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Coluna da Angélica- Veneno da alienação: só morre quem toma

1- Auxílio

O pedido de uma Comissão Especial para a Regularização Fundiária apresentado pelo deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), é uma prova que a oposição pode ajudar o governo. A Comissão presidida pelo deputado Pedro Longo (PDT) que terá como relator Eduardo Ribeiro (PSD) poderá suprir a lacuna deixada pelo Iteracre que na avaliação de muitos se limita a politicagem com titulação de igrejas. Pedro Longo e Eduardo Ribeiro têm vasta experiência na área. O primeiro já presidiu o Imac e o segundo, o Incra. Uma grande contribuição do Poder Legislativo ao Executivo. Os parlamentares farão o trabalho pesado que vai beneficiar a população rural que poderá ter acesso a linhas de crédito. O governo do Estado ficará com o bônus. Apesar das escolhas questionáveis. Como a do Iteracre, por exemplo.

2-Ação rápida

O governo brasileiro foi um dos primeiros a a retirar pessoas da área de guerra entre Israel e Palestina. O presidente Lula que de acordo com os profetas do caos iria fechar igrejas e perseguir crentes determinou pessoalmente o resgate das pessoas e colocou a Força Aérea Brasileira (FAB) para fazer o serviço. Dois aviões lotados de brasileiros, a maioria evangélicos da igreja Batista da Lagoinha do pastor André Valadão pousaram no Brasil. Nem os gatos e cachorros dos brasileiros foram deixados para trás. Resgate gratuito. Os norte-americanos para sair da área tiveram que assinar uma nota promissória para o governo dos EUA. O Reino Unido vai cobrar 1800 reais de cada cidadão britânico retirado da zona de guerra. Norte-americanos e britânicos terão que pagar o transporte. Lula (PT), colocou até o avião da presidência da República para buscar os 28 brasileiros que estão na Palestina. E ainda teve resgatado da zona de guerra que ao pousar no Brasil agradeceu ao prefeito de Sorocaba pela ação. Meninos, eu vi.

3-Insanidade projetada

Temos nos deparado com políticos com e sem mandato que querem se aproveitar de uma guerra que não tem nada a ver conosco, levando a população a escolher um lado e torcer pelo extermínio do outro. Fornecem dessa maneira, o alucinógeno das fake news e a criação de “inimigos” através das redes sociais. Foi espalhada a mentira que 40 bebês foram mortos e decapitados pelo Hamas e que uma deputada do PSOL havia pedido para Lula enviar brasileiros para lutar na guerra. Houve um pedido sim. Mas de ninguém do PSOL. Quem quer enviar brasileiros para correr o risco de morrer na guerra de Israel é a deputada Clarissa Tércio (PP-PE): “Eu pergunto aqui, o mundo tá observando os EUA enviando ajuda militar para Israel… Tá enviando o melhor porta-aviões que eles têm, navio de guerra, munição… E cadê o Brasil nisso? Vamos lembrar que os soldados de Israel estiveram aqui no Brasil durante a tragédia de Brumadinho, senhor presidente… E eles vieram aqui pra nos ajudar! Cadê o Brasil colaborando com a defesa dos israelenses nesse momento?” O pronunciamento foi reproduzido no site Sociedade Militar que também reproduziu os comentários de internautas que sugeriram o envio do “Pelotão da Reserva” formado pelos generais Heleno, Pazzuelo, Hamilton Mourão e Braga Netto.

4- Ter lado

Não temos que “ter lado”. As guerras não podem ser vistas como jogo de futebol. Não é uma disputa entre o Israel Futebol Clube e o Palestina Sport Club. Não ganha quem faz mais gols. O vencedor nestas batalhas é a indústria armamentista. Nem sabemos o que realmente está por trás dessa situação. Que o ataque do Hamas foi um ato terrorista é incontestável. Que o tratamento dispensado pelo governo de Israel aos palestinos, idem. Correm teorias pelo mundo que o ataque do Hamas poderia ter sido combinado com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para dar a ele o motivo para a guerra. Se não foi acordado, foi aproveitado. Netanyahu é rejeitado pela maioria do povo judeu. A reforma judicial para limitar a atuação da Suprema Corte no momento em que está atolado em acusações de corrupção provocou protestos por todo o país. O ataque à Palestina desviou o foco mas segundo analistas ele não terá condições de se manter no poder. Bem, o que se pode dizer do poderoso que atende pelo apelido de “Bibi”?  Nem a população judia apoia Netanyahu nem os palestinos apoiam o Hamas. Mas quem sofre é justamente a população das duas nações. Estão reféns dos dois. Olhos atentos, observai.

5-…para que?

