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Coluna da Angélica- Todo mundo em pânico com CPI
Coluna da Angélica- Todo mundo em pânico com CPI

Coluna da Angélica- CPI:Todo mundo em pânico

–  Estrategistas

Oposição e independentes causaram a primeira tsunami no governo Gladson Cameli. Quietinhos colocaram a locomotiva da CPI da Educação nos trilhos. O deputado Daniel Zen (PT) elaborou o requerimento que solicita a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito, sem alarde. Convocaram uma reunião com o grupo dos independentes e começaram a coletar assinaturas. A reunião aconteceu logo após a sessão ordinária nesta terça-feira (20). Provaram que quem não é o maior tem que ser o melhor. A base de sustentação do governo tem 15 parlamentares. Oposição e independentes os deixaram tontos. Dizem que ninguém dormiu esta noite. Foi uma vitória do 9 x 15.

–  PT dividido

A coleta das assinaturas sob a liderança do deputado Daniel Zen, só esbarrou em uma dificuldade: convencer o colega de partido Jonas Lima (PT). Jonas relutou até o último momento com medo de perder os negócios da família Lima com a família Cameli. No final, Jonas acabou assinando. Na caixa com o selo de Top Secret, os argumentos utilizados por Daniel Zen para convencer Jonas.

…MDB unido

Pela primeira vez nesta legislatura, o MDB votou unido num projeto polêmico. Decisão tomada apesar das tentativas de Flaviano Melo (MDB), de evitar a participação do partido neste primeiro problema real do governo que pode se transformar na possibilidade para outras investigações.  Em evidência a perda da hegemonia de Flaviano Melo sobre o MDB. Sob a liderança de Roberto Duarte, e fiéis a seus maridos, Antônia Sales e Meire Serafim, assinaram o pedido de CPI sem pestanejar. Mazinho Serafim, marido de Meire é declaradamente opositor de Gladson e já manifestou apoio à candidatura de Sérgio Petecão (PSD) ao governo do estado, em possível disputa com Gladson Cameli. Vagner Sales, marido de Antônia Sales, comanda o MDB do Juruá, independente de Flaviano Melo e está com “sangue nos olhos”.

-. Geni

O MDB na Assembléia Legislativa que sempre votou com o governo apesar das divergências, passou de fada madrinha a bruxa malvada sem escalas. Uma espécie de Geni. Pego de calças curtas, o governo esboça reações. Pressionar a retirada de assinaturas é uma das possibilidades, embora seja difícil ou custoso fazer com que parlamentares escaldados pela falta de cumprimento de promessas assumam o desgaste público de retirar assinaturas. Fagner Calegário (Podemos), não se sensibilizou com a promessa do chefe da Casa Civil, Flávio Pereira, de pagar as terceirizadas. Os terceirizados da Educação estão há três meses sem receber, apesar de toda a economia que está sendo feita sem aulas presenciais. Com aulas no modelo EAD, o governo economiza em  gastos com transporte escolar, gasolina, energia entre outros.

– Contra a parede

A outra possibilidade, seria apelar para o presidente não instalar a CPI. Nicolau Júnior (PP) que é cunhado do governador, até poderia ceder, mas consciente que a questão seria judicializada e a derrota uma questão de tempo, mesmo que com recursos. O presidente não tem boa figura junto ao STF por conta da Lei de Perdão de Dívidas dos desembargadores. Não está melhor nos arquivos da Polícia Federal que investiga alguns negócios do parlamentar em Cruzeiro do Sul. A Polícia Federal, aliás, andou fazendo buscas tanto no gabinete da presidência quanto na residência de Nicolau.

– Investigações

O tom de ameaça veio em forma de possibilidade de criação de CPIs para investigar ações do governo passado. Se havia suspeita e o governo do estado só decide expor três anos depois de assumir, terá que explicar por quê não investigou antes. Omissão, prevaricação, também podem ser considerados crimes. O governo do estado também teria despachado uma pessoa para investigar a vida do vice-governador Major Rocha (PSL) em Sena Madureira: “O PT já investigou minha vida de cabo a rabo, não conseguiram provar nada”, desdenha o vice. Daniel Zen que foi secretário de Educação, afirmou que também passou pela apuração do Tribunal de Contas e Edvaldo Magalhães que passou pela direção do Depasa, teve todos os passos acompanhados pela Polícia Federal. Nenhum deles teve o nome envolvido em esquemas de repasse de dinheiro para empresas da família.

– Controle

A possibilidade mais viável é a base manobrar para ter o controle da CPI e evitar que as investigações se aprofundem. A base poderia estar preparando a massa da pizza. Entretanto, mesmo que a CPI não prospere no âmbito legal, as possíveis descobertas poderão ser expostas à imprensa. Elementos suspeitos não faltam. Além dos fartamente expostos, como caronas em licitações, compras superfaturadas e inamovibilidade de envolvidos, novas denúncias estão chegando aos montes aos deputados desde o anúncio da CPI. Os parlamentares deverão apurar inclusive possíveis viagens à São Paulo para receber “dízimos” de R$ 400 mil.

– Desdobramentos

A tarefa da base será também evitar desdobramentos da CPI da Educação que poderão se estender a contratos e obras. Porque todos sabem como uma CPI começa, mas não se sabe como termina. A próxima semana será decisiva. Até o momento o grupo dos 9 está firme e consciente que mesmo que um deles seja cooptado ainda terão o número suficiente. Do outro lado, apesar da preocupação, as decisões continuam a ser tomadas por uma minoria. Na madrugada desta quarta-feira (21), alguns deputados da base não tinham nem mesmo recebido uma ligação para tratar do assunto.

– Noutra vibe

O deputado Luiz Gonzaga (PSDB), é provavelmente o único parlamentar estadual do Acre que não está falando de CPI: “eu quero saber é de uma ajuda do governo para os ribeirinhos que perderam tudo na enchente. Eles não tem o que comer. Tem criança dormindo no chão duro”, cobrou o deputado que acrescentou que apesar da boa vontade de alguns parlamentares eles não têm condições de resolver o problema. “Esta precisa ser uma ação de governo. Os ribeirinhos não têm título das terras, não podem receber auxílio ou conseguir empréstimos. A situação é de chorar”. A deputada Mara Rocha conseguiu a promessa de um auxílio do ministério da Agricultura, mas a burocracia no Brasil tem mais importância do que a necessidade. O governo do estado se mantém alheio ao problema.

– Empreendedorismo

Rudiley Estrela caiu para cima. Derrotado na disputa para deputado federal pelo PP, apostou no empreendedorismo. Ele criou uma empresa nos moldes do Uber, destinada a fornecer carros alugados para a Educação. Como é o dono do CNPJ, fica com a maior parte dos lucros. Deve ter por lema que o mundo é dos espertos. Os proprietários de veículos questionam essa nova maneira do governo alugar carros, quando antes a negociação era individual. Pois é, de novo a Educação.

Bom dia secretário de Férias, Mauro Sérgio. Vossa excelência ainda crê nos dogmas da igreja católica? Aquela coisa toda de se arrepender dos pecados, confessar e rezar? Alivia o coração né?

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