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Coluna da Angélica- Eduardo Veloso pode ser peça-chave em possíveis mudanças de rumo do União Brasil no Acre

1- Conectado

A candidatura de Marcus Alexandre (MDB), com o apoio da Esquerda e Centro-Esquerda no Acre, não é um caso isolado. É uma construção que se repete em vários municípios e tem por objetivo barrar a Extrema Direita, representada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores. A união dos partidos pretende iniciar um detox ideológico.  A construção é eleger prefeitos e vereadores que fujam do padrão Ultra Direitista. Sim a tão combatida Direita outrora é motivo de saudade desde a ascensão da Ultra Direita. Com a Direita tradicional pelo menos havia diálogo, dizem. Educação. Civilidade.  Um maior número de prefeitos e vereadores mais progressistas tende a garantir que as vagas nas Assembleias Legislativas e principalmente na Câmara dos Deputados e Senado resultem em composições mais comprometidas com o país, atualmente refém de Arthur Lira (PP). Não é hora para vacilos. Em São Paulo por exemplo, o PT conversa com Marta Suplicy (Sem Partido), para vice de Guilherme Boulos (PSOL). Marta votou pelo impeachment de Dilma Rousseff.  O MDB do Acre, parece ter entendido o tamanho do desafio. E é isso que está unindo tanta gente em torno da candidatura Marcus Alexandre.

2- … e conflituoso

Quem não entendeu e não aceita é o deputado Tanízio Sá (MDB). O sistema informal de notícias informa que Tanízio se posiciona contrário a esse “chegamento” com a Esquerda. E por um motivo prático. Na avaliação dele a rejeição à Esquerda no Acre ainda é muito forte apesar dos avanços do governo Lula (PT), o que poderia atingir o MDB. O temor de  Tanízio é o partido ser engolido pela aliança. Embora Marcus Alexandre venha mantendo a dianteira em todas as pesquisas. E com grande distância.

3-Estremecido

O estremecimento da relação de Tanízio com os cabeças brancas do partido vai bem além do fato de ter se retirado do grupo de whatsapp. Medebista das antigas informa que tudo começou com uma reclamação que Tanízio Sá estava entrando na área alheia ao fazer política em municípios que não pertencem a regional do Purus. A reclamação teria levado o presidente da Executiva Estadual a dar um puxão de orelha no parlamentar. O líder do MDB na Assembleia Legislativa justificou que é um deputado estadual e não apenas do Purus, onde tem que dividir o eleitorado com Pablo Bregense (PSB), Gene Diniz (Republicanos) e Gilberto Lira (União). Ou seja, muito candidato para pouco voto. A desavença evidenciou o fato do MDB ter dividido o estado em feudos. O Baixo Acre é do Flaviano Melo; o Juruá, de Vagner Sales; o Purus de Tanízio e o Alto Acre, de Aldemir Lópes. Áreas delimitadas. O que é de uma área não poderia fazer campanha no reduto de outro. Irritado,  Tanízio teria jogado na cara que tem “senhor feudal” impossibilitado de ocupar cargo na Executiva do partido por estar com os direitos políticos suspensos. A fogueira é grande. E pelo jeito ainda não foi apagada.

4-Mudança

O União Brasil do Acre, parece seguir a mesma diretriz do MDB local. O partido que tem três Ministérios no governo Lula, no Acre acomoda os radicais de Direita Alan Rick e Márcio Bittar que fazem oposição ao governo federal. Mais feroz que o PL. Nesse contexto e com uma possível exigência de alinhamento não seria difícil entender o afastamento de Eduardo Veloso para que Fábio Rueda assuma o mandato por 4 meses. Especialistas em pitacos apontam para a tomada do partido das mãos do senador Alan Rick. Fábio é irmão de Antônio Rueda que deverá assumir a presidência nacional do União Brasil em fevereiro de 2024. Ele irá substituir Luciano Bivar. Olhos atentos observam que por ocasião da troca no comando no partido, Fábio Rueda estará no mandato de deputado federal. Dias atrás Fábio Rueda se reuniu com lideranças do MDB no Acre e não descartou uma aliança em torno da candidatura de Marcus Alexandre. Pode-se estar vendo um movimento grande atingindo a superfície. O objeto de desejo de Eduardo Veloso continua a ser um bico maior. Como o de tucano por exemplo. Aguardemos. Com os olhos bem atentos.