Nosso lado nas guerras deveria ser o dos seres humanos. Independente de país, raça ou religião. Temos nossas batalhas diárias aqui no Brasil, com mortos e feridos na guerra das milícias, traficantes e PMs e na das facções criminosas entre si. Vi nas redes sociais um brasileiro que apoiou os atos terroristas de 8 de janeiro e os terroristas que tentaram explodir uma bomba às vésperas do natal no aeroporto de Brasília se posicionando contra o terrorismo do Hamas. “Que a Palestina vire pó, Glória ao estado de Israel”, postou ele. Não se sabe se a incoerência é ignorância ou fruto da campanha de alienação política promovida por alguns líderes religiosos. O  problema é a incapacidade do ignorante em superar o seu desconhecimento e por causa disso espalhar sua alienação contaminando outros néscios e formando uma corrente de broncos. O Hamas não é o povo palestino assim como o sionismo não é o povo judeu nem o Brasil é o PCC. Ponto.

6-Mentira X fato

A história das 40 crianças israelenses degoladas por palestinos é Fake. Propaganda de guerra. Mas Israel assassinou crianças palestinas. Entre estas, bebês que estavam nas incubadoras em Gaza, quando os israelitas cortaram a energia.  Vale ressaltar que a idade média dos habitantes da Faixa de Gaza é de 17 anos.  De acordo com o Index Mundi, banco de dados que recolhe informação demográfica por país, 45% dos moradores de Gaza têm 14 anos ou menos. Ou seja, metade da população é formada por crianças que nascem e morrem em cativeiro. Pesquisas demonstram que têm sequelas psicológicas em função da violência.

7-Guerras santas

O Hamas é um movimento político armado fundamentalista islâmico que tem como lema “Alá é o nosso objetivo, o Profeta é nosso modelo e o Corão nossa Constituição”. Ele luta pelo estabelecimento de um Estado islâmico palestino que deve seguir à risca o Corão com todas as suas restrições à liberdade. O governo de Israel também está dominado pelo fundamentalismo sionista.  Os sionistas são racistas. Sentem-se superiores a todos os outros povos. Embora a sociedade israelense esteja dividida entre seculares e religiosos, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é refém dos fundamentalistas de uma coalizão radical que compara o estudo da Torá ao Estado. Nesta agenda os ultraconservadores dos religiosos nacionalistas recebem benefícios legais. Para dar uma ideia basta dizer que apenas professores de escolas religiosas filiadas a partidos da coalizão radical obtiveram reajuste salarial. Uma lei que isenta os ultra religiosos do serviço militar obrigatório está em vias de ser aprovada. Claro que não se pode reduzir a questão Palestina/Israel ao fundamentalismo religioso. Apesar dos sionistas se embasarem em textos sagrados para reivindicar o território é preciso destacar que os territórios palestinos  são ricos em petróleo e gás que podem gerar centenas de bilhões de dólares. Também é preciso destacar que o Hamas é uma construção de Israel. Foi financiado por Israel para se contrapor à Organização pela Libertação da Palestina.  A OLP (Fatah), liderada por Yasser Arafat, defendia um Estado laico.

8-…e guerras nossas

Em São Paulo, armas de uso exclusivo do Exército foram roubadas do arsenal. Treze metralhadoras calíbre .50, capazes de derrubar um avião, e outras oito metralhadoras de calibre 7.62 depois de serem subtraídas do quartel de Barueri  estão nas mãos de marginais. Em Rio Branco, um menino de 11 anos sofreu uma tentativa de homicídio. O algoz, um menino de 13 anos. A vítima foi hospitalizada em estado grave. Crianças armadas circulando pelas ruas da capital. Uma prova da decadência da nossa sociedade que merece uma intervenção urgente. Mas não se vê a possibilidade de instalação de um gabinete de crise social ser ventilado. Ou cobrado. Parece que enquanto houver eleitor o interesse e as atenções estarão voltadas exclusivamente para as eleições. Enquanto isso o povo se mata literalmente nas ruas de Rio Branco e figuradamente nos grupos de Whatsapp, pelos candidatos. O copo de veneno tem nome: alienação.

9-Para refletir

O escritor uruguaio Eduardo Galeano disse que “guerras matam em nome de Deus, da paz, da civilização, do progresso, da democracia… inventam inimigos imaginários para justificar a conversão do mundo em manicômio e em matadouro porque as guerras requerem armas e estas requerem violência. A indústria militar gasta 3 milhões de dólares por minuto. A cada minuto morrem 10 crianças no mundo, de fome ou de doenças curáveis. Os 5 países que gerenciam a ONU, são os maiores fabricantes de armas”. Duas frases para encerrar a reflexão: “Os loucos guiam os cegos”. Shakespeare. E, “o homem é um macaco que não deu certo”. Millôr Fernandes.

 

Bom dia, Francisco Pânthio. Que consequências positivas para a população do Acre teria sua luta contra os altos preços da Energisa se contasse com o apoio do MPE, e da classe política né?

Esta é uma coluna de opinião e reflexão

Contato- [email protected]

Imagem- SE7E audiovisual

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