1-Fim de festa
Pronto. Jair já foi, Tião Bocalom é oficialmente do PL e São Pedro é comunista. A chuva que mandou sobre Rio Branco impedindo o ato público na Praça da Revolução é prova disso. O camarada São Pedro é mais radical que os companheiros. Estes últimos encararam toda a festa dos adversários dentro dos limites da democracia. Sem manifestações contrárias. Essa mesma democracia que o Jair queria acabar para se perpetuar no cargo como ditador. Taí. Falaram tanto em “guerra santa” que São Pedro resolveu entrar. Ou quem sabe resolveu agir para fazer o que o prefeito deixou de fazer. Mandar água para a população. Deve ter andado xeretando nas ações do MPAC que abriu um inquérito para apurar o caos que se instalou na capital com o comprometimento do fornecimento de água. Em tempo, Jesus não pode ser rebaixado à condição de jagunço. Nem de pessoas, nem de ideologias ou aproveitologias políticias. Ponto.
2-Pedagógico
A festa do Boca e dos parlamentares federais por conta da visita do ex-presidente foi pedagógica. Comprovou que o casal homenageado não tem um projeto político para o país. Repetiram a cantilena de sempre. Antiaborto, armas para a população e ideologia de gênero. Um sonífero potente não fosse pelo fato de no entorno deles estarem os defensores da transformação do Brasil numa colônia dos Estados Unidos. Que parece terem sido transportados da Idade Média para o Século XXI. Negam os direitos básicos. Defensores da “liberdade” de se vacinarem ou não. Não entendem que vacinas só funcionam como instrumento de prevenção se a grande maioria for imunizada. Foi desse jeito que a poliomielite foi controlada. Por causa dessas campanhas antivacinas doenças como dengue e sífilis estão voltando. Olhos atentos observam que gritar contra o aborto mas calar-se sobre a morte pela fome ou matanças não passa de uso eleitoreiro. Só tropeça no besteirol quem não observa o caminho.
3-Patético
Dissonante e desnecessária a presença do pré-candidato do PP, Alysson Bestene, na festa de seu adversário. Em uma palavra: patético. Discursar aos prantos lembrando da morte da mãe por covid-19 enquanto elogiava Bolsonaro pelo que fez durante a pandemia, foi abaixo da crítica. O ex-presidente fez troça dos doentes simulando uma pessoa com falta de ar. Dizia que a covid não passava de uma gripezinha. Alysson foi na contramão do sentimento de revolta dos familiares dos mais de 700 mil brasileiros que morreram de covid. 80% de mortes que poderiam ter sido evitadas se o governo Bolsonaro tivesse agilizado a compra das vacinas. Não tivesse perdido tempo em esquemas, conforme o relatório da CPI da Covid. Pegou mal, Alysson. Muito mal.
4-Elegante
O governador Gladson Cameli (PP), deu uma aula de política em relação a visita do ex-presidente. Se mandou para Manaus, para um seminário. Fugiu do encontro. Mas mandou flores. Foi elegante. E diplomático.
5-Deselegante
Jair foi no sentido contrário. Destacou que inúmeros jovens estão abandonando o Acre em busca de oportunidades. Desastroso. Mirou no PT e acertou em Gladson e no próprio pé. É preciso lembrar que o PT foi retirado da presidência da República a fórceps em 2016. E foi sucedido pelo Temer e pelo PL, com Bolsonaro. Gladson assumiu o governo do Acre em 2019, quando Bolsonaro assumia a presidência da República. Teve os 4 piores anos com pandemia e falta de interesse e ajuda do governo federal. Foi exatamente neste período, entre 2018 e 2022 que a população do Acre diminuiu em quase 40 mil habitantes. Em 2018 o Acre tinha 869.265 habitantes. Em 2022, eram 830.026 pessoas. Os dados são do IBGE. E nesses números estão contabilizados os nascimentos. Com um ano de governo, Lula (PT) já fez muito mais pelo Acre que o Jair em 4 anos. E a fala do ex-presidente só reforça isso. As obras estão aí para comprovar. E a cultura aplaude. Assim como veio, Jair partiu. Sem alterar em 1mm a situação política do Acre. Foi ao encontro dele só os que já o adoravam. Nenhum a mais. E nem todos votam em seu candidato a prefeito. Pois.
