido que conseguiu polarizar assim que se lançou. E tem currículo. Trabalho a apresentar. Por enquanto nos dois grupos antagônicos velhas mágoas agitam águas profundas mas conversas estão acontecendo. Todas em off. As peças estão se movimentando. Para além de 2024. Mas para o Senado em 2026. O Acre não é para amadores.
2-Lógica
14 governadores não participaram do ato em defesa da democracia. Aquele que relembrou os atos terroristas de 8 de janeiro de 2023 para que nunca mais se repitam. Se não são contra os atos de vandalismo ocorridos há um ano não serão se, Deus os livre, acontecer parecido em suas sedes estaduais. Seria o lógico. Mas quem disse que política tem lógica. Pelo que se sabe tem conveniência. Aguardemos o governador retornar da China. Com a pasta cheia de contratos para desenvolver o Acre. Quiçá falando mandarim.
3-Roubou a cena
Nem Gladson, Bocalom ou Marcus Alexandre. O protagonismo político desta semana foi de Rui Birico. A imagem dele orando para Lula (PT), publicada pelo site Notícias da Hora foi significativa. Assim como o texto do jornalista Luciano Tavares que trata Birico de “símbolo do bolsonarismo de quartel” na manchete o que se confronta com a atual defesa dele de punição para os que cometeram excessos no 8 de janeiro de 2023. Rui Birico se manifestou a favor da Ditadura Militar, sugeriu rasgar o bucho de comunistas e fez coro com os que não aceitaram o resultado das eleições presidenciais de 2022. Um ano depois, ainda polêmico mas menos agressivo e mais pé no chão, diz que se Lula for parceiro do Acre, ele o carrega nos braços. E Lula tem sido parceiro. Só para a Saúde do Acre, garantiu quase 300 milhões. A mudança de atitude de Birico confirma que errar é humano. A burrice está em permanecer no erro. Se até um macaco pula de galho que está quebrando, imagine um humano que consegue avaliar melhor as consequências.
4- Caso Birico
O exemplo de Rui Birico mostra que no fundo o que todos querem é democracia, comida no prato, conforto e segurança. Um Estado forte mas não violento. Forte no sentido de fornecer os serviços que são sua responsabilidade: segurança, moradia, saúde, educação, mobilidade, garantia de oferta de empregos e salários e inflação controlada. Afinal, o sol nasce no mesmo quadrante para Esquerda e Direita. Ninguém minimamente informado quer realmente uma ditadura. Exceto os ditadores e os que vão ocupar altos cargos. Mas na qual a população não tem direitos. Nem mesmo o de reivindicar melhorias. Ou dizer que não gosta. Essa divisão entre saudosistas de eras autoritárias que nem viveram e o futuro incerto deveria ser substituída pelo bom senso porque a urgência é do presente. Isolar políticos que alimentam a polarização ideológica em proveito próprio seria um bom início de caminhada. Até porque briga mesmo, só acontece no andar de baixo. Ponto.
5-Andar de cima
No andar de cima eles se resolvem e se acomodam. Apesar dos discursos que muitas vezes nos levam a esquecer o que fizeram no verão passado. Quem ouve o ministro Gilmar Mendes dizer com toda a sua impostação “Um ano após os atentados do dia 8 de janeiro, podemos celebrar a solidez das nossas instituições”, referindo-se aos atos de 8 de janeiro de 2023, até poderia acreditar, se não lembrassem que é essa alegada solidez das instituições que garante que Arthur Lira (PP) continue livre, leve, solto, rico e chantageando o governo federal. Apesar de todas as acusações. Lira não poderia nem ter disputado a eleição de 2022. Só o fez graças a uma liminar que já havia completado 4 anos. Ele foi condenado em dois processos relacionados à Operação Taturana. Em foco, o desvio de 280 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa de Alagoas através de contratos privados de empréstimo bancários garantidos com cheques emitidos pela Assembleia. Investigação que iniciou em 2006. 17 anos depois, em abril de 2023, o STJ anulou a condenação. Dois meses depois da decisão do STJ, em junho de 2023, Arthur Lira participou do XI Fórum Jurídico de Lisboa, do ministro Gilmar Mendes que foi apelidada de GilmarFest e Gilmarpalooza. Três meses depois do evento em Portugal, setembro de 2023, Gilmar Mendes trancou e arquivou outra investigação que envolvia Lira na Operação Hefesto que investigava irregularidades na compra de kits de robótica com dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). E em outubro de 2023, o mesmo ministro da “solidez das nossas instituições” determinou que a Polícia Federal destruísse as provas. Não há luz no fim no túnel.
6-Complemento
Estavam presentes no evento em Portugal, ocasião em que Arthur Lira comemorou seu aniversário, além de Gilmar Mendes, os também ministros do STF, Luís Roberto Barroso e André Mendonça. Os ministros de Lula, José Mucio (Defesa), Jorge Messias (AGU) e Vinícius Carvalho (CGU), também estavam presentes. Tim Tim. O povo dos camarotes se ajeita. O da arquibancada briga pelo povo dos camarotes. Repito: não há luz no fim do túnel.
7-Vai feder
A ex-esposa de Lira, Jullyene Lins que disse temer ser assassinada pelo ex-marido informou que vai trazer a público através das redes sociais todas as denúncias sobre o enriquecimento de Lira do qual foi testemunha. Jullyene afirma que o ex-marido é blindado por autoridades em troca de seu silêncio e que ele também chantageia o judiciário alagoano. “Alagoas vem dando sinais da sua fragilidade e aparelhamento do MP e do judiciário, foram juízes alvos de operação que hoje foram promovidos a desembargadores, advogados também promovidos e todos esses ligados a empresários que chefiaram o esquema da TATURANA” (Sic), diz Jullyene que acrescenta “sou testemunha viva de todos os crimes”. O barco de Arthur Lira, afundou. Não é figura de linguagem. O barco afundou em uma marina em Barra de São Miguel, um pequeno município de Barra de São Miguel, onde o pai do presidente da Câmara dos Deputados é prefeito. Em tempo o pequeno município com pouco mais de 8 mil habitantes recebeu 3,8 milhões vindos das emendas do relator.
8- Riscos
96% dos sequestros em São Paulo são por aplicativos de encontros. A matéria está no Uol e a carência levando a enganos desastrosos. E perigosos.
9- Desconfiança
Desconfiar e duvidar são os verbos que norteiam a profissão de jornalista. Dito isso vamos aos fatos. Aquela invasão a um estúdio de tv no Equador não pareceu assim, meio canastrona? Faccionados interromperam uma transmissão ao vivo para fazer ameaças. E foram transmitidos ao vivo. Mas em seguida todos foram presos. E o embaixador dos Estados Unidos participou da reunião sobre segurança no Equador. Uma questão interna do país. Em tempo, os Estados Unidos tem interesse em ampliar suas bases militares na América do Sul.
Bom dia, deputado Eduardo Veloso (União). É verdade que Vossa Excelência botou um olho gordo no ninho tucano do Acre? Será que olho de oftalmologista é forte? Ou o nosso que é fraco? Na dúvida, é melhor pegar uma receita óculos. Melhor prevenir né?
Esta é uma coluna de opinião e reflexão
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Imagem- Noticias da Hora