5-Conexões

Mais uma na conta do governador do Amazonas, Wilson Lima (União). Seu gerente de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-AM) é nada menos que irmão de um traficante internacional de drogas, apontado como integrante de uma organização criminosa que controla o tráfico internacional de drogas na tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru. O gerente de inteligência da Secretaria de Segurança, irmão do traficante, foi nomeado para o cargo justamente para apurar as informações sobre o crime organizado. O irmão do gerente de inteligência da Secretaria de Segurança do Amazonas,  Sérgio Roberto Obando, foi preso em 2011 com 1,5 tonelada de cocaína e preso de novo em 2017 com 400 kg de drogas. Recentemente tentaram jogar na conta do Ministro Flávio Dino uma reunião com Luciane Barbosa, cunhada pelo jornal O Estado de São Paulo, de “Dama do Tráfico”. Luciane é esposa de um líder criminoso no Amazonas, que está preso. Ela é responsável por uma ONG voltada para direitos de presidiários. Dino não participou da reunião. O governador do Amazonas acabou reconhecendo que Luciane integrou a comitiva que foi ao Ministério da Justiça indicada por um órgão estadual. Conexões bizarras.

6-Senadores

O sincericídio cometido pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) durante a sabatina de Flavio Dino e Paulo Gonet, foi um dos pontos altos do evento. O filho do ex-presidente disse que André Mendonça foi indicado porque ele, Flávio Bolsonaro recusou ser indicado para o STF como seu pai Jair Bolsonaro pretendia. O sincericídio do senador, escancara a intenção de “filhotismo” de Jair Bolsonaro que também tentou emplacar o outro filho, Eduardo Bolsonaro (PL), como embaixador do Brasil nos Estados Unidos e cogitou colocar o terceiro filho, Carlos Bolsonaro como Ministro das Comunicações. Filhotismo é a mistura de filhos com nepotismo. Só o coitado do Jair Renan ficou de fora. Flávio Bolsonaro ainda mencionou que com a ajuda do senador Davi Alcolumbre (União), sua indicação passaria. Escancarou que Alcolumbre é do tipo “apoio o poder, seja ele qual for”.

7-Moro

Essa história de um flagrante na conversa do senador Sérgio Moro (União) sobre o voto em Flávio Dino tem toda a pinta de armação. O voto é secreto. Facilitar a captura de uma imagem de conversa de Whatsapp onde sinaliza o voto em Dino seria um jeito de Flávio Dino ficar sabendo que Moro votou nele. O único jeito. A menos que Sérgio Moro fizesse uma declaração de voto. O que irritaria muito mais seus eleitores bolsonaristas embora o PL de Jair Bolsonaro esteja lutando para cassar o mandato de Moro. O senador paranaense tem todos os motivos para parecer simpático ao STF. E mais ainda a Flávio Dino que deve julgá-lo no processo de calúnia contra Gilmar Mendes. Sérgio Moro apareceu em um vídeo falando em comprar um Habeas Corpus de Gilmar. E Dino vai julgar. Ligue os fios. Sérgio Moro luta pela sobrevivência.

8-Para refletir

Análise não é torcida. Ponto

Sextou com um trecho da música Esses Moços de Lupicínio Rodrigues: “Esses moços, pobres moços. Ah! Se soubessem o que eu sei…Se eles julgam que há um lindo futuro, só o amor nesta vida conduz, saibam que deixam o céu por ser escuro e vão ao inferno à procura de luz”.

Esta é uma coluna de opinião e reflexão

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