6-Cortou
A deputada federal Socorro Néri mostrou as garras e Gladson as aparou. Socorro que é presidente da Executiva Municipal do PP em Rio Branco tentou estender seu poder decisório a Brasileia. Desafiou a autoridade do governador que é presidente da Estadual. A quem portanto, compete a condução das questões estaduais. O nome da contenda é Fernanda Hassem. Prefeita de Brasileia e candidata a deputada federal em 2026. Ano em que Socorro deve concorrer à reeleição. Fernanda tem candidata à sua sucessão. Socorro queria candidatar ao mesmo posto o vereador Joelso Pontes. A prefeita tem um grupo forte em Brasileia que deve acompanhá-la na mudança marcada para esta segunda-feira (25). Fernanda deverá ser a presidente municipal do PP em Brasileia. E conduzir o PP de Brasileia na eleição deste ano. Gladson bancou e Socorro desafiou. Postou uma sugestiva foto com o presidente nacional do partido, Ciro Nogueira. Também se reaproximou da vice-governadora. Anda até curtindo publicações de Mailza Assis no Instagram. O cheiro de insurreição vem acompanhado da suspeita que ambas saibam de algo ainda oculto para o resto dos mortais. Em tempo, o julgamento do governador pelo STJ permanece em suspenso. E março está chegando ao fim. Olhos atentos observam que em política não existe solidariedade ou amizade. E fidelidade é oferenda no altar do interesse.
7-Fora de foco
Fernanda Hassem é popular e tem força e voto. É a queridinha da região. Conseguiu eleger o irmão Tadeu Hassem (Republicanos). Apesar de não ter conseguido o mesmo resultado em relação ao marido tem um grupo forte que de maneira alguma poderia ser deixado à disposição de outro partido. E convenhamos, o marido era pesado. Se não estiver fazendo uma nova aposta errada com Sully Guimarães, Fernandinha tem um amplo horizonte político pela frente. Em termos de força política está a anos luz de Joelso Pontes. Por isso é incompreensível a insistência de Socorro Néri. A menos que o foco seja minar uma possível concorrente. Dificilmente as arranhaduras não se transformarão em feridas profundas. Esta novela promete novos capítulos. Joelso aposta na possibilidade de ser melhor colocado em pesquisas de quem será o candidato. Aguardemos.
8-Na boca do sapo
A vereadora Eliane Abreu do PP de Bujari, que ganhou generosos espaços por ter sido ameaçada pelo colega Gilvan Souza, decidiu reforçar a posição de vítima via sobrenatural. A vereadora disse que colocaram o nome dela na boca de um sapo para impedir sua reeleição. O que o coitado do sapo teria com possíveis votos é algo só explicável na magia. Não no mundo real. Deixe o pobre anfíbio fora da política. Ele já tem insetos demais para se alimentar. Em tempo, Gilvan foi expulso do PCdoB por causa das ameaças à Eliane. Não se sabe se o sapo também será expulso da vida política para a qual foi levado sem consentimento. Uma campanha “Salvem o Sapo” bem que poderia ser iniciada.
9-Menção
Hoje completa 140 anos que a escravidão foi abolida no Ceará. Sim, o nordeste saiu na frente e aboliu a escravidão quatro antes da assinatura da Lei Áurea. Mérito dos jangadeiros liderados por Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar. Ele próprio, descendente de escravos. O Dragão do Mar tem uma ligação com a Amazônia. O pai dele morreu num seringal da Amazônia. A abolição da escravidão no Ceará se deu porque os jangadeiros se recusaram a abastecer os navios negreiros. Foi a primeira vitória popular contra a escravidão que foi bem-sucedida no Brasil. Ela incentivou a luta contra a escravidão em todo o país. Depois do sucesso da luta no Ceará escravizados de outros lugares começaram a fugir para lá onde eram considerados livres. Páginas heroicas da nossa história que precisam ser relembradas. Como diz a música Mestre-sala dos mares de Aldir Blanc e João Bosco imortalizada pela voz de Elis Regina: “Glória a todas as lutas inglórias. Que através da nossa história, não esquecemos jamais”.
Bom dia, prefeita Fernanda Hassem. Preparada para a guerra?
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