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Coluna da Angélica- PP na capital: entre a cruz e a espada

1- Sem surpresa

A possibilidade do PP não lançar a candidatura de Alysson Bestene a prefeito de Rio Branco não causa espanto. Pelo menos não deveria. É uma atitude pragmática. A disputa está polarizada entre Marcus Alexandre (MDB) e Tião Bocalom que canta “estou a dois passos do PL”. O nome de Alysson não decolou. Não passa dos 4% nas pesquisas. Lançar uma candidatura que apesar do apoio governamental não chegue sequer ao segundo turno é pior para o partido do que ter vice numa composição vencedora. Vale ressaltar que ainda estamos na fase de pré-candidaturas. O que significa que uma mudança de rumo antes de iniciar a partida é menos traumática que na metade da partida. Que salvem-se os dedos na impossibilidade de permanecer com os anéis, parece ser a avaliação de grande parte do PP de Rio Branco.

2-Pedra cantada

A mudança vem sendo ventilada há meses devidamente acompanhada das negativas. Como sempre. Esta coluna tratou do tema diversas vezes com base na voz abafada dos subterrâneos da política. E se as certezas só virão com o registro das candidaturas, as hipóteses se avolumam. Alguns dão como certa a composição com Bocalom. Alysson vice de Tião Bocalom. O desafeto que viraria a prancha de salvação do partido que lhe apontou a porta da rua. Bizarro.  Mas não impossível. Outros apontam Alysson vice de Marcus Alexandre. Atrás das portas escuto os murmúrios e identifico simpatias por um e outro. Embora não afaste nenhuma possibilidade, nem mesmo a do sacrifício supremo de Alysson Bestene de embarcar numa aventura considerada por muitos como suicida. É o jogo. Quem entra nele senta à mesa sabendo. Faz parte.

3-Lógica

Alysson e Gladson têm muito mais a ver com o perfil de Marcus Alexandre do que com o radicalismo de Bocalom e seu entorno. O governador Gladson Cameli (PP), mesmo em tempos de maior acirramento ficou à margem do extremismo. Não embarcou no negacionismo dos antivacina por exemplo. Apesar de apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro (PL), nunca assumiu posições antidemocráticas como questionar o resultado da eleição, golpe de Estado ou a defesa dos que participaram dos atos terroristas. Posição que lhe garantiu simpatia por passar segurança para o povo. Afinal, poucos são os que querem um desvairado conduzindo os destinos do estado.   Alysson Bestene (PP), também não é dado ao exaustivo radicalismo que assusta o eleitor cansado de guerra. Por essas e outras não duvido da possibilidade de uma composição com o MDB. Aguardemos.

4-Cautela

Apesar das labaredas que ameaçam queimar muita gente, conselheiros do rei orientam cautela. Gladson já errou quando por questões talvez mais pessoais que políticas, apoiou Socorro Néri que nem era do partido dele, quando o PP tinha candidato. A vitória de Tião Bocalom em cima da candidatura de Socorro que estava no cargo e contava com toda a estrutura do governo foi uma mancha no currículo político de Gladson que não pode se dar ao luxo ou inconsequência de repetir o desastre. Às vezes é mais sábio dar um passo atrás para poder dar dois à frente. O mar bravo não é para amadores. E nem Gladson nem seus conselheiros são amadores. Muito menos Marcus Alexandre e o MDB.

