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Coluna da Angélica- Gladson & Michelle: reconciliação cada vez mais difícil

1-União

A união dos despejados da ocupação Terra Prometida com os familiares dos presos em uma manifestação contra o governo nesta segunda-feira (11) causou muito mais que o engarrafamento no trânsito da capital. A dor de cabeça para o governo do estado deve ter sido muito maior porque mostra que os chamados “excluídos” podem se juntar. Uns, sem teto. Outros, sem direito de ver familiares. Ambos os grupos nesta situação por culpa do governo. De minha parte não tenho nenhum problema em tomar partido dos fracos e oprimidos. E dos que não tomam comprimido. Porque não têm dinheiro para comprar medicamentos. O governador diz que os sem teto não querem acordo. Não, Mr Cameli. Eles querem é algo concreto. É o mínimo para quem viu até a Terra Prometida virar pó. E o fato de haver entre eles, dois que são proprietários de terrenos não anula a necessidade dos outros. Em todo agrupamento seja político, religioso ou de sem teto existem aproveitadores. Já a proibição de visitas aos presos por causa de uma reforma no presídio aparenta ser uma punição por causa da rebelião de julho que resultou em 5 mortos, sendo três decapitados. Não dá para criticar os parentes dos presos. Vai que essa reforma do Antônio Amaro se estenda como a da ponte metálica. Enfrentar situações como estas faz parte. É o ônus do cargo.

2-Nem tanto

A Marcha para Jesus anunciada como o fim da política na manifestação religiosa não parece ter sido tão assim. Pelo jeito o bloco “Unidos de Bolsonaro” se fez presente com seu uniforme amarelo. Políticos de Direita e neoCentrão, também oraram juntos. Enganou-se  quem acreditou que o impedimento de discursos de candidatos evitaria a nefasta mistura. Eles fizeram das ruas seu palanque paralelo. E das redes sociais também. Leitor atento às cores e tons da política acreana diz que colocaram até Jesus Cristo na difícil posição de ter que escolher entre o povo e os que querem governá-lo. Feito o registro.

3-Interpretação

O problema não é a religião em si, qualquer delas, mas a interpretação que alguns fazem dos preceitos. O jogador Neymar por exemplo, que é evangélico da Igreja Batista Peniel, se recusou a descer do ônibus para visitar crianças com paralisia cerebral porque era um lar espírita.  O Lar Mensageiros da Luz, em Santos. Neymar ficou junto com Robinho, outro evangélico, batucando dentro do ônibus. O episódio foi registrado em  2010, um ano depois de Robinho ter sido preso na Inglaterra, acusado do estupro de uma jovem de 18 anos em uma boate. Robinho é considerado um fanático religioso e se apresenta como um  escolhido de Deus. Em 2022, 13 anos depois de não querer se misturar a crianças do lar espírita, ele foi condenado a 9 anos de prisão na Itália por estupro coletivo. “Robinho ilustra de maneira tristemente exemplar, como Deus pode significar nada, além de um recurso para demonizar adversários”, diz o jornalista Ronilso Pacheco Veja Aqui  A igreja Católica torturou e matou “os hereges” durante pelo menos 300 anos. Hereges eram os que não seguiam os preceitos católicos. A inquisição confiscava os bens dos hereges e com isso aumentava o patrimônio da igreja. A igreja protestante também teve sua própria inquisição que atuou nos moldes da católica. Em Bangladesh, país de maioria islâmica,  meninas de 12 anos são obrigadas a casar com velhos de até 80 anos. Uma pedofilia institucionalizada. Em todos os casos aqui mostrados o que se vê o é o mau-caratismo disfarçado atrás da Bíblia, do Alcorão, do Mahabharata, Torá, etc…A constatação é geral. Não local, bem entendido.

4- Sem cargos

O governador Gladson Cameli (PP), parece ter comprado definitivamente a briga contra sua ex-líder Michelle Melo (PDT). A exoneração dos cargos comissionados indicados por ela a princípio bloqueia o caminho para Michelle permanecer na base do governo. Essa briga promete lances dramáticos. Ou uma conciliação. Ainda que tardia. Observemos com atenção os próximos movimentos. Michelle está numa encruzilhada. Só há dois caminhos: enfrentar e se destacar politicamente ou calar-se e economizar para a campanha.  Com tantos pontos fracos Gladson, por sua vez, não pode se dar muito ao luxo de abrir frentes de batalha diversas. Em política quem age com o fígado acaba com cirrose. Resta saber se os cargos serão transferidos para o novo líder do governo, Manoel Moraes (PP) que tem todo o interesse em derrotar o grupo do bonachão ex-deputado Antonio Pedro, na terra de Chico Mendes. Xapuri é o último reduto municipal do PT no Acre.

5- Inferno astral

O governador do Rio Grande do Sul, vive seu próprio inferno astral. Depois da fragilidade de seu governo, exposta com a tragédia que atingiu 13 municípios gaúchos e deixou 46 mortos e mais de 25 mil pessoas fora de casa, Eduardo Leite pode perder a presidência do PSDB. A juíza Thais Araújo Correia, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal  determinou a anulação do ato que estendeu o mandato da atual comissão executiva nacional do PSDB e determinou nova eleição em 30 dias. Leite só conseguiu a reeleição porque a Esquerda gaúcha descarregou os votos nele para evitar a vitória do bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL). Foi a tal da opção pelo menos ruim.

