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Coluna da Angélica- Vota contra indígenas e vai para a aldeia posar de cocar

1-50 tons 

De acordo com fontes de dentro do Palácio, o governador Gladson Cameli (PP), está muito nervoso. O motivo seria o pedido da PF para que o STJ prorrogue por mais 6 meses, as medidas cautelares contra ele. As cautelares que perdem o prazo na próxima quarta-feira (07), foram concedidas pela ministra Nancy Andrighi em vez da prisão pedida pela Polícia Federal. O governador do Acre ficou proibido de conversar com o pai e com o irmão. Inicialmente teve até que entregar o passaporte. Segundo informações de bastidores, a embaixada de um amigo político junto a um ministro do STJ deu errada. Na avaliação de pessoas do mundo jurídico, a Polícia Federal não pediria a prorrogação das medidas cautelares sem ter substância. Não correria o risco de ficar desmoralizada. Por isso  acreditam que até o próximo dia 09 haverá novidades no caso que tem o governador do Acre no centro das investigações. Por outro lado, o Secretário Adjunto de Governo, Luís Calixto, analisa que o inquérito não tem provas consistentes e sobrevive somente de sucessivas prorrogações, sem conclusões ou denúncias formais. Na minha avaliação o pedido de prorrogação das cautelares tem cheiro de desgosto da PF com a indecisão do STJ.

2-…de medo

Motivos para temer não faltam. 6 governadores tiveram o mandato cassado desde a redemocratização do país. No exercício do mandato. 5 ex-governadores do Rio de Janeiro foram presos. O último que teve o mandato cassado foi Wilson Witzel do Rio Janeiro. O afastamento de Witzel foi uma decisão monocrática do Ministro do STJ, Benedito Gonçalves, em 2021. O governador do Rio de Janeiro foi denunciado pela PF por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Foi acusado de comandar esquema de corrupção na área da saúde durante a construção de hospitais de campanha. Impossível não observar as semelhanças nas acusações. No caso de Witzel, a PGR havia pedido a prisão de Witzel, mas o Ministro optou pelo afastamento. Além disso, a prisão dos 5 ex-governadores do Rio de Janeiro, mostra que às vezes a decisão demora e só alcança os acusados depois de concluído o mandato. Mas alcança.

3-Memória

O governador Gladson Cameli foi um dos que criticou a decisão do ministro Benedito Gonçalves de afastar Witzel. Benedito é membro do mesmo Tribunal Superior que pode decidir o futuro do governador do Acre. À época, Gladson  disse sobre a decisão do Ministro do STJ: “vejo um claro enfraquecimento da democracia. Parece-me que a Constituição Federal não tem sido cumprida em seu Direito…a Justiça é soberana como qualquer outro poder é. Mas ela criou, sim, um mal-estar. Vivemos uma insegurança imensa. O que ocorreu com o Witzel pode ocorrer com todos nós governadores. Não estou discutindo se ele é culpado ou inocente. Mas a imagem que ficou perante a população é muito negativa”, afirmou Cameli.

4-Memória II

Na matéria publicada pelo jornal El País sobre o afastamento de Witzel o governador do Acre foi além e afirmou ter chamado os órgãos de controle para dentro do governo do Estado: “A pandemia nos deu lições difíceis. Vou te dar um exemplo, cheguei em um ponto que tive de chamar os órgãos de controle para dentro do Governo do Estado. Eu não mando na iniciativa privada que fez um aumento abusivo de preços em máscaras, respiradores, equipamentos de proteção. Tive de falar para os órgãos de controle: vocês compram que eu pago”. Será que isso depõe favoravelmente aos meios de controle do Acre ou o sincericídio de Gladson pode pegar mal? As declarações podem ser confirmadas clicando Aqui

5-Mais comum

…do que se pensa. As críticas ao presidente Lula (PT) pela escolha de Cristiano Zanin para o STF se dão principalmente pelo fato de Zanin ter atuado na defesa de Lula, quando este foi preso por ação da operação Lava jato, sob o comando de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. As críticas mostram um profundo desconhecimento da história mundial.  Nelson Mandela nomeou o advogado que o defendeu, Arthur Chaskalson, Juiz Presidente do Primeiro Tribunal Constitucional. O Tribunal foi criado por Nelson Mandela. A nomeação foi um reconhecimento à competência de Chaskalson. George Bush, indicou sua advogada pessoal Harriet Miers para Suprema Corte dos EUA, mesmo sem ela tem experiência como juíza. Abraham Lincoln emplacou seu estrategista político David Davis. Franklin Roosevelt foi além- indicou seu amigo e parceiro de pôquer Robert Jackson. Em nenhum dos casos o mundo caiu.

6-Mistura

É assustadora a insistência da vice-governadora Mailza Assis em misturar política com religião. Já tem na agulha o nome de mais um pastor. Desta vez para substituir Lauro Santos na Secretaria de Assistência Social. Isso torna o segundo mandato de Gladson Cameli bem estranho. Enquanto o titular se cerca de militares, a vice, de pastores. E o povo espera por resultados que só aparecem nas matérias promocionais. Lauro Santos é esforçado e tem preparo, mas talvez não tenha em seu currículo a religião compatível com a da vice-governadora. Parece que o Estado Brasileiro é laico. Menos o Acre.

7-Detonou

O empresário Tony Garcia disse em uma entrevista neste final de semana que o poder de Sérgio Moro no comando da Lava Jato vinha de chantagens obtidas através de grampos ilegais e vídeos obtidos da mesma forma. Dessa forma levava  autoridades a fazerem o que ele determinava para evitarem o escândalo da divulgação. Segundo Tony, que disse ter sido um dos que grampeavam autoridades a mando de Moro, os desembargadores do TRF-4, do tribunal que condenou o presidente Lula em segunda instância, eram chantageados pelos chefes da Lava Jato. Segundo o empresário, foi obtido um vídeo dos desembargadores do TRF4  em uma orgia com prostitutas numa suíte do Hotel Bourbon, em Curitiba. A farra ficou conhecida “A festa da cueca”. A entrevista completa pode ser acessada Aqui

8-Indígena por um dia

Depois de votar contra os direitos indígenas, o deputado federal Eduardo Veloso (União),  foi à aldeia como um benfeitor das populações indígenas. Quando vi a foto do parlamentar que ajudou a aprovar o Marco Temporal, na aldeia Puyanwa paramentado com um cocar indígena, quase caí para trás. Veloso foi um dos 283 deputados que votou a favor do projeto que dificulta a demarcação de terras indígenas. 5 dias depois de votar a favor do projeto chamado de genocida,  Eduardo Veloso passou este final de semana na área indígena localizada em Mâncio Lima levando atendimento oftálmico para toda a aldeia. Atendimento oftálmico deve ser o combo miçangas e espelhos do século XXI. Tira a terra e entrega atendimento oftálmico. Parece que colocar um cocar na cabeça e posar para fotos é mais simples que estudar e aprender sobre a opressão dos povos indígenas.

Bom dia, prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PP). Vossa Excelência tem consciência que nem precisa se esforçar tanto para perder a eleição? Pergunto porque essa ação no bar Recanto foi mais um tiro no pé. Se não fosse um local voltado para a clientela LGBTQIA+ teriam colocado a cavalaria dentro do bar? Não estamos mais na Idade Média. Ou voltamos a ela?

Esta é uma coluna de opinião

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