5-Análise

Recebi uma ácida análise sobre o União Brasil do Acre, cuja identidade será preservada até me autorize a divulgação.  Diz ele: “O cabaré do União Brasil/AC dá inveja aos Trapalhões em tempos áureos. Alan Rick que tem mandato, divide o poder com o paraquedista Fábio Rueda, detentor de uma migalha de votos comprados e sem mandato, mas é irmão do presidente nacional da legenda, e tem relações com o vice presidente nacional ACM Neto, que só pensa em se reabilitar politicamente depois da derrota acachapante pra prefeito de Salvador, onde começou a campanha com mais de 50% nas pesquisas. Correndo por fora tem Eduardo Veloso no colo de Bocalom, e Cel Ulysses querendo também mas incapaz de sobreviver sem os contratos com o poder público. E, ainda, a sanha pelo poder do famigerado Márcio Bittar. X bagunça, PERDE!” (Sic). Acrescento que a disputa pelo comando nacional do partido que teve produção de dossiês, acabou na delegacia de polícia com acusações de ameaças de morte e tudo.

6-Fiel às origens

O DNA do União Brasil foi formatado na ditadura militar. Na ARENA, partido dos ditadores. Com a redemocratização foi se bifurcando e assumindo nomes como PFL/DEM e ao se unir com o belicoso PSL formou o que hoje conhecemos como União Brasil. O PFL que depois se transformaria em DEM foi fundado por Antônio Carlos Magalhães que foi prefeito de Salvador e governador da Bahia por indicação dos ditadores militares. Sem voto.  Depois disso conseguiu se eleger, mas isso é outra história. Não por acaso o neto dele, ACM Neto é o atual vice-presidente nacional do União Brasil. Partido de grande bancada e discutível qualidade, cujas maiores expressões  nacionais são Kim Kataguiri integrante da ala dos agitadores políticos e Rosângela Moro que eleita por São Paulo transferiu seu domicílio eleitoral para o Paraná. O União Brasil pode fazer o próximo presidente da Câmara dos Deputados. Elmar Nascimento (BA), o representante de Edir Macedo da Igreja Universal do Reino de Deus na Câmara. O amém ficou entalado.

7-Impostos

Chama a atenção a superficialidade de propostas que abundam em tempos de crise ou desastres ambientais, ancoradas em liberação de emendas ou/e suspensão de impostos. Como se a massa não fosse exatamente beneficiária de impostos. Todos os que tem filhos em escolas públicas, se vacinam em campanhas do SUS, usam o atendimento dos Postos de Saúde, Pronto Socorro, Upas, assim como os que trafegam nas estradas,  têm ruas asfaltadas e tudo o mais, são beneficiários do pagamento de impostos. Cortar impostos significa cortar ou reduzir esses serviços. Os conscientes desejam ganhar muito dinheiro para poder pagar altos impostos com o objetivo de  melhorar a qualidade de vida geral o que melhora também a qualidade de vida individual. Afinal, “nenhum homem é uma ilha, inteiramente isolado, todo homem é um pedaço de um continente, uma parte de um todo”, já alertava John Donne, reforçado por Ernest Hemingway em  “Por quem os sinos dobram”.

8-Alerta

A se observar se esta chuva de milhões que se anuncia para obras no Acre com a retomada do PAC seguirá a regra das empresas locais ficando com as migalhas. A possibilidade de empresas de outros estados “comprarem o direito de fazer as obras”, é grande. O esquema é conhecido e batido. Envolve alguns milhares de reais para os intermediários. Empresas locais vencem as licitações em cumprimento de exigência do governo federal e sublocam as obras para empresas de fora que ficam com até 80% do valor total. As locais se submetem porque 20% é melhor que nada. Ou por acomodação. Ou por pressão…Bem que os órgãos de controle podiam espichar sua atenção preventiva para essa prática. Olhos atentos observam que o jogador que faz o passe espera que o atacante faça o gol. Nessa partida, entretanto, o mais comum é o gol contra. Ou a ineficiência do juiz. O que é pior. Ponto.

Bom dia, prefeita de Brasileia, Fernanda Hassem. Ainda que mal pergunte, como ficou aquela história da sua filiação ao PP do governador Gladson Cameli? As meninas foram empoderadas e jogaram água na fervura? Curiosidade mata e ansiedade causa danos né?

Esta é uma coluna de opinião e reflexão

Contato- [email protected]

Imagem- Os divergentes

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