6-Tragédia anunciada

Todos os avisos foram dados. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais; Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres; Instituto Nacional de Meteorologia e Companhia Energética Rio das Antas, alertaram para o risco dos temporais. O primeiro alerta foi dado dia 31 agosto pelo Cemaden. O MetSul emitiu um comunicado  72 horas antes do desastre. Leite está no segundo mandato, sabe das cheias. Mas preferiu acreditar no negacionista climático Luiz Carlos Molion, que tudo era alarmismo e não haveria um excesso de água no sul. O governo não emitiu alerta para a população da região. Muitas pessoas não saíram das casas porque não imaginavam que a água subiria tanto. Faltou alerta. Faltou responsabilidade do governo. O vice governador Gabriel Souza (MDB), viajou para o Marrocos. Fugiu da enchente e encontrou um terremoto. Hamilton Mourão (Republicanos-RS), manifestou solidariedade da tribuna do Senado. Olhos atentos, observem em volta antes de reclamar dos políticos do Acre. Também não se atenham a isso para evitar cobranças necessárias. Sem críticas e cobranças não se avança.

7-Império de mentiras

“A desinformação durante desastres segue quase uma regra. Primeiro, negam a gravidade do fato; depois, mentem sobre o fato; e, por último, fingem que não mentiram”. A frase do Sleeping Giants define bem a onda de fake news que percorreu o Brasil horas após a tragédia do RS. Alexandre Garcia afirmou que o governo do PT foi o responsável porque abriu as represas; Samara Baum presidente da Ong denominada UPA (União Protetora dos Animais), gravou um vídeo dizendo  que as doações para os atingidos pela cheia tinham sido suspensas em Lajeado (RS) e só voltariam a ser distribuídas quando Lula (PT) chegasse para tirar fotos com os donativos. O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), compartilhou o vídeo da ongueira e escreveu: “Lula proíbe que doações para as famílias atingidas no RS seja entregues até que ele possa chegar para tirar fotos. Isso é um absurdo”; o general Paulo Chagas também divulgou o vídeo também responsabilizando o presidente. As autoridades municipais de Lajeado desmentiram o vídeo e informaram que a distribuição de mantimentos segue normalmente e não há previsão da ida de Lula à região. O presidente estava na Índia participando da reunião do G20. E que o governo federal  destinou 741 milhões para atender as cidades atingidas, e continua dando todo o apoio necessário. Aí, Samara gravou outro vídeo dizendo que havia se equivocado… estava com a cabeça quente. Gustavo Gayer apagou o vídeo, que já tinha 2 milhões de visualizações. Não houve problemas com barragens, o que aconteceu foi mais de 400mm de chuva em toda a bacia e como é um vale, a água desce rápido.

8-Dura lex sed lex

A Advocacia Geral da União determinou um procedimento contra Alexandre Garcia pela mentira. A AGU acionou a Polícia Federal para que investigue o deputado Gustavo Gayer. Garcia, Gayer e Samara têm muito em comum. Alexandre Garcia foi porta-voz de João Batista Figueiredo, último ditador militar do Brasil; Gayer é apoiador de Jair Bolsonaro. Ficou conhecido por dizer que macaco tem QI superior ao das pessoas da África. Samara xingou Lula no dia em que ele foi preso, mandou o choque  invadir o sindicato dos metalúrgicos onde Lula estava, fez  discurso contra o STF e integra grupos pela liberação de armas. Nenhum dos três lembrou que em seu último ano de mandato, Bolsonaro cortou 99% da verba para o enfrentamento de desastres naturais. Tal verba caiu de muito pouco para quase nada. Passou de 2 milhões e 800 mil para 25 mil reais. Voltando ao Sleeping Giants, o motivo das fake news é “ gerar engajamento com uma base fidelizada que irá acreditar em qualquer absurdo, uma vez que a mentira é propagada mais do que a verdade. Ou para desviar a atenção de outro fato que irá afetá-los”. Segundo a sabedoria popular: Fake News:  o sem caráter cria, o idiota espalha e o imbecil acredita. O ex-presidente chileno, Salvador Allende, dizia que era preciso salvar o chile das loucuras dos chilenos.  Podemos dizer o mesmo do Brasil.

9- Jenilson no jogo

O ex-deputado Jenilson Leite (PSB) está em fase de leitura do cenário e interesses políticos. “Tudo pode acontecer no momento certo”, disse ele. Em livre interpretação, uma possibilidade de se inserir na disputa municipal de 2024. O fato de seus companheiros e camaradas estarem engajados na campanha do neomedebista Marcus Alexandre não seria exatamente uma novidade na luta. Na disputa pelo Senado, saiu sozinho. Não teve apoio de nenhuma prefeitura. Não tinha sequer um candidato ao governo em sua chapa e mesmo assim obteve mais de 65 mil votos. 35 mil votos só em Rio Branco. Um capital político considerável. Mesmo assim a cacicada tanto à Direita quanto à Esquerda faz questão de ignorar. Mas o povo lembra e os que se sentem órfãos de uma candidatura mais progressista no sentido de comprometida socialmente, cobra. Aguardemos. É possível que uma novidade possa abalar o que está posto.

Bom dia, Secretário de Governo Alysson Bestene (PP). É verdade que Vossa Excelência impôs como condição inegociável para assumir o Deracre o direito de colocar sua própria equipe em setores fundamentais como licitação e controle?  

Esta é uma coluna de opinião e reflexão

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